quarta-feira, 7 de julho de 2010

Já estou para por isto aqui há que tempos...


Pessoalmente ADORO estes anúncios.
Não concordo no entanto que seja com a idade que uma pessoa se torna chato...há pessoas bem jovens que são mais chatas do que algumas pessoas de 70 e muitos anos.
Acho que é mais uma questão de educação do que de idade.

Ou então sou só eu a recusar-me a admitir que um dia próximo, porque sou quase (há quem diga que já sou mesmo) adulta, me vou tornar chata! Não quero acreditar nisto...
Óbvio que sei que existem coisas que mudam com a idade, tornamos-nos mais maduros, mais responsáveis, temos que cuidar de outros e de nós mesmo, começamos a recear coisas que antes ignorávamos por completo...acho um percurso lógico, todos temos de ir por ai senão acabamos por ficar com síndrome de Peter Pan*.

Mas duvido que algum dia me torne chata, que dê importância ao que os outros digam ou pensem de mim e que me reja por normais de conduta pré-estabelecidas. Duvido que algum dia seja uma pessoa normal. Nunca me senti normal até hoje. E se houve alturas em que isso me tornava infeliz, agora gosto de ser diferente, ou melhor aprendi a gostar. Depois de vários anos de infância a tentar ser uma coisa que não era, a tentar que os outros me vissem de outra maneira, um dia acordei de manhã (mais ou menos aos 14 anos) e decidi: 1) Nunca mais vou mentir sobre nada a ninguém e 2) vou ser da maneira que eu quiser ser.
E a estrada foi difícil, tentem lá ser adolescentes rebeldes com uma família "de bem" (péssima expressão mas não sei como definir de outra maneira) como a minha...
Passei por fases que deixaram os meus pais com os cabelos totalmente em pé. De me vestir toda de preto e branco todos os dias, passei para a fase do não-quero-saber-se-faço-depilação-ou-não-quem-gostar-de-mim-gosta-assim-porque-não-quero-saber-da-opinião-de-ninguém (intratável confesso). Depois passei pela fase Resina. Calças largas, correntes, atacadores de cores berrantes, penteados esquisitos e colares de picos...a minha mãe tinha um mal quando me via sair de casa. E como não à fome sem fartura, passei dessa fase para a fase beta, argolas de estrelas, colares de missangas, sapatos de vela e florescentes, muitas coisas florescentes...enfim...demorei até me encontrar. Quando entrei na faculdade tornei-me finalmente, uma pessoa aparentemente normal.

A questão aqui é...eu sou responsável, quando tenho que ser e porque já tenho idade para o ser (por minha vontade continuava na faculdade a receber mesada). Mas sou, para que ninguém me possa chatear, apontar o dedo, nem dizer nada quando eu quero fazer o que bem me apetece. É tudo um bocado a "lei das compensações". Eu sou responsável por mim, sustento-me, trabalho, cuido das minhas coisas para poder fazer aquilo que quiser, quando quiser.
Espero nunca me considerar chata...porque duvido que algum dia deixe de apreciar um grande McBacon em ressaca com 1L de Coca-Cola, que algum dia deixe de me rir as gargalhadas em publico, de dizer palermices, de dançar até o sol nascer, de gastar uma fortuna porque me apetece apanhar um avião e ir não-sei-para-onde, de fazer loucuras por aqueles que gosto.

Não me estou a ver assim...e sou feliz desta maneira. Acima de tudo temos de ser felizes como somos, seja de que maneira seja.



*Sindrome de Peter Pan: É quando alguém se recusa a crescer. O que a certa altura dá nos nervos aos amigos!

1 comentário:

  1. opa eu fico sempre tão arrepiada quando vejo esta publicidade, está perfeita mesmo :)

    Um beijinho *

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