sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Ontem

Foi outra vez dia de Ballet.

Desta vez Ballet clássico.

Giselle.

A rapariga que achou que estava a ser enganada pelo rapaz (ele só escondeu que era rico!), tentou matar-se, não conseguiu e depois morreu de ataque cardíaco.

O Darwin diria que foi a selecção natural. Eu digo, fracota.
Ela, a personagem, porque o ballet foi fenomenal.

E a casa?

Está quase pronta.

O nosso lar!!!

Estou desejosa de mudar. Detesto esperar.

Guincho

Ainda sobre sábado.
Fui ao Guincho sim, e porque não?
Jornal debaixo do braço, pronta para me sentar na areia a ler e a apanhar sol.

Mas quando lá cheguei...era um daqueles dias.
Existem uns 15 destes no ano, dias em que o Guincho está perfeito. O sol bate nos sítios certos, o mar tem a temperatura perfeita, o vento é apenas uma suave brisa quente. Não está demasiado calor, nem frio, nem vento.

Tirei os sapatos e pus os pés na areia.
Porque não molhar os pés? Melhor, porque não dar um mergulho.

Cheguei a casa do meu pai que nem um pinto. A ausência de bikini, mais do que justificada dado estarmos em Novembro, fez com que entrasse no mar de calças. Já o tinha feito uma vez, não foi exactamente novidade. A novidade foi ser Novembro!

Tive tudo no fim de semana.
Foi memorável.

Sou feliz ao sol.


quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Em Belém

Acordo às 7h, e sábado, porque?
Levar o meu irmão ao fim de semana de actividades dos escuteiros.
Cheguei a Belém as 8h e não tive nem tempo de olhar a volta. Despedidas, beijinhos, adoro-te, diverte-te.
Sento-me no carro com o coração apertadinho, nunca é tempo suficiente, nunca chega, agora só nos vemos da próxima vez!
Sacudo a tristeza, só estou na minha cidade 2 dias não vou perder tempo a pensar no quão bom seria termos uma casa aqui, vivermos aqui, termos o nosso trabalho de lá aqui...não vou!
Ligo a M80 no máximo "e pra amanhã mas podia ser para hoje...", repertório todo em português, perfeito! Lisboa é a cidade da minha vida. Cada vez mais tenho a certeza disso, cada viagem, cada tempo fora, cada passo para mais longe, só me dão mais certeza que um dia vou voltar. E Deus me ajude, mas há-de ser muito antes da idade da reforma.
Dou meia volta com o carro, vidros aberto, sorriso nos lábios e música no máximo. Estaciono e Lisboa ainda está meia adormecida, os turistas ainda são poucos, e os pasteis de Belém estão vazios. 
Sento-me e falo em português. Falar a minha língua na rua, não sei descrever a sensação maravilhosa que isso é. Acredito que só quem mora fora me entende. Dia após dia, em todo lado, uma língua que não é a nossa, não é natural, tem de se pensar, parar, explicar da maneira mais simples para não haver más interpretações. O inglês sai-me cada vez mais fluido e perfeito, mas nunca vai ser a minha língua. É o holandês? Um projecto em desenvolvimento, mas acredito que, por mais anos que lá viva, não vai ser nunca a mesma coisa.
"Obrigada"...paro de escrever durante um pastel de nata. "Preciso de outro, por favor". Senão fosse estranho saía pela rua a falar português com toda gente que passasse por mim. Depois de muitos anos a amaldiçoar a gramática, e as figuras de estilo, tenho vontade de ler Os Lusíadas, poemas do Fernando Pessoa e os últimos 2 livros do Eça que ainda não li...
"Traga-me por favor 2 dúzias para levar"...vou levar pastéis de Belém para partilhar com todos.
Estou quase a chegar ao fim desta epopeia, desta última hora mágica de partilha entre mim e a minha cidade. Tenho de ir fazer compras para a minha mãe, ver como ela está, ir para Cascais. Se me despachar posso voltar a ter mais 1h com outro dos meus sítios preferidos...o Guincho.
Afinal são só 2 dias que cá estou, mas quando estou, estou inteira, e apesar das saudades, feliz com as minhas escolhas. Quando voltar prometo passar muito mais tempo contigo Lisboa, a apreciar-te e acarinhar-te. Por agora, até logo. Nunca, mas nunca adeus.

Escrito Sábado dia 7/11