sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Cenas

O meu outro eu foi a uma aula de sexy pole.
Se não sabem o que é, eu não vou dizer. Mas o meu outro eu adorou e tem imenso jeito. 

domingo, 25 de outubro de 2015

Eu sei que ainda não disse

Mas esta foi a minha mais recente aquisição em termos desportivos.

Saiu de lá toda, mas toda partidinha. É optimoooo!!!

Alguns detalhes mais sobre a nossa casa nova

As obras nunca mais acabam.
A vista é linda.

Estou desejosa de mudar.

Terapia continua

Nos últimos dias, têm havido algumas ligações de acontecimentos que não me saem da cabeça.
Começou quando estava a rever fotografias antigas (cronologicamente, obrigada facebook) e quando estava lá para o ano de 2010, o meu ano trágico, pensei ia entrar na zona negra, e que tudo tinham sido espinhos logo depois do 16 de Janeiro.
Espanto meu, enganei-me. Desde férias em Itália, 3 semanas em Marrocos, casos amigáveis de umas semanas aqui, noites loucas acolá, risadas, fofocas, conversas de horas...fiquei confusa, afinal eu fui feliz em 2010.
O que tinha na minha cabeça como certo é que 2010 foi o ano em que descobri, da forma mais dolorosa possível*, que o então suposto amor dos amores, na realidade não queria nada comigo. Que tinha sido o ano em que chorei até adormecer todas as noites, e grande parte dos dias. Foi o ano em que me perdi 1000 vezes e me encontrei 1001. Achei que, colado ao conceito de paixão trágica e não correspondida, tudo o resto tinha sido mau, e não foi! Então, mas como? Se eu gostava assim tanto, se chorei tanto, como é que estive também alegre e contente com outras pessoas e como é que tive momento tão felizes? O meu cérebro respondeu. Se calhar não gostavas tanto daquela pessoa como pensavas...say what?? Naaaa...tu queres ver!?
Em 2011 quando comecei a terapia, a minha psicóloga disse-me uma coisa sobre isto que nunca mais me vou esquecer. Estava a falar-lhe desta coisa do chorar todos os dias até adormecer, e ela perguntou-me porque é que eu achava que isso era. Eu disse-lhe, óbvio...porque estava triste, ao que ela respondeu, "então quando o teu avô morreu também choraste um ano todos os dias". Pois, não, isso não aconteceu, e eu estava verdadeiramente triste, mas não chorei todos os dias. Ficava calada e em silencio, quieta, chorava muito em curtos períodos de tempo. Mas nada igual a 2010. Ela riu-se, "ninguém chora durante um ano porque outra pessoa não gosta de nós, mas talvez choremos durante um ano por nós mesmos".
Portanto, descobri em 2015 que 2010 não foi sobre o N., foi sobre mim. Claro que ele também estava lá, não vamos já tirar-lhe todas as culpas de cima, mas não era ele que estava a mudar, era eu.
Claro que depois de descobrir isso, não parei até arranjar respostas. Isto de nos conhecermos a nós próprios dá trabalho pra caraças, é coisa de uma vida. As respostas, essas filhas da mãe, não vem pelo caminho fácil, dão sempre uma volta dos diabos até chegarem, mas quando chegam, não deixam duvidas.
Encurtando a historia até à resposta, senão nunca mais saímos daqui, o que eu descobri é que realmente, até aquele momento nunca ninguém tinha gostado mesmo de mim.
Por mais que isto pareça estranho de escrever, a verdade é que os meus pais nunca gostaram muito de mim. Não da maneira dramática como estão a pensar, de pais que maltratam os filhos ou isso, nada disso eu sempre tive tudo e até mais, mas durante a minha infância/adolescência eles nunca me ligaram muito, nunca se preocuparam muito, sempre fui sozinha. Até aos 16 anos, para o meu pai era como se eu não existisse, os meus avós sempre preferiram a minha prima, e a minha mãe sempre me amou muito, desde que isso não significasse ter trabalho. Portanto, basicamente metade da minha vida as pessoas mais importantes gostavam de mim, mais ou menos, se não desse trabalho, se não chateasse muito. Claro, mais que óbvio que isto fez com que eu também não gostasse muito de mim. Outro fenómeno que eu percebi ao olhar para as minhas fotografias...eu nunca fui assim tão gorda e feia como pensava.
Portanto em 2010, estava eu com 25/26 anos, e apesar das minhas relações familiares se terem alterado, o passado não se apaga, e algumas das pessoas de quem eu gostava, continuavam a não gostar de mim o suficiente.  Reparem que não é que eles não gostassem, só não era o suficiente!
2010 foi, na realidade, só a gota de água em 26 anos de enchente, apesar de eu ter estado anos a culpa-lo a ele. 2010 foi o inicio da pessoa que sou hoje e a prova que eu tenho muita sorte na vida e só posso agradecer por isso.
Se 2010 não tivesse existido eu nunca tinha começado a fazer mais desporto, a passar mais tempo comigo própria, sóbria, e a ter mais tempo para pensar. Se 2010 não tivesse existido eu não tinha precisado de me inscrever no MBA, para fugir dele, porque não haveria nada do que fugir. Se eu não tivesse entrado no MBA não tinha conhecido a "coacher" que me disse que era obrigatório eu fazer terapia e me deu o numero da minha psicóloga, se não tivesse passado 2 anos a sentar-me naquela cadeira todas as semanas, não me saberia interpretar, nem conhecer. Achei que sairia de lá com com as respostas todas, mas isso não aconteceu, há muita coisa que ainda me faz chorar e que eu não sei porquê. Se não fosse o MBA eu não tinha conhecido parte dos meus amigos e senão fosse pelo trabalho que fiz durante 2 anos de terapia eu não estaria feliz agora, nem casada. Estaria provavelmente ainda a chorar pelas pessoas que nunca gostaram o suficiente ou que não quiseram gostar, a ter pena de mim mesma pela minha infância triste, a dar sempre mais do que recebia de volta e ainda sem ter as ferramentas necessárias para aproveitar o resto da minha vida.
Está aqui também a resposta de porque é que eu olho tanto para trás, porque é que constantemente me vem perguntas a cabeça, sobre o passado para as quais ainda não tenho resposta. Quanto mais eu me conheço mais equilibrada sou, e quanto mais equilibrada sou, mais feliz me torno.

 

*Resumidamente, a maneira mais dolorosa possível, é no meio de uma conversa normal, das que tínhamos diariamente, a outra pessoa começa a dizer que percebeu que está apaixonado e bla bla bla corações e arco-íris, vocês acham que é por vocês (claro, óbvio, por quem mais seria?!) e descobrem 30 minutos depois que não. Ele estava mesmo era a falar de uma bimba qualquer, que apareceu do nenhures e que o fez cair de amores. Trágico!