segunda-feira, 25 de janeiro de 2021

Das coisas que se dizem

Quando perdemos alguém, as pessoas a nossa volta dizem muita coisa. Tentam ajudar-nos, acalmar-nos, e especialmente se já passaram por isso, tentam fazer sentido de uma coisa que não faz sentido nenhum.
Uma das coisas que me disseram, ou que dizem genericamente quando se perde alguém que amamos com todo o nosso coração, é que nunca passa. Na realidade, mesmo a sério, nunca passa! Só te habituas a viver com aquele buraco todos os dias, a seguir com a vida em frente, mas é só isso, uma habituação, porque a perda nunca passa.
Eu achei que era a brincar, mais uma metáfora sobre a vida e a morte, uma maneira de dizer que apesar daquela pessoa ter morrido, a amaremos para sempre. Mas que na realidade claro que passa e que voltamos a ser o que éramos.
Só que não! Quase um ano depois, tem dias que dói como se fosse 20 de Fevereiro de 2020 all over again.
E começo a acreditar que não vai passar. Talvez eu deixe de fazer esforço para andar para a frente, talvez haja um dia que me habitue de tal maneira que já não tenha de lutar para ser feliz e andar bem disposta numa base diária. Mas não estamos lá. Não estamos lá de todo ainda.

terça-feira, 5 de janeiro de 2021

Livros 2020


Ultimo livro do ano...e foi um bom ano para leitura com 14 livros lidos. Not bad, not bad at all.

Longe das loucuras de outros tempos, mas ainda assim bom.

O que dizer sobre o Ikigai? Faz sentido. Culmina um tema que muito me interessa e sobre o qual tenho estudado e aplicado muitas coisas, que é a longevidade. Mas uma longevidade que não se limita apenas a viver mais, não. Uma longevidade que simplesmente existe para viver bem, viver feliz.

Creio que não será um livro para ler apenas uma vez. É um livro para saborear, para aprender e que demorará uma vida para aplicar. Haja tempo para viver que envelhecer é um luxo.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2021

Livros 2020

 Não quero dizer que este foi o melhor livro que li em 2020, mas está certamente no top 5.

Uma breve historia sobre a religião deu-me uma visão global sobre um tema que, especialmente neste momento, me cativa muitíssimo. Digo especialmente neste momento porque, crescida e criada cristã, tenho tido alguns problemas de fé recentemente. 

Tenho tentado forçar a fé que já tive a voltar, mas infelizmente não tenho conseguido. Pensei que lendo sobre outras religiões, talvez houvesse outra que me conseguisse dar aquilo que o cristianismo já não consegue. Não a encontrei, mas encontrei uma sabedoria perdida no tempo. Religiões que fazem todo o sentido e outras que são completamente absurdas. Umas que abraçam a diferença outras que condenam quem não cumpra à letra o livro. Não dá para resumir, só lendo mesmo.

Apesar de não ter encontrado respostas à fé, encontrei muitas outras respostas a perguntas antigas, especialmente sobre os diferentes ramos e derivações das religiões que conheço. Aprendi também muitas coisas que desconhecia, especialmente sobre religiões a oriente.

Aconselho a leitura, mas que não seja para aprendermos e aceitarmos quão diverso é o mundo.

Continuo cristã. Mas o que é que isso quer dizer? Já não sei.

domingo, 3 de janeiro de 2021

Livros 2020

Tenho uma mania de ler livros ao mesmo tempo. Gosto de diversificar os topicos e por isso não é incomum ler 2 ou 3 livros ao mesmo tempo. O que por vezes faz que num mês acabe 3 livros...

Este está na minha mesa de cabeceira desde Março. A minha amiga V. ofereceu-me-o antes de voltar para casa depois do enterro do meu pai, e por isso ficou parado algum tempo, até o começar em Setembro. 

Um romance histórico como os que eu adoro. Passado em vários países, encara a guerra (civil espanhola e 2a mundial) de uma perspectiva que nunca antes tinha pensado. Alguns dos horrores retractados já os conhecia, mas claro que nada os torna mais fáceis. Não acaba bem, não fica bem, não se resolve, mas na realidade, a vida muitas vezes é mesmo assim.

Gosto que a personagem principal seja uma mulher. O desenvolver da personagem ao longo da narrativa mostra que crescer nem sempre é fácil...ninguém a avisou a tempo das consequências. Às vezes basta uma pessoa para evitar uma catástrofe, às vezes 10 pessoas não servem para nada. A parte das duas historias dentro de uma podia ter sido um bocadinho mais explorada, especialmente no final...ficou a saber a pouco um manuscrito assim só porque sim. Mas lá está, às vezes a realidade é mesmo essa.

Tenho mais um da Julia Navarro aqui em casa para ler, que vou definitivamente dar-lhe uma prioridade na lista de 2021.

sábado, 2 de janeiro de 2021

E votos para 2021?


Continuo sem vontade de escrever votos para 2021. Pela primeira vez na vida não acho relevante escrever votos para este ano. Não sei se foi pelo infrutífero que foram os votos de 2020, ou se porque finalmente aprendi que os grandes objectivos só se atingem com pequenos passos, mas o que é certo é que não há muito que queira de 2021.

Quero levar este ano com calma, sem stress, sem correr, sem ansiedade. Quero literalmente que não aconteça nada mais do que aquilo que já está previsto acontecer. Nem para o bom nem para o mau, all good.

Preciso de um ano sem novidades, preciso de um ano de introspecção, de relaxamento, de levar a vida tranquila. Quero afastar o medo, tira-lo de cima do corpo e voltar a acreditar que vai tudo correr bem. Quero voltar a ter esperança e não andar constantemente a pensar no que pode correr mal, como se a vida estivesse simplesmente à espreita para a qualquer altura me tirar o tapete debaixo dos pés. Quero virar-me para dentro, para mim e tudo o que me faz bem. Este não é ano para ambições desmedidas, definitivamente.

E por isso não vou fazer votos, decidi. Vou levar um dia de cada vez.