terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Só porque é Natal

O tempo está frio e miserável lá fora, afinal agora moro num país frio a sério.

Tenho trabalho até á testa, aulas de Holândes que me ocupam imenso tempo de estudo.

Mas não consigo parar de estar feliz.
Life is good!

Coisas que eu um dia escrevi

E que não farão sentido para ninguém a não ser para mim:

A tua barriga ajudou a partir o meu coração em bocadinhos tão pequeninos, mas tão pequeninos, que não sei ainda onde os encontrar nem como os vou voltar a colar.Portanto não, não quero.

Vim reler o blog (coisa que há muito deixei de fazer) porque hoje o meu facebook dizia que neste dia em 2010 eu escrevi: Sometimes you have to break the rules to survive.
E eu tive aquela impressão que este foi o dia, ou esta semana, em que eu decidi mudar o rumo de tudo. Tomar as rédeas da minha vida que durante um ano esteve desgovernada e fazer o MBA (a melhor decisão da minha vida).

Tinha vindo de Madrid onde a I. estava a fazer o MBA, estava em ponto de rutura total, num poço tão fundo que nem o facto de ser o meu mês preferido do ano me fazia ver a luz, e de repente a ideia como que me salvou. Lembro-me de em Janeiro ter ido comprar os livros do GMAT, fazer um plano todo catita e afundar-me a estudar todos os dias.

Há decisões, que apesar de muitos
poderem dizer, tomadas pelas razões erradas nos levam a sítios tão certos. A cadeia de eventos que uma pequena e simples decisão despultou era, em Dezembro de 2010, completamente desconhecida para mim. Mas agora, 6 anos depois, não consigo esconder o quão orgulhosa de mim estou. Vi um caminho, 11 meses depois de ter caído num sitio mau demais para descrever, e não parei até me colocar nessa estrada. Sem dinheiro para pagar o MBA, sem condições para estudar (a minha mãe foi operada em inicio de 2011 e tive que ficar com o meu irmão pequeno), a lutar contra os meus impulsos diários de ceder, só mais uma vez...

Ah caraças, impossible is nothing!

sexta-feira, 18 de novembro de 2016

2016

Nunca em nenhum outro ano escrevi tão pouco como neste.

Em conversa com as minhas irmãs, tento perceber porque é que graças a Deus 2016 está a acabar. E elas respondem-me coisas como, chumbei o ano, morreu Prince/David/Alan, o Donald ganhou e eu penso "I don't give a damn about then".

Então porque é que 2016 foi um ano tão difícil? Um ano que se arrastou, um ano em que nem nas férias consegui desligar, um ano cansativo?

E a resposta é mais simples do que parece, e tão mais pessoal do que simplesmente algumas pessoas que admirava terem morrido. 2016 foi difícil porque 2016 foi o ano em que decidi colocar o meu irmão no colégio interno. E esse facto mudou o meu ano.

As noites sem dormir a pesar prós e contras, os relatórios das notas que suportavam a minha decisão, a imaturidade dele junto com a recusa em crescer, a responsabilidade da decisão. Sim, responsabilidade minha e de mais ninguém, apesar de como todos me dizem ele ser apenas o meu irmão.

Eu sou responsável pelo crescimento dele, pelo futuro dele, por aquilo que ele se tornar como pessoa. E não sou responsável porque quero ser, sou por assumi que iria ser, porque alguém tem de ser, porque desresponsabilizarmos-nos é muito mais fácil do que matar a cabeça a pensar o que podemos fazer mais com o que temos, dia após dia, ano após ano, e no meu caso há distancia.

E neste momento, apesar de as notas ainda deixarem muito a desejar, acho que pelo menos em termos do desenvolvimento dele como pessoa, alguma coisa tenho feito certo (com a ajuda de quem lá está, obviamente, todos os dias e em quem confio plenamente).
Enche-me de orgulho cada que vez que me diz "meti-me em sarilhos porque fui a ajudar um amigo a quem estavam a bater" ou "meti-me em sarilhos porque defendi uma colega com uma cor de pele diferente quando um outro colega teceu comentários racistas". Nem sei dizer quanto orgulho tenho nele quando coisas destas acontecem, quando percebo que ele é a pessoa que eu queria que ele fosse, bom colega, companheiro, sem medo de ir contra os outros se acha que as coisas estão erradas, corajoso muitas vezes, apesar de ter medo de tudo.

2016 foi difícil, porque muitas vezes fazer a coisa certa é difícil, muito mais difícil do que deixar andar. E com tua a sua dificuldade 2016 está a tornar-se num ano memorável, porque felizmente é preciso muito pouco para me fazer feliz, mas é preciso tanto, mas tanto para derrotar o meu otimismo.

Bom resto de 2016. O meu melhora by the week!

quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Sensações

Alguma coisa não está bem. É uma moinha estranha, uma sensação, um desconforto...
Alguma coisa não está bem e não sei o que é. Aborrecimento, cansaço, irritação. Alguma coisa não está bem.

Posso acreditar que seja por causa do meu irmão, um sentir irracional para lá das certezas de estar a fazer a coisa certa. Aquele pensamento constante detrás do meu dia, no meio de uma reunião, durante uma conversa telefónica. É o problema do sentir, está lá, uma coisa a mais que não estava antes, não resolvido, não discutido, a existir simplesmente.

Esforço-me para por em palavras. Tento convencer-me que bem ou mal, não faz mal, só escrever importa, só o tentar perceber porquê é relevante. Porquê este sentimento estranho? O que é que ainda não percebi? Espero constantemente pelo momento "eureka" que desde ontem teima em não aparecer. Pode ser isto ou aquilo, ou tudo ou mesmo nada importante, mas é definitivamente alguma coisa desconhecida que desde ontem me aborrece. E detesto não saber o que é!

Vou usar os truques do costume, uma corrida, 15 minutos de meditação, um banho de espuma, deitar-me na varanda a apanhar sol, dançar...qualquer coisa tem de resultar. Qualquer coisa menos outro dia assim.

terça-feira, 13 de setembro de 2016

Português

Quero escrever, mas o que sai é uma amalgama de coisas desconexas e sem sentido.
Preciso de tempo para escrever, para remoer nas palavras, deitar-me e rebolar com elas, até consegui pô-las em sentido, a marcha ao meu toque.

Acho que já fui melhor do que sou hoje a escrever. Tenho medo que, do tanto que falo inglês, que o português se esvaia de mim sem dar por isso. Esse pensamento atormenta-me, a minha língua, a língua de Camões, do Eça, de Pessoa, a minha língua que tanta falta me faz, falha-me agora constantemente, não em pensamentos (nesses não) mas nas palavras escritas.
Leio e não gosto, apago, escrevo e deito fora. Olho para o relógio e das 1000 linhas que escrevi não aproveito metade, não quero. Ou sinto o que leio quando escrevo o que sinto, ou então não quero, repudio tudo, carrego guardar e penso que logo volto.

Olho para trás e passei meses sem escrever uma linha.

Já escrevi muito melhor do que hoje, pela prática, pelos livros (até esses agora leio em inglês), pelas noticias, pelas conversas. E quanto mais me tentam enfiar o holandês a força mais sinto o meu corpo a rejeitar qualquer outra língua que não seja o português. Não quero, foda-se, não preciso, deixem-me em paz. E se tentar explicar porque é que tem dias em que só o português faz sentido ninguém vai perceber, eu própria não percebo. A genialidade de Camões, as descrições do Eça, as loucuras de Pessoa, não vale a pena tentar explicar porque agora vivo num mundo em que as pessoas não leram o que eu li, não ouviram o que eu cresci a ouvir, não conhecem os sítios, não sabem as piadas.
A diferença é boa, mas cansa. Preciso de quem me entenda, de não ter de explicar em inglês de maneira simplificada, de não ter de dizer todas as palavras...

quarta-feira, 1 de junho de 2016

A minha primeira reunião de condomínio

Acho que se fosse em Portugal não seria diferente, uma seca! Mas pelo menos eu percebia tudo o que estava a ser dito...
A capacidade das pessoas embirrarem com vírgulas pasma-me, a quantidade de tempo gasto inutilmente também é o facto de se terem de escrever algumas regras, parece-me extremamente redundante, especialmente num país tão civilizado como este. Mas como os holandeses gostam de uma regra, Deus!!! Regras e horas, adoram.

terça-feira, 17 de maio de 2016

E preciso adorar este país...

17.30h e sou a ultima a sair.

segunda-feira, 9 de maio de 2016

Gerir

Eu podia ter outro curso, mas de facto gerir está na minha natureza. É uma coisa para a qual eu creio nem necessitava de ter tirado um curso.
Há distancia ou perto, seja uma decisão difícil ou fácil, sejam contas e dinheiro, colégios, discussões ou birras, eu creio que faço este trabalho de múltiplas faces, de cuidar da minha vida e dos que, queira eu ou não, dependem da minha gestão, parecer uma coisa fácil.
A maioria dos dias é fácil, para mim que o faço há mais de 10 anos, e que tenho pessoas que me ajudam. Mas quando conto a alguém, as pessoas acham que eu sou misturada de ET, sentem pena, ficam tristes, dizem que sentem muito a situação. Eu sorriu e digo que não é nada, que está tudo bem.

Na minha cabeça eu sei que podia tudo ser tão pior, afinal tem-me a mim e eu tenho tanta gente que me ajuda. Se pensar no quão pior podia ser, só agradeço o quão bem eu consigo gerir tudo, o quão equilibrada a minha vida é, mesmo que longe da normalidade da vida alheia.

Que os momentos em que desespero sejam poucos, que faça as escolhas certas mesmo que difíceis, que saiba sempre quando errei e volte atrás no meu julgamento. E que o pior a sério nunca mais volte.

sexta-feira, 6 de maio de 2016

No mercado

Um dia de ferias e decidi ir ao mercado e finalmente comprar peixe fresco! Voltas e voltas e acabei por comprar 2 lagostas, vivas.
Pior, trouxe-as vivas para casa e pu-las no frigorífico, vivas.
Uma penitência todo o caminho até casa e mais penitência ainda, à espera até alguém as matar. Sim, só as trouxe porque sabia que alguém ia fazer esse serviço sem ser eu.
Uma angustia sem sentido, por não saber se elas estavam a sofrer ou não, sem saber sequer se elas percebem o que lhes vai acontecer. A prova, provada, que se eu tivesse de matar para comer seria vegetariana.
Costumo dizer que o meu gato, é tão mimado e mariquinhas que não durava 2 minutos lá fora. E afinal ele é como eu, eu também não durava 2 minutos lá fora.
Sad, but true.

segunda-feira, 25 de abril de 2016

Só agora é que percebi

Nunca escrevi tão pouco como em 2016...e isso não é bom. Não é bom porque os meus sentimentos fluem melhor se os puser por escrito. E Deus sabe como eu tenho sempre tanta coisa para dizer.
Mais coisas para dizer do que a maneira certa de as dizer, eu diria mesmo.

E completamente fora deste assunto, nota para mim mesma, não ligar nenhuma rede social até ver GoT! Não sou má pessoa por desejar que um ataque de tosse atinja todos os spoilers deste mundo, pois não?

Adolescência

Nada grita mais o quanto foi rebelde a minha adolescência, do que o álbum 3o Capitulo dos da weasel.
Cada música tem a sua historia. E a minha adolescência foi feita das 15 músicas deste álbum.

domingo, 24 de abril de 2016

Razões

Acho mesmo que a única razão pela qual não deixei a minha vida toda por ele, é porque não sou mãe dele. Gosto de pensar que se fosse, ele estaria comigo, porque isso é o que as mães fazem. Algumas mães, anyway!
Isso, no entanto, não impede o aperto no coração por estar longe, nem a sensação de culpa, sem a ter, de cada vez que sei, apenas pela voz, que ele está triste ou ansioso ou apenas aborrecido. Lágrimas de frustração, porque afinal não podemos ter tudo, e não o consigo ter no meu mundo, nem podia. Lágrimas de incerteza, porque acho que estou (estamos) a fazer o melhor para ele, mas ainda assim, apenas acho! Não tenho a certeza!
E depois penso que ele tem uma vida bastante normal, apesar de tudo. Tem uma organização a volta dele, uma rede que o mima e o protege de tudo. Colégio, desporto, escuteiros, explicação, psicologa, catequese...ele tem tudo! Os problemas dele são os amigos, o não querer estudar, não gostar que o contrariem e ter pouco tempo para os jogos no computador. Então, lembrei-me de um jogo para atenuar as minhas dúvidas e preocupações...um jogo chamado "onde é que eu estava na idade dele?"
A resposta foi assustadora e daqui para a frente só vai piorar, de ano para ano. Na idade dele eu fiquei 3 meses sozinha...sim, 12 anos. A minha mãe tinha terminado um relacionamento de vários anos e caído na cama depressiva. E eu fazia tudo sozinha, ia para a escola, vinha, comia, fazia os trabalhos, arranjava a minha mala para passar o fim de semana com o meu pai, tudo sozinha, porque a minha mãe não saia da cama. Depois desse episódio passado, decidiu voltar a vida, começando por fazer uma lipoaspiração. Num dos exames que antecedem o procedimento descobriu-se um sinal... E bem, o resto já sabem. Blá, blá, blá, cancro. Lembro-me com pouco detalhe, porque foi tirar e estava controlado. Mas do que eu me lembro mesmo, foi dela ter feito uma birra porque queria dormir no meu quarto, durante duas semanas, e eu não quis. Com os primeiros sinais de adolescência rebelde a despontar, privacidade era tudo. Mas não tive hipótese, e nem nunca percebi porque é que ela quis ficar no meu quarto.
As pessoas são diferentes, eu era forte, sempre me disseram. Mas talvez, só talvez, deva confiar mais no que faço por ele, eu e todos os que estão nesta rede. Vai ficar tudo bem, ele vai crescer, vai doer, mas vai ficar tudo bem!

Ainda sobre o Prince

Não entendo porque é que desde à 3 dias só ouço musicas do Prince, em todo o lado!
Ele morreu, foi só isso, toda a gente vai morrer um dia. Triste sim, neste caso, é saber que não haverão músicas novas, concertos ou outros rasgos de genialidade. Não me levem a mal, tenho pena que ele tenha morrido, é uma pessoa. Sinto muito pela família, mas honestamente, a mim o Prince não me era nada.
Vou continuar a ouvir as músicas dele, quando aparecerem na minha playlist, vou certamente continuar a gostar, mas todo este fuzz á volta do assunto, como se todos fossem amigos do Prince...não entendo! Sinceramente, alguém sem ser a família dele, pensa nisso mais do que os 5 minutos de procurar uma música e postar no facebook com um comentário qualquer?
É que para mim será trágico, será quando um pessoa que eu amo morrer. Ai sim o mundo vai cair, ai sim vou perder muito mais que tudo, um bocado meu, mas o Prince? O Prince é música, não vai deixar de ser música por ter morrido. Ficará muito para além dos dias e por isso não morrerá per se. Aposto até que, daqui a 10 anos me esquecerei que ele já morreu...

sexta-feira, 22 de abril de 2016

GoT

More 3 days.
And I am sure, he will be dead.

Juro

Podia reescrever a minha vida apenas com música.

O que será ia encontrar mais se não tivesse apagado tudo o que veio antes do dia 16/01? Frenetica, apaguei toda a minha vida, com a esperança vã, de com isso lavar da minha alma todos os sentimentos, e fazer com que 2009 nunca tivesse existido.

Lembro-me de mim, e já não tenho vergonha. Se fosse hoje não tinha apagado. E, se para mais do que ver o amor não fosse, para ver quão boa é vista do alto, no exacto momento anterior ao cair de cabeça num sitio tão medonho, mas tão medonho, que faz o Inferno parecer um parque infantil.

Juro. Podia descrever tudo, só com música.

domingo, 17 de abril de 2016

Fui parva e a culpa é minha

Não ter convidado o meu tio para o meu casamento foi minha decisão.
Foi uma decisão errada, mas foi minha e é por isso que o arrependimento também é meu.
Podia dizer que foi por causa da minha prima, ou da minha tia, mas eu sei que não.
Foram anos a sentir-me inferior, pequenina, diminuída. A achar que as coisas que ele diziam eram de propósito para me magoar, quando olhando daqui, agora, parece-me que eram só brincadeiras parvas, a maneira dele dizer para eu ter cuidado com as companhias e com o que fazia.
Não sei se foi tudo inocente mesmo, não sei. Mas eu devia ter sido melhor pessoa.
Eu não devia ter deixado coisas de há anos atrás porem-se á frente daquilo que eu sabia que era certo.
Eu sempre tive que lidar com os namorados da minha mãe e com o facto do meu pai ter escolhido outra pessoa, a minha prima era crescida o suficiente para lidar com isso também, e ela nem sequer foi!
Enfim, não há nada que eu possa fazer agora sem ser, talvez, pedir desculpa. Mas como é que eu digo isto: "a piada de me chamar constantemente 'bola', para mim não era uma piada. Porque a minha auto-estima era do tamanho de uma ervilha, e apesar de terem sido anos, eu nunca disse que não gostava da piada!". Não é exatamente fácil de explicar a uma pessoa que ela me magoou a vida inteira com comentários brincalhões, e que durante 20 anos eu nunca disse nada, porque era orgulhosa e me recusava a dar parte fraca. Antes partir que vergar, certo?
Tenho até ao verão para pensar, certamente nada irei fazer por telefone.
Detesto não ter sido melhor pessoa, detesto.

quinta-feira, 24 de março de 2016

Nivel de Concentração

A chegar a zero.
Só quero pedalar até casa, por tudo no carro, passar para me despedir do amor, e partir à aventura!!!

E partir para uma semana de férias, claro está!!

Bom dia!!!

Não há mais estradas fechadas, não há mais estradas fechadas!!!

Sim, porque tinham que se explodir na semana em que vamos fazer uma RoadTrip e obrigar a fechar todas as fronteiras. Tinham! Não podiam esperar para mais tarde...

terça-feira, 22 de março de 2016

Falando em RoadTrip

Vai ser mais ou menos isto!!

E começa 5a feira.
Sister's trip. You've got to love it.

Hoje as 8h

Tudo o que não me apetecia em vesperas de RoadTrip eram bombas.

segunda-feira, 21 de março de 2016

Que cansaço

O Holandes.

Todos os dias. Os e-mails, as conversas que tento apanhar, os inicios de reunião sempre com a mesma pergunta "já pode ser em Holandes?", os almoços com colegas, os fyi, os sorrisinhos condescendentes, as comunicaçoes do o IT, o voice-mail dos HR...

Cansa-me. Estou cansada de lutar com esta lingua todos os dias.

Preciso de férias. Ou preciso de os mandar a todos á merda!!


quinta-feira, 17 de março de 2016

Leituras diarias

Dias e dia a ler noticias enfadonhas, opiniões medíocres, blogs engraçados, artigos excepcionais.
E depois há dias em que lês coisas, que te fazem todo o sentido. Por dentro, ressoa.
Porque nunca verbalizaste, mas sabes, também tu já morreste por dentro, também tu já te partiste em bocados tão pequenos, mas tão pequenos que foram precisos anos para colar.
É por isso. Ressoa.

Ter pavor da morte não significa que se saiba valorizar a vida. Temê-la, por terror, por medo, porque “não quero pensar nisso”, não significa que se é mais chegado à essência, que se viva com tudo, que se flutue por dentro, por se estar tão em paz consigo mesmo, por se ser tão grato com a condição de gente. Nem pensar. 
Acho que não conheço ninguém (pessoalmente) que viva em plena harmonia com o seu corpo, mente e espírito, não conheço ninguém que dance plenamente, sem medo, sem interferências. Não conheço ninguém que tenha uma mente absolutamente limpa, um corpo completamente são, um espírito inteiramente livre. Mas conheço quem esteja próximo, pelo menos, dessa vontade - da vontade de fazer a dança perfeita. Conheço quem trabalhe, arduamente, pelo entendimento da alma, pela libertação da mente e do corpo que, presos, pensam e fazem aquilo que a alma abomina. Conheço quem lute, diariamente, para contrariar os caprichos do ego, para descobrir o que de facto o alimenta internamente. Conheço quem sonhe saber que sonhos tem. Conheço quem já tenha começado do zero quando poderia, futilmente, estar no topo, conheço quem não queira o topo indicado porque entende que o seu topo é estar em paz consigo mesmo. Conheço quem se queira (re)conhecer e (re)descobrir porque anseia, porque sente que há uma resposta que precisa de ser encontrada: o que estou aqui a fazer? 
Conheço quem respire por iluminação e amor, por entendimento e sabedoria, por sentido. Conheço quem use todos os seus sentidos para descobrir o seu próprio sentido. 
E neste cruzar por estes que conheço, identifico-lhes, a todos, um padrão comum. Todos perceberam que iriam morrer ou todos, a dada altura, se sentiram efetivamente mortos por dentro. Todos foram sombra, todos já foram depressão. Todos perderam o chão. Todos mataram a ilusão da eternidade ou da paz garantida. Todos tropeçaram em si mesmos, todos caíram no poço, todos fundaram o próprio poço e por terem lá estado, metidos, infiltrados, enfiados, todos quiseram, a dado momento, de lá sair. Mas agora com verdade. Porque se não for com verdade, sabem que jamais sairão da prisão ou que, se saírem, voltarão para lá. 
E há muito, a quem a vida facilitou o processo de serem realmente verdadeiros. Aqueles que foram confrontados de frente, assustados com as letras grandes, aqueles a quem foi dito “vais morrer” passaram, então, a saber viver. A amar quem sentiam que tinham de amar, a fazer o que sentiam que tinham de fazer, a ser o que sentiam que tinham de ser. Porque o espaço para a meia verdade, de repente, desapareceu, porque afinal não se quer ser obrigado a viver. Quer-se viver por opção. 
Depois de confrontados com aquilo que mais tememos, a morte da ilusão da eternidade, muitos passam a saber viver. Quando confrontados com um diagnóstico fatalista, já é tão mais fácil deixar o emprego que se odeia, a mulher que se odeia, o homem que se odeia, a vida que se odeia, porque a vida é esta, é minha e porque vou morrer. O tempo passa a ser relativizado e, ao mesmo tempo, aproveitado até ao milésimo de segundo, o tempo passa a ser eterno e, ao mesmo tempo, vazio de horas. Eu só aprendi assim. 
Será preciso ouvirmos todos esse diagnóstico, essa condenação? Quem me dera que não. Quem me dera que nos bastasse o dia-a-dia para vivermos de acordo com a nossa essência, mas sabemos que não é assim. Só nos mexemos, só vivemos quando nos dizem que esta vida está a acabar. Ou quando a vida se acaba, connosco ainda vivos, tal não foi a dor daquele trauma. Só funcionamos à porrada, com confrontação, com a perda repentina, com a chapada na cara. Só funcionamos quando nos tiram a base que, afinal, é movediça e nada tem de seguro. 
Parece que se não tocarmos na realidade da efemeridade da vida, nunca a reconheceremos. Parece que só seremos felizes, à força e com sofrimento, parece que andamos a pedinchar que nos digam, vestidos de bata branca e com um consultório a condizer: Tenho uma excelente notícia para ti: hoje é o teu último dia de vida. E sabes porque é uma excelente notícia? Porque vais finalmente procurar aquilo que te alimenta e largar tudo o que há tanto tempo queres largar, mas que só não o fizeste antes porque precisavas de uma desculpa. Agora, toma lá a tua desculpa: Hoje é o teu último dia de vida.
Admiro todos aqueles que reagem ao diagnóstico fatalista, mas também te admiro tanto a ti, que me estás a ler neste momento enquanto bebes o teu café, na tua cidade, com o teu silêncio e o sotaque próprio, que não precisas que te condenem oficialmente e que, mesmo assim, te procuras.
Por Marine Antunes - Jornal i

quinta-feira, 10 de março de 2016

About Steve Job's movie

What can I say?
Uma mãe desequilibrada e um pai que não queria saber?!
I can relate.

segunda-feira, 7 de março de 2016

Sim!

Há poucas coisas tão boas como uma cama feita de lavado depois de 12h de trabalho. 
Até amanhã.

Mondays

Acordo esta segunda de manha para um mundo diferente do que foi ontem.

O Jamaica vai fechar. Tantas noites, tantas memorias, vai fechar...
E até podem pensar "mas o que é que lhe interessa, ela nem mora em Lisboa"!! Eu sei...mas o facto de não morar em Lisboa não quer dizer que goste de mudar o que sempre foi assim. Parece que acaba um ciclo, apesar desse ciclo já ter acabado há anos, isto finaliza-o de vez.

A D.Albertina morreu. A fiel depositaria do meu saco do Judo, noite após noite. Irritada, extasiada de alegria, deprimida e com lágrimas nos molhos, a D.Albertina tinha sempre um sorriso para mim. Um "ohhh, menina não fique assim" quando me via a cair aos bocados pelo chão do balneário, e um "hoje treinou bem não foi?" quando me via entrar com sorriso de orelha a orelha.
E mais uma vez, eu sei, que não sei quando voltarei a por os pés no meu ginásio, mas não interessa porque, quando o fizer a D.Albertina não vai lá estar.

E esta manha, que por ser de segunda-feira já não fantástica, tornou-se ainda pior.
Sempre fui muito sensível aos nunca mais, detesto os nunca mais, detesto...

sexta-feira, 4 de março de 2016

Criar

Hoje descobri a razão de não escrever com mais frequência...não tenho momentos de calma.
Para ser creativo é preciso ter tempo, pensar, silencio. Tudo coisas que eu não tenho com frequência.

Queria voltar aos meus textos creativos. Acho que um dia ainda os consigo juntar todos com um fio condutor e eles vão fazer todo o sentido.

Tenho 3 historias na calha, com detalhes e tudo. Mas para ficarem bem escritos preciso de tempo. Tempo. Tempo.

Quero tempo para não fazer nada sem ser pensar e criar.

Trabalho muito, ponho as prioridades no sitio certo, mas tenho dias em que só tenho saudades de me deitar na cama a olhar para o meu dossel, horas a ouvir os meus CDs, a ler os meus livros. Que saudades de não fazer nada, sem culpas...

domingo, 31 de janeiro de 2016

IKEA hacking

Eu e ele.
Temos passado os fins de semana assim...

Vamos o IKEA, compramos umas coisas que precisamos, mas apenas o suficiente para montar e arranjar no fim de semana, e vimos para casa.

Serra, aperta, monta, trata, pinta, fura, limpa, arruma, aspira, move, fixa...eu gosto e ele também. E a nossa casa está a ficar linda por demais!
O resultado final tem sido sempre muito melhor do que aquilo que imaginávamos.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Remember?

Raindrops on roses and whiskers on kittens,
bright copper kettles and warm woolen mittens,
brown paper packages tied up with strings,
these are a few of my favorite things.

Cream colored ponies and crisp apple strudels,
door bells and sleigh bells and schnitzel with noodles.
Wild geese that fly with the moon on their wings.
these are a few of my favorite things.

Girls in white dresses with blue satin sashes,
snowflakes that stay on my nose and eyelashes,
silver white winters that melt into springs,
these are a few of my favorite things.

When the dog bites,
when the bee stings,
when I'm feeling sad, 
I simply remember my favorite things,
and then I don't feel so bad.

Pois é

Vês acontecer aos outros, e sabes como é...
A instabilidade, o nunca saber se vai correr bem o mal, o não conseguir prevenir nada porque a onda vai-te passar por cima faças o que fizeres.
E a empatia.

Eu tenho montes, não porque sou melhor ou pior que ninguém, mas simplemente porque em muitas situações já lá estive, já vi, já sei como é. E mesmo que não tenha ainda passado por isso, tenho uma facilidade pouco usual em calçar as botas dos outros.
Para o meu e para o mal, porque depois preocupo-me.

Mas se usar este "dom" para o bem, posso pelo menos ouvir e dar 2 ou 3 palavras de alento e de força.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Isso



Mas é tão difícil. Não herdei de todo a fé inesgotável da minha avó.
Ela nunca duvidava que ia correr tudo bem, nunca, nem por um segundo. Era abençoada pela sorte, dizia ela. 
E eu, quando olho para trás também acho que sou abençoada pela sorte, mas hoje, aqui, agora, tenho medo. Não por mim, há muito que deixei de ter medo, eu aguento o que vier, mais lagrima menos lágrima, mas pelo meu irmão?
Tenho medo por ele, que ele não consiga, que não dê a volta, que não se descole da infância e do peso que a nossa mãe exerce, que não cresça para ser o homem que eu gostava que ele fosse, recto, trabalhador, forte. Tenho medo de o ter protegido demais, apesar de me alegrar que ele tenha tantas, e talvez apenas, memórias felizes da infância. Mas agora é hora de crescer, e eu estou pronta para o deixar esfolar os joelhos, mas ele não quer. 
Há muito tempo que não me deito e adormeço em 5 minutos. Tenho sempre que meditar, pensar que não posso pensar e só depois consigo começar a adormecer.
Será que quando forem os meus filhos também vou ter estas dúvidas? Ou terei mais certezas?
Acreditar que vai correr bem é melhor, mas é tão difícil.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

Há dias assim...

Há um dia em que tens de te sentar á frente do computador e escrever no Google "Lares".
Hoje é esse dia.

E por mais que possa parecer antecipado, por mais que não queiras nem pensar como vai ser esse dia, a responsabilidade de teres de ser tu a cuidar, é maior do que o não quereres fazer. Quando mais cedo pensar nisso, maior a probabilidade de arranjar um sitio melhor, e isso é o mais importante!
E porque eu faço sempre aquilo que tenho de fazer, e preparo-me com toda a antecedência possível para sofrer o menos que conseguir, ainda não deitei uma lágrima (hoje!).

Estou a guarda-las para quando for a Lisboa.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Frustante

É lutarmos por uma causa com todas as nossas forças, e virarmos-nos ao contrario para arranjar soluções e ir buscar recursos onde eles não existem...e no fim, nada resultar.

Eu quero acreditar que a sorte vai ajudar, que vou conseguir que o meu irmão mude, que cresça, que estude. E depois há dias em que parece tudo perdido...ele vai chumbar ano após ano, e vai tornar-se numa versão pior do que a minha mãe. Muito pior!

Já não sei o que fazer. É um desespero! Uma vida estragada por causa de uma mãe irresponsável. Bem...não há-de ser o primeiro e não será o ultimo.

Devia tentar não me importar tanto, deixar o mundo andar como tem de andar, mas é muito dificil. É tentar ser alguém que não sou. Eu importo-me e eu quero saber. E tentar ser diferente é só pior...

sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Tantas e tantas vezes...

O Mundo

Sabes que o mundo é redondo, quando, num outro emprego, num outro pais e em outra lingua, te voltam a pedir para ordenares clientes por exposições.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

terça-feira, 5 de janeiro de 2016

Matar o bicho

Com luvas de boxe.

Bold move, nem sempre funciona.

Vamos ver.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Virus

Nesta terra curam-se sem antibiotico.
Fica em casa 5 dias a amornar e espera que passe.

E vai passar certamente, do lado dele da cama para o meu.

Ou então não. Vamos ver.

domingo, 3 de janeiro de 2016

Update da balança

Dia 1/1 a balança anda 5kg para trás!! SEMPRE!

Era bom era.

A minha tomou freio dos dentes (como diz o meu pai) e andou para a frente descontroladamente.
Ela é doida e eu comi, literalmente, tudo o que me apeteceu nos ultimos 2 meses...

There's no montain high enough...mas desta vez é bem grande.

Here we go again.