domingo, 20 de agosto de 2017

Finalmente

Aparentemente o blogger não funciona bem numa versão qualquer do iPhone. 
Eu com tanto para partilhar e sem conseguir.

Parecendo que não já passaram 6 semanas desde que o M. nasceu. Semanas sem computador e sem tempo. Tempo esse que tomou agora uma nova dimensão. Sou um joguete na mão do meu filho recém-nascido; ele é prioridade primeira, o que faz com que haja dias que as 15h ainda não comi e que banho é quando dá. 
Não há queixas aqui, há constatações.
O meu Eu mãe adora cada segundo, cada nova coisa que ele faz, cada olhar doce que ele me dirige.
O meu Eu pessoa por vezes colapsa. Lágrimas e soluços que mostram que ser mãe é muito importante mas a nossa individualidade também. Creio que eu serei daquelas mulheres que nunca poderá ser só mãe, por mais que ame o meu filho. Preciso do meu duche diário, de me arranjar e por maquiagem, de sair à rua e falar com adultos sobre temas que não sejam bebes. 
Preciso disso para me equilibrar, para sentir vontade de voltar para casa e ser mãe mais não sei quantas horas até a altura em que me apetece uma pausa novamente.
Foram 6 semanas de mudança, de por vezes não me reconhecer, de choros, revoltas e dificuldades. Semanas de um sentimento crescente de amor infinito, de um quente no coração que não consigo descrever, de arranjar forças quando o corpo só quer colapsar e dormir 2 dias seguidos, de não deixar de fazer o que acho que é melhor para ele, mesmo sabendo que seria mais fácil. 
E claro não sei sequer se posso ou devo falar do medo. Ele voltou, sentou-se aos pés da minha cama com aquela cara que diz "tudo pode acontecer a qualquer altura, quando menos esperares". Tento com todas as minhas forças racionalizar este medo irracional de tudo e de nada, mas creio que a melhor estratégia é apreender a viver com ele. Desde que soube que estava grávida o medo só se tornou cada vez maior, grande e gordo alimenta-se de todas as histórias terrificas, que vamos tendo conhecendo todos os dias. Finjo que ele não está lá para toda a gente, e em determinadas alturas até para mim. Mas ele está e é mais uma coisa com a qual vou ter de apreender a viver.

Tenho muito para vos contar.
E agora que consegui escrever todas estas linhas sem a aplicação ir abaixo, talvez consiga.