sábado, 2 de dezembro de 2017

Partilhas

O M. dorme e eu sento-me 2 minutos na cozinha a  passar os dedos nas redes sociais, que descuido 1000 neste momento porque não dou a mínima, e neste pouco tempo leio 3 coisas sobre o tema partilhas nas redes sociais...

Para mim, importante é o que guardamos, o que fica entre nós e a pessoa com quem partilhamos o momento. E por isso, se e importante eu não partilho, porque nem vou gastar tempo com isso.
Claro que, como não tenho a urgência de partilhar, acabo por nem tirar fotografias e depois tenho pena de não ter mais fotos deste ou daquele sítio, desta ou daquela situação ou evento. Por isso instaurei, o que eu chamo de regra de ouro...em férias partilho uma foto por dia, faço das minhas redes sociais o meu álbum de vida.
Do meu M. tiro uma foto de cada acontecimento (o que neste momento é quase uma todos os dias) e não partilho. 
Não sou fanática e medrosa sobre ter fotografias dos miúdos nas redes sociais, simplesmente não quero. O M. é só meu e dos que o rodeiam, não tem de ser, por enquanto, de mais ninguém.

domingo, 26 de novembro de 2017

segunda-feira, 20 de novembro de 2017

Reality your bitch

Fácil julgar: “ele é um bocado estranho”, “diferente”, “sempre despenteado”...
Vários comentários ou às vezes só olhares, sorrisos de escárnio, abanares de cabeça.

Sim, concordo com o diferente e nunca pensei no assunto mais do que dois minutos até hoje.
Levantou o braço numa reunião, o relógio caiu e por baixo estava lá, marcada no pulso uma cicatriz longitudinal pelo pulso abaixo.

A realidade tem maneiras certeiras de nos atingir. Hoje pensei mais do que 2 minutos sobre o que significava ser diferente. As pessoas andam a nossa volta e nós não sabemos nada do que se passa ou passou lá dentro.

Numa qualquer altura da vida, esta pessoa decidiu que não queria mais viver e hoje está aqui, a viver esta vida tão semelhante a minha.

Não me devia espantar, também eu já fui uma pessoa que não sou mais. Mas espantou, pôs-me a pensar em quantos demónios andam por aí sem que nós demos por isso.

sexta-feira, 17 de novembro de 2017

Do luto e a sua permanência em nós

Deve ser por estar longe, mas às vezes esqueço-me que a minha avó já morreu.
É como senão a visse porque estou aqui e não porque ela morreu. Durante o tempo de 2 ou 3 pensamentos não aconteceu, vou-lhe dizer o que estou a pensar em breve, vou estar com ela em breve...
Como agora, da minha infância veio a memória a Praça de Londres, passei para a igreja São João de Brito, e daí para ir à missa com a minha avó, até que...não, não vai acontecer.
Acontece cada vez menos mas ainda acontece e não sei quando vai deixar de acontecer, e me vou esquecer simplesmente de quando ela era viva. 
Podia fingir que isso nunca vai acontecer dado o amor que eu tinha por ela, mas sei que não é verdade. Demora mais ou menos tempo mas o próprio tempo absorve o amor, o que vivemos juntas e até a dor. No final, seja ele quando for, fica a aceitação de que a morte leva tudo, menos uma lembrança indolor que acarinhamos de tempos a tempos.

Curtas

Nothing says blast from the past as Carolina Herrera 212.

segunda-feira, 13 de novembro de 2017

Como sempre

Saudades de escrever, de me sentar a jogar conversa fora comigo mesma e passar depois horas a ajeitar o texto, mudar as palavras de ordem, cortar sem dó nem piedade parágrafos que são meros apêndices. Saudades de ter tempo para escrever.

Voltei ao trabalho há mais de um mês. Nas primeiras 3 semanas fui novamente um joguete nas mãos do tempo (coisa que odeio). A correr de um lado para o outro, entre o open-space, a sala de amamentação e o sofá da minha sala, num jogo que coordenação que me tirava toda a energia para pensar no que quer fosse exceto o M. e o trabalho.

Luckly enough, fui promovida. Ato de extrema simpatia da parte da minha entidade empregadora. Parecendo que não, ser reconhecida pelo meu trabalho e dedicação é uma das razões pelas quais adoro estar aqui. 

O M. cresce todos os dias a um ritmo que quase não consigo acompanhar. Continuo a aprender a ser mãe dele e ao mesmo tempo concilia-la comigo. Descobri que todos os livros que li durante 9 meses são apenas guidelines, similares aos livros que lemos na faculdade. Na pratica, temos que nos adaptar constantemente. Há dias em que está tudo controlado e há dias em que apenas se sobrevive.

A quantidade de amor, essa sim chocou-me, não estava a espera. O amor esmaga-te de tal maneira que ás vezes parece que todos os outros sentimentos desaparecem. Eles estão cá, eu sei, mas neste momento ainda estão a levar com o brilho fortíssimo que o M. emana e que eu ainda não consigo absorver rápido o suficiente para deixar ver os outros sentimentos. Ter um filho pode, sem duvida, gerar sentimento suficiente para colmatar toda a ausência de outros sentimentos, disso tenho agora a certeza. Não é saudável, mas é possível.

As chaves são:
Equilíbrio, o balanço delicado entre ser mãe e ser mulher. Eu preciso de tempo, preciso de estar comigo, de ir ao ginásio, de ter as unhas arranjadas a depilação feita. Preciso de ler e de escrever, de ver a minha série e de conversar com adultos, de aprender Holandês e ter side projects. Ter tempo é o desafio do momento. Tirar tempo ao trabalho não é inteligente, tirar ao sono não é sustentável, tirar à família não é aconselhável e tirar-lo ao M. é simplesmente impossível.
Eventualmente hei-de conseguir ter a minha vida equilibrada novamente.

Adaptação. Quando achas que a rotina está estabelecida, as noites estão boas, e está tudo equilibrado, pumba! dentes!, ou pumba! cólicas!, ou pumba! growth spur!, ou pumba! eczemas!
Nada é estático, está tudo constantemente a mudar, a evoluir, todos os dias. Para uma control-freak como eu esta extrema flexibilidade pode levar à loucura.

Aceitação, a melhor palavra. O que me faz levar calmamente quando ele acorda novamente a meio da noite (por uma razão diferente da anterior, que eu já tinha resolvido), que me faz não stressar por ter de alterar os planos 5 minutos antes dos acontecimentos.
Quando aceitas que nem todos os dias vais conseguir fazer tudo o que querias, que há dias que tens de te deitar as 21h, que uma Vogue demora um mês inteiro a ler, que tens de ter ajuda, a vida corre melhor. Estar permanentemente a lutar contra coisas que são como são é pouco inteligente e certamente leva a depressões sérias.

Não tenho exatamente uma deadline para conseguir tirar isto de letra. Os desafios são enormes porque a vida, como ela era acabou, desapareceu e não vai voltar. E habituarmos-nos a isso custa, tanto a mim, como ser individual, como a nós casal.

E com isto foram 2h inteiras. Uma tirei ao trabalho e a outra ao sono. Começar a trabalhar as 7h da manha tem as suas vantagens, mas começa a doer quando se chega a 5a feira.

domingo, 20 de agosto de 2017

Finalmente

Aparentemente o blogger não funciona bem numa versão qualquer do iPhone. 
Eu com tanto para partilhar e sem conseguir.

Parecendo que não já passaram 6 semanas desde que o M. nasceu. Semanas sem computador e sem tempo. Tempo esse que tomou agora uma nova dimensão. Sou um joguete na mão do meu filho recém-nascido; ele é prioridade primeira, o que faz com que haja dias que as 15h ainda não comi e que banho é quando dá. 
Não há queixas aqui, há constatações.
O meu Eu mãe adora cada segundo, cada nova coisa que ele faz, cada olhar doce que ele me dirige.
O meu Eu pessoa por vezes colapsa. Lágrimas e soluços que mostram que ser mãe é muito importante mas a nossa individualidade também. Creio que eu serei daquelas mulheres que nunca poderá ser só mãe, por mais que ame o meu filho. Preciso do meu duche diário, de me arranjar e por maquiagem, de sair à rua e falar com adultos sobre temas que não sejam bebes. 
Preciso disso para me equilibrar, para sentir vontade de voltar para casa e ser mãe mais não sei quantas horas até a altura em que me apetece uma pausa novamente.
Foram 6 semanas de mudança, de por vezes não me reconhecer, de choros, revoltas e dificuldades. Semanas de um sentimento crescente de amor infinito, de um quente no coração que não consigo descrever, de arranjar forças quando o corpo só quer colapsar e dormir 2 dias seguidos, de não deixar de fazer o que acho que é melhor para ele, mesmo sabendo que seria mais fácil. 
E claro não sei sequer se posso ou devo falar do medo. Ele voltou, sentou-se aos pés da minha cama com aquela cara que diz "tudo pode acontecer a qualquer altura, quando menos esperares". Tento com todas as minhas forças racionalizar este medo irracional de tudo e de nada, mas creio que a melhor estratégia é apreender a viver com ele. Desde que soube que estava grávida o medo só se tornou cada vez maior, grande e gordo alimenta-se de todas as histórias terrificas, que vamos tendo conhecendo todos os dias. Finjo que ele não está lá para toda a gente, e em determinadas alturas até para mim. Mas ele está e é mais uma coisa com a qual vou ter de apreender a viver.

Tenho muito para vos contar.
E agora que consegui escrever todas estas linhas sem a aplicação ir abaixo, talvez consiga.

terça-feira, 20 de junho de 2017

Curtas

Saltos altos e tornozelos... I miss you!!

quarta-feira, 7 de junho de 2017

sábado, 3 de junho de 2017

Curtas

Adoro morar em Amsterdão.
Sentados numa esplanada no centro vemos as flores nas janelas, bicicletas, crianças nos carrinhos, pais relaxados, o ritmo de uma cidade em que ninguém correr para nada.
Amesterdão nunca vai ser Lisboa, mas não é por isso que gosto menos dela.

sexta-feira, 2 de junho de 2017

Curtas

Já percebi porque é que não se vem muitas mulheres com 9 meses de gravidez na rua... andar por si só, e uma tarefa hercúlea!
E ainda faltam 3 semanas!

segunda-feira, 29 de maio de 2017

Tempestade

Deus sabe como eu gosto de uma boa trovoada! Deus sabe.
E se juntar relâmpagos... óptimo!
Cenário perfeito para o meu último dia de trabalho.

domingo, 28 de maio de 2017

Duvidas que me assistem

Estou gorda ou estou simplesmente inchada?
Não tenho tornozelos, os meus dedos dos pés são bolinhas, as mãos parecem um sapos, tenho o nariz largo e cara de bolacha.
Faltam 4 semanas e tenho medo, muito medo que afinal isto não seja corpo inchado de gravidez mas gordura pura e dura. E pior, só vou descobrir depois...
Odeio surpresas!

E escusam de me dizer que não posso pensar nisso, e enumerarem todas as maravilhas da maternidade. Aos 9 meses já é demasiado peso para isso. 
Neste momento (em que tenho que me vestir para ir jantar fora), penso sim, no meu armário cheio de roupa (que agora me parece nova), no bikini que quero usar em Agosto e em todo o exercício que quero fazer assim que resgatar o meu corpo.

Continuo a ser mulher mesmo depois de ser mãe (e não vou pedir desculpa por isso), e a mulher que há em mim esta desejosa de voltar a ter uma barriga lisa, pode matar-se no ginásio e vestir um número de roupa aceitável.
Desejosa!!!

Curtas

A minha nova rubrica!
Estou farta de esperar para ter um computador a frente para poder escrever.
Quando lá chego já a ideia se foi...
Vou tentar assim. Continuo a detestar estar tanto tempo sem escrever.

terça-feira, 11 de abril de 2017

Como começar um novo hobbie?

1) Perceber se se gosta do hobbie ou se se gosta mais da ideia do hobbie. Marcar uma aula única ou um curso rápido para dar uma introdução ao tema sem investir muito.

2) Se o ponto numero 1. nos deu imenso prazer e foi algo que nos veríamos a fazer durante várias horas podemos prosseguir e tentar saber mais coisas básicas sobre o nosso hobbie. Passar umas horas no youtube a pesquisar ajuda. O youtube diz praticamente tudo o que precisam de saber sobre qualquer coisa.

3) Se o vosso hobbie for alguma coisa de exterior ou relacionada com desporto eu sugiro investir em aulas. Ser autodidacta é bom se não envolver colocar o vosso corpo em risco. Comprei sempre o pacote mais pequeno (e barato) possível e não invistam em material. Material é algo que só se deve investir quando tiverem a certeza que gostam do vosso hobbie e que o querem fazer durante algum tempo. Excepção feita se for algo barato como uma raquete de squash, um skate ou uns patins (tudo em formato básico para iniciados).

4) Pratiquem. Se não arranjarem tempo para o vosso hobbie no inicio, quando ainda estão excitados sobre o assunto, é porque nunca vão arranjar tempo. E se dizem que não tem tempo, bem, é verem o que vos dá mais prazer: horas em frente à TV (ou computador) ou horas com o vosso hobbie. Eu sinto sempre (e cada vez mais) que a TV, computador, telemóvel é uma perda de tempo. Nada contra, gosto de ver séries e filmes, mas dois episódios máximo ou um filme, chega, sobra e sobeja. Computador é o mínimo indispensável, já passo o dia a trabalhar em frente a um, a nossa relação está esgotada. E telemóvel, é óptimo quando estamos numa fila, ou no WC, mas mais que isso cansa-me.

5) Tenham atenção a altura da vida em que estão, mas não se coibam de começar tarde qualquer coisa que vos dê prazer. Quero com isto dizer que, por exemplo, agora que sei que vou passar mais tempo em casa, faz sentido um hobbie que me permita aproveitar mais a minha casa, tendo portanto tempo para o fazer (mesmo quando o bebé nascer). Mas comecei o Judo aos 18 anos, era cinto branco quando toda a gente já era castanho ou preto e comecei o Surf aos 25 numa classe só de adolescentes. Mas comecei, fiz durante anos e quando tiver tempo (ou voltar para Lisboa) posso fazer outra vez.

Acima de tudo garantam que nunca param de experimentar e aprender coisas novas: um desporto, uma língua, uma arte, qualquer coisa! Experimentar faz-nos sentir vivos.

segunda-feira, 10 de abril de 2017

Planos!

Falta um mês e meio para ir para casa de licença.
Vou ficar um mês em casa sem fazer nada, tal como manda a lei aqui na Holanda.

Se a inicio este mês me pareceu um desperdício, neste momento a ideia sabe-me, acima de tudo, bem.
Começo a sentir o peso, um peso que não tem a ver com gordura corporal, mas sim com uma pressão em sítios desconhecidos e estranhos. Dormir começa a ser uma espécie de constante vira-e-acorda e por isso tenho que fazer sestas no sofá quando chego a casa para recuperar, o que me faz sentir como se não fizesse nada além de trabalhar e dormir.
As tarefas da casa acumulam-se e não tenho vontade, nem paciência ou força para ir para a cozinha ou tratar da roupa.

Achei que não ia acontecer, confesso! Como se eu fosse diferente da maioria das mulheres que olhava para mim com cepticismo, quando eu dizia que podia trabalhar até ao parto, porque afinal em Portugal não há nada na lei que diga que tenho que ir para casa um mês antes. Ainda tenho colegas que acham que não vou aguentar até aos 8 meses, mas eu continuo a querer fazê-lo, acima de tudo porque tenho uma lista de coisas para acabar aqui no trabalho que não acabam. E como sempre, quero termina-las na perfeição.

Mas há uma novidade para contar: como achei que ia estar aborrecida em casa durante um mês. Com mobilidade reduzida dado ao peso da barriga, decidi começar um novo hobbie relacionado com artes - pintar e desenhar.
A verdade é que sempre tive vontade de fazer algo que desenvolva o meu outro lado do cérebro, o criativo. Escrever só não chega, especialmente porque raramente tenho tempo para me dedicar a um texto de ficção. Escrevo o que sinto e isso não é bem criatividade.
Por isso, no mês que vou ficar em casa, não vão ser só livros e séries (já me estava a aborrecer só de pensar nisso!). Vão ser também textos, pinturas e desenhos...


terça-feira, 4 de abril de 2017

7 meses

E uma gravidez santa!
Realmente, até agora, há muito para agradecer neste campo.
Nada a declarar além de umas náuseas pontuais, um cansaço médio, e uma dores suportáveis em sítios estranhos.

Tenho tentado levar tudo equilibradamente. Duvido que algum dia seja uma daquelas mães arco-íris e potes de ouro, que diz que tudo é maravilhoso, mas também evito o negativismo.

Sinto falta de fazer desporto a sério (yoga prenatal é só para não ficar parada), de vestir a minha roupa, de andar de saltos altos sem pensar se o dia vai ser calmo ou não, de um copo de vinho (ou mesmo dois), de comer tudo sem pensar em bactérias e azia... sinto falta do meu antigo independente eu, por vezes.
Mas tento ver o temporário da situação e lembrar-me que daqui 1 ano (ou 10), vou ter saudades de estar gravida. Vou sentir falta de estar sempre acompanhada, de senti-lo a mexer dentro de mim todos os dias, de cantar para ele e sentir as reacções sempre que alguém fala mais alto ou me assusto.

Tudo são fases, e é assim que quero continuar a prosseguir. Uns dias em pico de felicidade e outros a aceitar o dia menos bom ou mais hormonal, como tudo fazendo parte do processo.

Começo a ficar ansiosa para o ter aqui comigo. Tenho medo que algo não esteja bem, o mesmo medo que me acompanha desde o dia 1, aquele que me segreda ao ouvido tantas vezes "foi tudo fácil até agora, prepara-te". Calo-o, porque me recuso a viver em medo, mas meia volta ele está aqui para me relembrar (caso eu me queira esquecer) que de uma hora para a outra o mundo vira-se ao contrario. E eu vou levando, também o medo, como uma parte natural. Suponho que todas as mães tenham medo, eu só tenho mais experiência em mundos ao contrario.

Começo também a ficar excitada com os detalhes, pequenos pezinhos para dar beijinhos, amamentar, dar banho, cuidar, passeios no parque. Ter um ser vivo meu e só para mim durante 3 meses. Quero muito.

Resumindo. Está tudo bem, está tudo calmo. A vida correr e vou passando mais uma fase, mais uma experiência.

domingo, 19 de março de 2017

Sobre o amor

Eventualmente terei de ensinar o meu irmão a não dar amor a quem não merece.
Tão clara é esta premissa para mim agora, que me esqueço quanto tempo levei a aprender esta lição.
Dar amor a quem não merece, não quer, ou não retribui é frustrante, infrutífero e causa maior de todo o tipo de dores e mágoas.

Neste dia do pai, ele voltou a ligar ao pai. Como senão tivessem passado quase dois anos desde que ele viu o pai pela ultima vez, como se toda a ausência nada significasse, como se toda a relação fosse casual e permanente e o telefonema no dia do pai fosse apenas mais um entre tantos. Mas não é. Não é de todo.
Depois desta semana eu própria ter falado com o senhor (por outros motivos), e durante as duas conversas ele não ter perguntado uma única vez pelo filho, temo que também o meu irmão um dia busque em pessoas que não lhe querem dar amor, o que o pai (e a mãe) lhe deviam, incondicionalmente, ter dado.

Como criança, não posso dizer que ele seja infeliz (muito pelo contrario) ou que sofra constantemente por esta ausência. Mas a pressão de ter um pai, de ser igual aos outros, de entregar o cartão do dia do pai (que nada significa), fala sempre mais alto. E é apenas no dia do pai. Nem nos anos, nem no Natal ou nenhuma outra data ele sente esta necessidade, mas o dia do pai é hoje, e foi desde que ele era pequeno, uma espécie de lembrete de que ele precisa de ter um pai e não tem. E por isso ele procura neste dia essa normalidade instituída.

Atendendo à idade dele, tudo o que posso fazer é nada. Deixa-lo perceber por ele mesmo quem está presente na vida dele e quem não está. Vou ter de deixar a adolescência vir e ir até lhe poder dar a minha opinião adulta sobre este assunto. Até lá vou ficando com lágrimas nos olhos cada vez que penso no injusto que toda a situação é. Em como todas as crianças deviam ter um pai e uma mãe que desse o mundo por eles e a realidade é que isso não acontece. Não aconteceu comigo e não aconteceu com ele.

As marcas que isso deixa, não interessa quantos anos ou terapia depois, são permanentes.
Eu aprendi a não dar amor a quem não merece da mesma maneira que aprendi que tenho que me esforçar para fazer ter aquilo que quero, à força, por uma questão de sobrevivência. Mas e como é que isso se ensina, se algum dia o tiver de fazer? Ele vai-me sempre ter a mim, e eu não tinha ninguém. Isso, para o bem e para o mal, faz toda a diferença. Por um lado, ele nunca vai estar sozinho, mas por outro e não tem necessidade de se esforçar tanto!

Inocentes os que pensam que educar, ensinar e preocupar esta só guardado para os pais. Todas essas coisas estão guardadas para quem ama, pais, irmão ou amigos.

sexta-feira, 17 de março de 2017

Sarcasmos

Conheço bem as formas de sarcasmo de alguns dos meus amigos (que adoram usar sarcasmo como segunda língua). Incrível como o cérebro consegue guarda pequenos e quase imperceptíveis detalhes sobre algumas pessoas.

quinta-feira, 16 de março de 2017

Post-Vacations

Fresca que nem uma alface, com o sono em dia, calma como o mar de Verão. Chama-se pos-férias e estou a adorar!

Ficam aqui alguma fotos (tiradas pelo marido) para verem quão tranquilo foi:


 





segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

Sexta

Não costuma ser um dia difícil, mas esta sexta foi insuportável. A realidade a fazer das suas, com todas as preocupações e desespero habituais.
Nada que já não se tenha falado, nada que seja estranho ou que não estivesse há espera, mas quando ligam a dizer que a nossa mãe está no hospital e vocês estão a 2300 km de distancia, as coisas tem outra perspectiva. Na verdade não foi nada de especial (para o que podia ter sido!). Apenas mais uma queda, desta vez ligeiramente mais grave que o normal. Depois do relatório médico a dizer que eram apenas nódoas negras vêm as decisões...em casa sozinha, ela não pode ficar.

Um corrupio de telefonemas, pedidos de ajuda, e depois de algumas horas lá se arranjou um lar para ela ficar uns dias. A primeira vez que ela deu entrada num lar, e eu sei não será a ultima!
Doí-me o coração pensar nisso. Na altura (e como sempre), fiz o que tinha de fazer. Entro em modo "problem solve" e até ela estar a entrar a porta acompanhada pelo enfermeiros, não parei, não me desmanchei, não verti uma lágrima. Só depois, sempre depois.

Na verdade, custa-me mais o que isto significa, do que a queda em si mesma. Qualquer pessoa pode cair em qualquer lugar, mas no caso da minha mãe, esta queda |(a juntar as anteriores), é só o agravamento da gravidade, e faz-me crer que estamos a chegar ao limite. Estamos a chegar a passos largos aquela zona sem retorno, em que ela terá de estar com cuidados de saúde permanentes e dai já não há volta a dar.
E se por um lado terei um incremento substancial na minha paz de espírito, por outro o meu coração aperta-se de pensar na solidão a que a minha mãe estará sujeita. Parece que, de alguma maneira, a solidão quando estamos na nossa própria casa não é tão grande, e que se estivermos presentes (e a dar chatice) as pessoas se esquecem menos de nós. Assim que a paz de espírito de instalar e se souber que ela está bem, temo que ela fique cada vez mais sozinha.
Deus sabe que o feitio que Ele lhe deu a impede de criar laços com os outros. As pessoas ajudam porque são caridosas e tem bom coração, mas são humanas, e a minha mãe faz perder a cabeça a um santo.
Até eu, tenho dias que me esqueço que ela simplesmente é doente, sempre foi doente de espírito e de cabeça. E volto a tentar falar com ela, fazê-la perceber que a realidade dentro da cabeça dela, não é real...e após três insistências desisto. Ela vai viver para sempre no mundo dela, um mundo em que todos lhe devem tudo, em que ela só tem servos e criados. Um mundo em que ela é a Viúva Porcina da sua própria historia, aquela que faz sempre tudo certo, e todos nós somos apenas um mero acessório, um acrescento.

Mas não estou de pazes feitas com esta realidade, muito pelo contrario. Custa-me por mim e por tudo o que já passei, custa-me por ela, mas custa-me principalmente pelo meu irmão. Que no meio desta historia vai ficar com uma mãe pouco presente, já tendo um pai completamente ausente.
Ele adapta-se bem, no meio da loucura que foi uma pessoa como a minha mãe ter filhos, pelo menos adaptabilidade foi uma das qualidade que tivemos de aprender (à força) e em que somos muito bons.
O mundo pode desabar, que enquanto houver uma noite para dormir, de manha já tudo se acomodou.
O que não quer dizer que não se sinta, e que a mossa, essa, não fique lá.
Não sei como resolvo este dilema dentro de mim, ela colhe o que semeia, mas eu fico triste. Acho que vou ter de ir caminhando apenas, um passo de cada vez nessa direcção e a responsabilidade de decidir o futuro dos outros. Mais uma vez não sei o que é melhor, esperar, deixar andar e um dia deste alguma coisa realmente má acontecer, ou ser assertiva, tomar a decisão quando tiver de a tomar e talvez cedo demais. Gostava que alguém me dissesse como é que se toma esta decisão, honestamente eu não sei.
Vou confiar em mim, explicar o porquê, ouvir o conselho dos outros e pedir desculpa se errar. É isso que vou fazer.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

SO-NHO

Muito difícil quando se partilha a cama. But still!

terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

Food for thought


Depende do que é, infelizmente há coisas na nossa vida, que fazem tanto parte do que queremos para nós, que por mais que queiramos viver sem eles (ou aprender a viver), não conseguimos. Esses são os que tem de ser resolvidos.
Depois há os outros, os que "encucamos". Não são essenciais à vida, mas por alguma razão tingem tudo à nossa volta. Normalmente não dependem de nós, mas conseguem transformar bom em mau, branco em preto. Esses são os que tem de ser esquecidos.
E a diferença é essa, o que depende de nós lutar para conseguir, mesmo que seja insubordinação da mais pura, e o que, façamos o que fizermos, não é connosco.

domingo, 5 de fevereiro de 2017

Nem sei!

Nem sei descrever qual é o sentimento que se abate sobre mim quando leio algumas coisas, e em especial quando essas coisas vem do mural do facebook do meu pai.
Como eu já disse ele faz parte daqueles, os outros silenciosos que votaram no Trump. E tem dias que decide colocar frases que mostram que ele concorda com o Donald. E o meu coração enraivecesse, entristecesse, e apetece-me gritar-lhe aos ouvidos. Fazê-lo entender, pelo menos a ele, que é meu pai o quão errado  ele está. Ou então bloqueá-lo, ou tecer algum comentário publico que mostre o meu desagrado.
Mas não vale a pena. Já nos envolvemos em discussões feias por causa de tópicos como racismo, homossexualidade ou machismo em geral, e a conclusão é sempre a mesma. Concordamos em discordar, porque ele não me vai mudar a mim e eu não o vou mudar a ele.
Ao mesmo tempo sinto que se não disser nada estou a ser conivente, estou a aceitar que o meu próprio pai pense assim sem dizer nada, sem lhe mostrar que ele está errado, sem lhe tentar explicar (mais uma vez) que como ele pensa não faz sentido.
Juro que estas coisas me agoniam. E que não tenho uma solução para isto, sem ser tentar não me chatear. Respirar fundo e escolher bem as minhas batalhas, há coisas contra as quais não vale a pena lutar.

Pequeno Almoço

O ritual da primeira refeição do dia foi uma das variadíssimas coisas que herdei da minha avó.
Preparar as torradas, o café (preto sem açúcar), uma fruta, água. Sentar a mesa com um livro, uma janela cheia de sol, e no caso da minha avó, o toque final seria um cigarro. Infelizmente para mim a ultima parte acabou já há uns anos, mas todo o ritual cuidado do pequeno-almoço mantêm-se intacto, pelo menos aos fins de semana.
Na verdade é a minha refeição preferida do dia, o momento em que posso estar sozinha com os meus pensamentos, alinhar o que pretendo fazer com o dia de hoje, relaxar e comer ao mesmo tempo.
Quem me tira o pequeno almoço ao fim-de-semana, tira-me muita coisa. E para mim não importa se acordo as 9h da manha ou as 13h...prefiro 1000x o pequeno-almoço ao almoço (se tiver de escolher) e começar o dia com almoço é coisa que me recuso terminantemente.

Quando estou de férias ou em Lisboa, o pequeno almoço é também a altura do dia de estar com os que mais amo. E mais uma vez me lembro da minha avó, sentada a mesa, por vezes apenas para nos fazer companhia. Quando estávamos todos na Quinta, numa correria de entra e sai, ou em casa dela, quando estávamos apenas nós as duas. Tanto pequenos-almoços que partilhamos durante os nossos 30 anos de convívio.

Não posso dizer que é só dos pequenos-almoços almoços que tenho saudades, mas também deles. Pedacinhos de vida em comum, conversa banais e ás vezes nem por isso, começos de dias que duravam eternidades. Tanto, tantos dias que nunca mais se vão repetir. Acho que são sempre poucos os dias com as pessoas que nos amam, essa é a verdade. Tão verdade como o dar quase tudo para poder repetir aquele sentimento quente no peito, só mais uma vez.

Como não posso partilhar mais pequenos-almoços com a minha avó, faço questão de os ter só para mim, e de um dia os partilhar e os mostrar também ás pessoas que mais amo. A mesa cuidada, as torradas feitas com amor a pingar manteiga, o café (com leite "porque ainda não tens idade para beber só café"). Detalhes. Só detalhes, que fazem tanta falta.

sábado, 4 de fevereiro de 2017

Barriguda

Os que me lêem há já algum tempo, devem imaginar pela quantidade de vezes que falo sobre este assunto, que eu luto constantemente com o meu peso.
Já foi uma luta mais renhida, já foi um peso pesado na minha auto-estima, já me preocupei muito mais em tentar estar sempre de saltos altos, maquilhagem, produção à la Hollywood do que agora. Não obstante o caminho que já percorri, o peso é, e creio que será sempre, pouco meu amigo.
E os que me conhecem sabem que eu gosto de fazer exercício físico, mas não nasci a gostar, que eu me alimento bem agora (70% das vezes), mas que adoro uma maionese com batatas fritas e que apesar de estar sempre a falar de dietas, boa alimentação e desporto, eu tenho, desde que me lembro de ser pessoa, pelo menos 8kg a mais.

E há quem me diga que não se nota, ache que sou exagerada e não veja esses 8kg em lado nenhum, mas a verdade é que, quer eu queira ou quer não, de acordo com todas as tabelas médicas, eles sempre estiveram lá. E com a idade, eu aprendi a viver até bem com eles. Aprendi a vestir-me para os disfarçar, a balançar o que gosto de comer com o que posso comer, as férias com o ir todos os dias ao ginásio, o saudável com o sabor...e apesar de tudo, o meu corpo vai-se mantendo mais ou menos no sitio com a idade.

O problema é que agora estou grávida, e sendo já esta uma fase hormonalmente descontrolada, ainda fui ficar grávida numa altura em que estava 4kg acima do meu peso habitual (que relembro para os mais distraídos já é 8kg acima do que deveria). E estar grávida é uma estrada só de ida no que a peso diz respeito, onde o ficar algumas semanas estável é o máximo que se consegue fazer. 
Claro que depois há sempre as comparações, as fotografias das outras grávidas para nos chatear, aquelas pessoas que engordaram 9kg e nem mais um, as pessoas que emagreceram, as pessoas que não engordaram e saíram do hospital com a sua roupa...

Eu confesso que sempre tive medo desta altura da minha vida. Medo, sim, porque há quase 20 anos que luto para controlar o peso, e não quero sair desta experiência sem caber no meu armário. 

Os primeiros 3 meses foram fáceis, enjoada de manha há noite, a balança nem acusou. E depois veio o natal, desgraçada. E depois voltei a portar-me bem, e este fim-de-semana estiveram cá amigos, e foi outra vez uma desgraça. E há quem me diga para esquecer e relaxar, estou grávida, não vale a pena chatear-me muito. Uma piada bem boa, porque eu sei, que se relaxar acabo esta brincadeira com 30kg a mais, mas na boa! Na boa mesmo! E por isso não posso relaxar, o que é chato, especialmente quando me dá vontade de comer. É que a questão não é nem o ter mais fome que o habitual, a questão é que, se há alguma comida que simplesmente me está a saber bem, o meu estômago não tem limites. Eu não fico cheia! Ponto.

Isto tudo para dizer o seguinte: a) não vou relaxar até ao final, o que só por si não significa nada, b) pelo caminho existem férias e Pascoa, o que torna tudo mais preocupante, e c) quero vestir a minha roupa quando voltar para casa, ou pelo menos alguma dela, vá!

Isto das hormonas já é difícil o suficiente sem eu me sentir uma baleia. Vontade de chorar (ou matar pessoas) do nada, pés inchados e um final do dia difícil (todos os dias), olheiras até meio da cara porque há noites que já não tenho posição. Digamos que o sentir-me bem comigo mesma não acontece todos os dias, especialmente agora que começo a aumentar a olhos vistos. 
E depois do parto as hormonas não vão melhorar, é o que toda a gente diz, pelo menos. Não preciso de todo de chegar a casa, e no meio da azafama que é manter uma criança viva, ainda ter de estar constantemente a pensar que vou demorar pelo menos 6 meses a perder tudo o que ganhei. Não preciso, a sério!

Posto isto, só me resta alimentar-me o melhor possível, continuar a ir ao ginásio, e rezar. Uma reza daquelas bem forte, porque só Deus sabe o que eu já penei por causa do meu peso.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

De cabeça nas férias

Falta exactamente um mês para esta barriguda estar esticada ao sol.
Mal posso esperar!!
Quero passeios, livros, boas comida e descanso.
Quero o barulho do mar, areia nos pés e sol na cara.
Quero calor, cabelo despenteado e roupa leve.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

Leveza

Fascina-me o quanto algumas pessoas levam bem algumas coisas, e outras pessoas apenas andam sempre com o mundo ás costas.
Nestes últimos dias descobri mais sobre o mundo chato da hemodiálise, e descobri ainda mais sobre a maneira como encarar problemas de saúde graves.
Ter de ficar preso a uma maquina três vezes por semana durante 6h, com os braços em estado lastimável, um controlo absoluto e obrigatório de tudo o que entra pela boca e uma gestão constante deste equilíbrio entre o que entra e que sai, faria crer que o balanço com que levamos os dias iria pender, sem sombra de duvidas, mas o fundo do poço em matéria de humor e boa disposição. Mas, como pude verificar, não para algumas pessoas!

Algumas pessoas simplesmente aceitam as coisas más, gerem o dia-a-dia sem se revoltarem constantemente com os porquês, levam a vida como se coisas que os limitam não fossem nada, fossem apenas um contratempo, uma fila de transito, um pneu furado. De tal maneira que aos outros, aos que vêem de longe, até parece simples, nada de especial, um problema corriqueiro.

Enquanto isso, alguns outros de nós, com coisas facilmente resolvíveis, nos limitados a abanar os braços em desespero, a manter permanentemente a cara de frete, de "esta vida não é fácil", "não gosto do meu emprego", "tu não tens noção o trabalho que isto dá"... costas curvadas, ombros descaídos, olhar soturno e semblante carregado.

Até me dá vontade de rir quando penso no quanto somos nós, e apenas nós que transformamos as coisas naquilo que queremos. Enquanto, por este mundo a fora, uns transformam problemas sérios em trivialidades, outros passam a vida nesta competição de misérias, que nada mais são que banalidades.

Estes últimos dias foram inspiradores por isso mesmo. Por ter visto com os meus próprios olhos que uma coisa tão má, numa idade tão jovem (a minha, afinal de contas) não é final do mundo, nem pode manchar tudo o resto à volta.

terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Em curso

Literalmente.
Eu e a minha mania de fazer tudo quanto são cursos e de aumentar a minha formação mesmo quando não há nada que assim o exija.
A questão é, por muito trabalho que tenha, parece-me parvo estar a desperdiçar uma oportunidade de aprender qualquer coisa nova, especialmente quando me é oferecido.
Não obstante disso o curso é lento, mas lento (dai poder estar a escrever entre exercícios) e também é longe, mas longe de Amesterdão.
Mas tudo isso são coisas menos boas, que equilibram com uma coisa óptima. Eu precisava de uma pausa do meu trabalho do dia a dia. Precisava desta quebra, deste relax que é estar o dia a ouvir alguém e a fazer exercícios fáceis. De chegar perto das 17h a casa, e simplesmente me dedicar a pensar em coisas minhas.
Tempo para pensar, para fazer listas, esquemas, budjets, planos...
Podem até dizer que este curso foi perda de tempo. Eu própria estive metade da manhã a pensar que sim, mas de momento sabe bem.
Até daqui a 2 dias escritório.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Irmãos = Amor infinito

Sabes que os amor que te une aos teus irmãos é gigante, quando olhas para a fotografia do primeiro dia de trabalho deles e começas a chorar.
Sim, sister C. começou hoje a trabalhar e o meu pai enviou a fotografia dela a sair de casa para o seu primeiro dia. Andei com ela ao colo, e hoje ela vai começar a sua jornada de 40 anos (ou mais) de trabalho. Hoje deixa de ser pequenina e vai passar a ser uma mulher, a ganhar o seu dinheiro, a ser independente.
Estou tão feliz...e posso sempre culpar as hormonas por esta choradeira parva!
Porque quando temos irmãos temos amigos para sempre. Porque cresci sem eles e por isso dou-lhes ainda mais valor. Porque sou a mais velha, e por isso posso chorar quando todos começarem a trabalhar.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

Não queria...

E não vou transformar isto num blog de bebés, mas juro que as hormonas estão em todo lado.
Há dias que só queremos vir a tona, nós próprias, o que sempre fomos, com conversas interessantes, ideias inovadoras e projectos novos, mas tudo se sente diferente. A gravidez tem dias que tinge tudo e já nem nos conhecemos.
Hoje tinha em mente escrever sobre um tema muito interessante (espero conseguir amanha fazê-lo), mas desde que acordei que as minhas hormonas se sentaram ao volante. O meu filho deu o seu primeiro "pulo" de crescimento e a minha barriga não cabe em lado nenhum, onde até há dois dias cabia. Hoje fiquei sem fôlego a subir um lance de escadas, hoje voltei a estar enjoada o dia inteiro, hoje deixei de conseguir encostar a barriga a mesa para mostrar um qualquer ponto de vista no computador. Hoje senti-me o dia inteiro um farrapo de pessoa, tenho que vos confessar.
Depois cheguei a casa, tentei explicar o meu marido como me sentia e desisti 2 minutos depois. A cara de "não me parece que tenhas qualquer motivo para estar chateada", fez-me dar meia volta direita a casa-de-banho onde enchi uma banheira até acima e deitei-me de molho durante 40 minutos. Não vos posso dizer que estou óptima, mas melhorei significativamente.

Não vale muito a pena tentar explicar, porque suponho que isto faça parte do processo. Também não vale a pena tentar pedir alguma empatia por uma coisa que não sei explicar...de facto está tudo óptimo, não há qualquer motivo para me estar a sentir assim, mas estou.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

Sonhos

O de hoje fez-me suar.

Tinha voltado para Portugal e tive de pedir à minha antiga chefe o meu antigo emprego de volta, enquanto estava a procura de outra coisa. E pior, ela deu-mo de volta só para me poder torturar outra vez diariamente.

Acordei (para ir à casa-de-banho, claro) a suar. Não foi bom, nada bom, um stress mesmo eu diria.

sábado, 14 de janeiro de 2017

sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

Reestruturação? I wish...

Depois do anuncio, do que eu achava, seriam as medidas mais concretas da reestruturação no nosso departamento, fui almoçar com uma colega grega.

Esta minha colega, não é do meu departamento e portanto tem potencial para se tornar amiga, sentou-se a minha frente com o coração nas mãos a dizer não sabe o que vai acontecer com o contrato dela. Durante um ano ela trabalhou com pessoas que lhe segregaram a informação, esconderam o seu próprio trabalho para ela não poder aprender (Deus nos livre se ela se tornasse melhor que eles), com um chefe que nem percebeu o que se estava a passar. E ela, boa pessoa, simpatica demais para o seu próprio bem, nada disse, fingiu que não estava acontecer até, na avaliação dela, ter sido acusada de pouco pro-activa e slow learner.

"Nós socialmente damos-nos bem, qualquer um deles tomaria uma cerveja comigo", dizia ela. Claro que isso não os impedem de lhe travar as ambições e tentarem diminui-la a cada reunião.

Ela é tão boazinha que me fez lembrar de mim. Anos e anos, a ouvir e calar, não comentar, respeitar a hierarquia e sem resmungar, a ser explorada, a ensinar mas fingindo ao mesmo tempo que a pessoa já sabia, traduzir inglês, encobrir...
Se eu soubesse o que sei hoje, tanto murro na mesa que eu tinha dado!

Mas, e como eu lhe disse, lidar com pessoas difíceis e chefes inseguros é uma lição para o futuro. Toda a gente vai sempre "tomar uma cerveja connosco" se nós não fizermos ondas, de alinharmos com status quo, se não fizermos demasiadas perguntas ou procurarmos por situações justas.
Sinceramente que se lixe a cerveja. Fiz amigos no trabalho uma e única vez na vida, que foi no meu primeiro trabalho, e fico muito feliz de os ter feito, mas depois disso nunca mais.

E enquanto muita gente acha isso uma posição extrema, ou até triste, eu acho que faz parte do trabalho que as coisas assim sejam.
Gosto muito e alguns colegas meus, acho até que eles poderiam ser meus amigos (senão fossem meus colegas), mas teria sempre os dias contados e levaria sempre a dificuldades desnecessárias. Porque irá haver uma altura em não iremos estar de acordo, ou haverá um conflito ou qualquer outro problema, e eu não me vou calar. Não vou evitar dar a minha opinião ou dizer que alguma coisa está errada, não vou concordar só porque somos amigos. E ainda pior que isso, a amizade poderá ser usada contra mim, porque quem é amigo confia e quem confia partilha confidencias.
Espero que ela tenha ouvido e comece a dizer mais o que pensa. A primeira vez que passas por cima do teu chefe e da opinião dele, custa muito, mas depois só melhora.

E sobre a reestruturação? Ah, nada concreto. Ninguém fala olhos nos olhos, ninguém diz como vai ser, mas uma coisa é certa, que vai ser, vai.

Hoje


Acordamos assim por aqui.

Estava ainda naquele sono leve e so ouvia a chuva a pingar a pingar. Vontade de ficar a trabalhar de casa hoje.

Mas depois o sol abriu, um frio polar, mas com sol, o que faz toda a diferença.

Bons dias a todos.
Bom fim de semana!!!!

quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

Let's start this circus once and for all, shall we Donald?

Muito já se disse sobre o caso Trump, não irei portanto acrescentar nada de novo.
A meu ver não é nem uma questão de total inaptidão para o cargo por falta de formação politica, há muitas pessoas sem formação que desempenham papeis fundamentais com o trabalho que fazem. Para mim é uma questão da pessoa em si, independentemente do partido politico ou do discurso de vendedor que todos os políticos tem quando estão em campanha.

Todo ele é hipocrisia, falta de transparência, ultra privilegiado sem culpas ou remorsos. Todo ele é mentiras descaradas, contradições constantes, faltas de respeito, mesquinhez, vingativo, infantil...tão infantil.

E eu consigo ver alguns argumentos para a sua eleição:
- É homem
- É branco
- É heterossexual (a tocar no machista e classico playboy)
- É Republicano e só isso basta para a maioria das pessoas que tratam os partidos políticos como clubes de futebol. Para hooligans políticos, não interessa se os candidatos são bons ou maus, serem daquele partido é o suficiente (fenómeno observado também no meu país, infelizmente)
- Sabe vender e dizer exactamente o que as pessoas querem ouvir, seja verdade ou mentira
- É diferente, mesmo sendo o que chamam de "conservador"

O que me assusta, é que para milhões de pessoas estas 6 coisas foram suficientes para o eleger. A ele que não se sabe calar, que não sabe ouvir criticas, que acha que esta acima do bem e do mal, que neste momento tem o poder nuclear de metade do mundo a distancia de um clique, que é desequilibrado, abusivo com as mulheres e com as minorias...
Estou cansada de dar voltas à cabeça a tentar arranjar um racional para isto. Mas talvez o mundo esteja apenas irracional. Evoluímos tanto em 40 anos que isto não é mais do que um confronto de gerações, aquelas que foram educadas nos anos 60 e as que são fruto dos anos 80 e 90. Pode ser, Deus sabe quantas discussões aparentemente irracionais eu tenho com o meu pai sobre estes assuntos. O meu próprio pai que eu sei, apesar de ele não dizer abertamente, é um deles...um dos que não percebe qual é o mal em uma pessoa como o Donald Trump ser eleito.

O Donald absorve neste momento todas as noticias mundiais, em grande parte porque não se sabe calar, não sabe ouvir e não aguenta opiniões diferentes da dele. E as noticias importantes? Como o facto de existir desde hoje uma maior força militar Americana em solo Europeu, deixam de ser importantes porque ele manipula todas as atenções como um macaquinho de circo.
Só tenho pena que em democracia as pessoas não sejam responsabilizadas pelo seu voto, um por um a sofrer na pele as escolhas que fez com leviandade.

Acima de tudo estou já muito cansada deste assunto e da fé que perdi no mundo com a eleição dele.

Eu só pedia a alguém que lhe desactivasse a conta do Twitter, misteriosamente, de modo a que o salvem dele mesmo e a todos nós, que não queremos ser arrastamos para uma terceira Guerra mundial por causa de um Tweet.

P.S: E depois há o momento em que entro no Pinterest para procurar uma fotografia para colocar aqui e leio os comentários das pessoas que votaram no Trump e fico com uma vontade irracional de lhes distribuir bofetadas.

terça-feira, 10 de janeiro de 2017

É bom...

Ter necessidade de escrever outra vez.

No dia-a-dia, priorizar a minha escrita, o meu Português. Decidi também trazer livros escritos na minha língua para casa este Natal. Chega de só viver em Inglês e em Holandês.

Faço as pazes com as outras línguas por colocar mais ênfase na minha. Canto em Português, praguejo em Português, amo em Português, o importante é, e terá de ser sempre feito na minha língua. Português é o que me define, o que melhor me sabe adjectivar, o que entra nos meus sonhos.

É bom estar de bem com o que falo. Ter o meu corpo a repelir outras línguas e ter de lutar com o Holandês estava a deixar-me exausta. E isso é tudo o que eu não preciso, se momento a única coisa que preciso são sopas e descanso.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

Por estes dias

Ginásio para mim significa:
- Andar (correr dá-me uma dor nas costas impossível de aguentar)
- Elíptica
- Alongamentos
- Exercícios de braços (muito leves) 

E um cansaço que me mata depois disto. Se escorrer uma pinga é porque já estou a fazer demais...o truque é fazer até conseguir falar. Senão conseguir falar é porque já está a ser demais! É absurdo a quantidade de cansaço que actividades tão simples me dão.
Só de pensar que ainda vou ter de pegar na bicicleta para ir para casa...

Bom fim de semana.

P.S: Estão -2 graus lá fora! A fotografia é só para enganar.

Paises Civilizados

Ou nórdicos, ou apenas a Holanda, não sei. Mas no país onde eu vivo, muita coisa diferente acontece:

- Não há filas em nenhum sitio, excluindo no transito. Nem no banco, nas finanças, no município, nos registos, no médico. Simplesmente filas é um conceito desconhecido aqui. Aqui liga-se, marca-se hora e os horários cumprem-se. Se estás atrasado, esquece, o provável é que nem te atendam porque a seguinte pessoa já vai estar há espera.

- Tudo se trata há primeira, se for relacionado com o governo (empresas privadas, algumas são um caos). Se tenho que ir fazer alguma coisa ás finanças, ligo, marco hora, digo qual é o assunto e assim que desligo recebo um e-mail a dizer-me todos os papeis que devo trazer para resolver aquele assunto especifico.

- A coisa mais importante são os filhos e a família. Nenhuma carreira é prejudicada se depois de se ter filhos se passar a trabalhar apenas 4 dias por semana ou se passar a sair as 17h. Alias, estranho é uma mulher dizer que vai trabalhar 5 dias por semana depois de ter filhos (como eu verifiquei recentemente) e toda a gente sai perto das 17h (com ou sem filhos).

- Os chefes ficam contentes se uma mulher engravida. Não fazem perguntas nenhumas sobre o bebé, o trabalho acumulado, quando é que se vai de licença ou quando é que se volta. Tudo isso é tratado com os RH, como a mãe quiser e apenas depois comunicado ao chefe.

- Não se espera para nada. Para transportes, para ser atendido em qualquer sitio, por outras pessoas em reuniões! Esperar é um conceito que os Holandeses não entendem e para o qual tem paciência nula.

- Nada fica mal em Amesterdão. Não interessa a roupa que tens vestida (ou a ausência dela), quem é que estas a beijar ou o que é que estás a fazer. Ninguém vai olhar para ti duas vezes, ninguém vai comentar, ninguém quer saber o que tu fazes. És livre, se precisares de ajuda grita.

Claro que também há coisas más. Não é Lisboa, não há família nem amigos por perto, o sol e o calor não são tão frequentes...
Isto não é o paraíso na terra, mas estas coisas fazem uma diferença brutal no bem estar do dia-a-dia.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

Juro

Tem dias que parece tudo tão fácil que tremo só de pensar no que estar para vir.
Tento explicar isto aos outros, mesmo aos que me conhecem há mais tempo, e ou eles não percebem ou simplesmente acham que estou a ver pelos em ovos e que tenho de parar de pensar nisso.

A minha questão é simples: nunca nada foi fácil. E neste momento o meu trabalho está um sonho (mesmo tendo contado ontem ao meu chefe o meu novo estado), o meu casamento corre calmo e tranquilo, o meu irmão está bem, a minha mãe com todos os seus problemas está estável. Está tudo bem. Sinistro!

Vou aproveitar, mas não consigo deixar de pensar nisto.

terça-feira, 3 de janeiro de 2017

Terças que parecem Segundas

A culpa é minha neste caso, 9 em 10 vezes a TAP atrasa-se no voo das 19.55h, e eu continuo a marca-lo. A culpa é minha por continuar a insistir.

Deitei-me perto das 3h da manha e já estou a trabalhar há mais de uma hora.

Não há café que me salve hoje, o meu pequeno almoço foi a sandes que a TAP ofereceu ontem no avião e estou no fundo do poço no que ao cansaço diz respeito. 

segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

Para os meus leitores

E porque este ano quero escrever mais, quero partilhar mais, quero dar mais ao mundo...
Podem corresponder-se comigo a partir de hoje pelo e-mail

aculpanaoeminhaetua@gmail.com



2017

Este ano não vim fazer votos para 2017, nem tão pouco passar em revista o ano de 2016.

A verdade é que todos os anos tem coisas boas e más e apesar do mundo alardear que 2016 foi um ano trágico, para mim não foi. Foi um ano difícil (como alias já descrevi aqui), foi um ano de grandes decisões, foi o ano em que provavelmente as férias me souberam mais a pouco, pouquíssimo, foi o ano em que fiquei grávida (esta é a novidade!).
E com tudo isto, 2016 é para mim mais um ano para agradecer. Foi mais um ano em que o equilíbrio imperou, em que não perdi o norte nem o rumo, em que o destino não me tirou o chão nem me levou ao tapete, e por isso agradeço.

E para 2017 não vão haver desejos a ser cumpridos, nem votos ou objectivos. Para 2017 quero apenas agradecer ainda mais por tudo o que tenho. Parar para contemplar as variadíssimas coisas que passam por mim todos os dias, incluindo a tristeza e a frustração que por vezes nos assolam. Tenho descoberto que os sentimentos chamados de maus fazem parte de nós, e que evita-los ou não lhes dar a devida atenção não trás nada de bom, pelo contrario. As coisas inevitáveis são melhores se forem sentidas em pleno. Depois disso, esgotam-se, extinguem-se, e o que deixam é apenas força e certeza. Depois de sentida a dor, o que resta é olhar para a frente, com a certeza absoluta que pior nada ficará.

Por isso 2017 vai ser para mim (se Deus e o Destino permitirem), mais um ano de equilíbrio. E para este ano quero apenas calma, fazer as coisas mais devagar, acabar com o multitasking, tratar melhor de mim, ter mais tempo para mim e para as coisas que me dão prazer. E com um "eu" melhor, dar também o melhor de mim aos que me rodeiam.

Que 2017 seja eterno enquanto dure.

Feliz Ano Novo.