sexta-feira, 17 de novembro de 2017

Do luto e a sua permanência em nós

Deve ser por estar longe, mas às vezes esqueço-me que a minha avó já morreu.
É como senão a visse porque estou aqui e não porque ela morreu. Durante o tempo de 2 ou 3 pensamentos não aconteceu, vou-lhe dizer o que estou a pensar em breve, vou estar com ela em breve...
Como agora, da minha infância veio a memória a Praça de Londres, passei para a igreja São João de Brito, e daí para ir à missa com a minha avó, até que...não, não vai acontecer.
Acontece cada vez menos mas ainda acontece e não sei quando vai deixar de acontecer, e me vou esquecer simplesmente de quando ela era viva. 
Podia fingir que isso nunca vai acontecer dado o amor que eu tinha por ela, mas sei que não é verdade. Demora mais ou menos tempo mas o próprio tempo absorve o amor, o que vivemos juntas e até a dor. No final, seja ele quando for, fica a aceitação de que a morte leva tudo, menos uma lembrança indolor que acarinhamos de tempos a tempos.

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