Não entendo como é que, em pleno conhecimento de todas as premissas, sabendo que não há futuro, que não liga, que se insistirmos vai ser um mar de lágrimas e de transtorno inútil alinhado com uma perda de tempo assustadora, mesmo assim há qualquer coisa que nos empurra para aquele sitio, vertiginosamente e sem controlo.
Se vem tudo do cérebro, se o coração é só um músculo, como é que isto se explica?
Como é que se explica que o racional valha tão pouco na presença do que todos chamam “amor”?
A não ser que estejamos a chamar amor a uma coisa que não é, não consigo perceber o que raio andamos todas a fazer? Não é suposto o amor fazer-nos bem? Tornar a nossa vida maravilhosa e feliz? Fazer-nos acreditar numa coisa maior que nós, num para sempre? Se o amor assim só nos faz mal, se calhar somos nós que não sabemos amar? Então, a culpa é nossa?!
Claro que, os nossos julgadores máximos diriam que a culpa é mesmo nossa. Fomos avisados que não ia dar, que não nos devíamos sequer ter aproximado daquela pessoa, que merecemos a dor porque fomos burras, que agora temos de controlar, calar e amarrar a vontade. Não gosto de julgadores máximos, tendem mesmo sem querer para a hipocrisia, com a falta de memória caracteristica esquecem-se que somos todos humanos e que também eles já o foram, que é tão fácil falar e tão difícil de fazer, que às vezes não dá, a tentação de ir ver só mais uma vez, só mais um bocadinho é impossível de resistir…
Com o distanciamento de quem já olha de fora para dentro, surgiram-me estas dúvidas que não consigo calar. É que olho à volta e somos algumas (bastantes) assim, algumas com este mesmo problema, e sem saber como sair dele. A certeza absoluta que não é para ser e que não pode ser, a juntar-se à força do dito amor que destrói tudo quando passa.
Não sei se alguém algum dia me vai responder e convencer com a resposta, o certo é que, quem esteve sai a custo, quem está na linha, reza todos os dias para não voltar a entrar (não, por favor), quem ainda está não sabe como sair e quem não entrou e ouve os alarmes encarnados vai certamente entrar.
Se vem tudo do cérebro, se o coração é só um músculo, como é que isto se explica?
Como é que se explica que o racional valha tão pouco na presença do que todos chamam “amor”?
A não ser que estejamos a chamar amor a uma coisa que não é, não consigo perceber o que raio andamos todas a fazer? Não é suposto o amor fazer-nos bem? Tornar a nossa vida maravilhosa e feliz? Fazer-nos acreditar numa coisa maior que nós, num para sempre? Se o amor assim só nos faz mal, se calhar somos nós que não sabemos amar? Então, a culpa é nossa?!
Claro que, os nossos julgadores máximos diriam que a culpa é mesmo nossa. Fomos avisados que não ia dar, que não nos devíamos sequer ter aproximado daquela pessoa, que merecemos a dor porque fomos burras, que agora temos de controlar, calar e amarrar a vontade. Não gosto de julgadores máximos, tendem mesmo sem querer para a hipocrisia, com a falta de memória caracteristica esquecem-se que somos todos humanos e que também eles já o foram, que é tão fácil falar e tão difícil de fazer, que às vezes não dá, a tentação de ir ver só mais uma vez, só mais um bocadinho é impossível de resistir…
Com o distanciamento de quem já olha de fora para dentro, surgiram-me estas dúvidas que não consigo calar. É que olho à volta e somos algumas (bastantes) assim, algumas com este mesmo problema, e sem saber como sair dele. A certeza absoluta que não é para ser e que não pode ser, a juntar-se à força do dito amor que destrói tudo quando passa.
Não sei se alguém algum dia me vai responder e convencer com a resposta, o certo é que, quem esteve sai a custo, quem está na linha, reza todos os dias para não voltar a entrar (não, por favor), quem ainda está não sabe como sair e quem não entrou e ouve os alarmes encarnados vai certamente entrar.
É que, vejam bem, podemos resistir a muita coisa, mas não resistimos ao amor…
Só gostava de saber porquê!
É muito complicado mas se calhar, temos de levar estes estalos e aguentar ( a piar mais ou menos, dependendo dos dias ). Estou a passar por algo do género e com o tempo, começo a encarar isto como uma lição. Não estou a gostar, mas mais vale aprender qualquer coisa! Força *
ResponderEliminarClaro que entendes. Sabes que tens um lado racional e outro emocional. A percentagem de cada um não é igual para todos nós, há pessoas que se caracterizam mais por um lado outras mais pelo outro.
ResponderEliminarO meio termo é um ponto que se encontra a meia distância entre os dois extremos e todos sabemos que não é fácil equilibramo-nos só num ponto, precisamos sempre de uma margem para cada lado para passear.
Dependendo da fase em que nos encontramos na vida podemos estar mais para um lado do que para o outro. O importante é não perder esse ponto de vista.
Não queremos que ninguém seja completamente emocional nem tão pouco completamente racional. Por um lado ninguém atura drama queens com grandes picos para cima e para baixo, nem tão pouco alguém estático que não sinta, não viva, não se deixe envolver.
Sendo que, este tão procurado meio termo, depende de quem o interpreta, define-se como grande objectivo comum do ser humano a busca pela felicidade. E é aqui, nesta busca pela felicidade, que reside a solução de todos os problemas.
Perante uma situação de maior fragilidade emocional, caracterizada por uma falta de felicidade, cabe a nós próprios ter um breve momento de racionalidade e apercebemo-nos que não somos felizes.
Constatado o óbvio, fica a faltar diagnosticar a causa e arranjar uma solução. A causa, exceptuando casos de negação extrema, é fácil de identificar. Já a solução não é assim tão fácil.
As soluções para o problema variam de quão longe estamos do nosso lado racional, de quão fragilizados estamos. No entanto, lá no fundo sabemos bem qual é a solução, mas essa fica sempre para último plano: só se mais nada resultar.
O tipo de solução é definido por aquilo que estamos dispostos a fazer, por aquilo a que estamos dispostos de abdicar.
Uma solução 100% eficaz, 100% racional, é cortar relações com essa pessoa que tanto bem nos fez, mas que tanto mal nos faz agora. É uma solução que requer "tomates", uma visão a longo prazo e um egocentrismo invencível: a nossa felicidade acima de tudo (requer que tenhamos a noção de que a nossa felicidade não já não inclui essa pessoa). Claro que, exceptuando alguns casos, esta solução tem muito pouca aderência. No entanto, todos os casos que acompanhei tiveram 100% de sucesso, tendo estas pessoas iniciado outra relação feliz e completamente saudável.
Todas as outras soluções em que possamos pensar carecem do lado infalível da supramencionada, da 100% racional. Estas, caracterizam-se assim por ter uma maior ou menor percentagem de emocionalidade, que quanto maior, menor a probabilidade de sucesso da solução.
O sucesso destas soluções que não são carne nem peixe, não tem origem na solução em si. Estas soluções acabam por resultar porque o tempo vai passando e esta solução "improvisada" acaba por "cumprir o objectivo".
Normalmente são soluções que custam menos mas por muito mais tempo. Enquanto a primeira dói a sério mas pelo tempo mínimo em que é possível "curar o coração", estas arrastam-se, desgastam-nos e maçam-nos ao ponto de nos impedirem, durante uns bons tempos, de viver a vida. Por vezes fazem com que deixemos de acreditar no amor, deixam-nos num estado de apatia, de desinteresse pela vida que nos impede de conhecer outra pessoa.
Chega a altura de definir qual a melhor solução. Não sei, nem creio que ninguém saiba. A melhor solução para cada pessoa depende assim do medo que tem de perder a pessoa que um dia nos amou, mas acreditem, já não nos ama. Depende assim de quão longe conseguimos ver: mais vale arriscar ser feliz os últimos 20 anos da nossa vida com alguém que ainda não sabemos quem é, do que nos agarrarmos ao pouco bem que esta pessoa nos faz, justificando todo o restante mal.
Quando na dúvida pensem, com o tempo que "já perdi" com ele/ela não podia já ter conhecido outra pessoa que me fizesse feliz!? Resumindo, não se sujeitem a ser vítimas do amor que não vos faz feliz. Mas quem sou eu para saber..!? :)