quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Eu confesso...

Às vezes acho que nem na minha religião eu faço sentido...O que é incrível!

Sou cristã, como de certo já se devem ter apercebido em posts anteriores. Fui educada a rezar à noite e de manhã, a ir a missa ao domingo, a confessar-me e comungar. Fiz isso, de facto, durante muitos anos, andei num colégio de padres (o qual adorei, ao contrário do de freiras!), ajudei em campanhas de solidariedade, ajudei os outros e ajudaram-me a mim.

Antes de entrar para o colégio tive um pequeno período em que perdi a fé, vi demasiadas coisas más para acreditar na possibilidade de um Deus supremo bondoso e absoluto, confundi Deus com a igreja e estive baralhada. No primeiro ano em que entrei, os choques entre mim e o meu professor de religião e moral foram mais que muitos, perguntas como: "então e qual é a sua opinião sobre a inquisição, professor?" foram recorrentes (na altura era muito mais inconveniente do que sou agora)!
Mas com o tempo, aprendi a distinguir o que é a voz de Deus através da voz de um padre e o que é a voz de Deus quando falamos só com ele.

Logo, desenvolvi uma coisa que eu chamo "a minha relação com Deus". Uma relação especial, na qual eu não preciso de intermediários, na qual eu tento sempre descobrir o que é bom e o que é mau, em que eu sei porque errei e onde errei. No entanto, e apesar disso, existem alturas em que eu não sei porque mas sinto necessidade de entrar numa igreja, de me sentar e de ficar ali, só ali sem mais nada.

Aconteceu-me isso quando estava em Erasmus (em que eu ia a missa...em alemão!), e aconteceu-me ontem. Tive vontade de entrar, de me sentar e de tentar alinhar a confusão que para aqui vai...e foi isso que fiz!

Entrei a meio da missa (obviamente não sabia), e sentem-me, esperei que acabasse e falei com Deus. Pedi alguma luz, alguma maneira de saber porque é que ainda estou a espera, e o que é que estou a fazer que não acabo de uma vez por todas com esta parvoíce, com este "nada" que me ocupa praticamente todas as horas do dia...

Preciso de saber o que quero e o que não quero outra vez, preciso de me impor e parar de facilitar, de deixar o sorriso parvo e me concentrar naquilo que tenho, em vez de querer uma coisa que possivelmente nunca vou ter! É que há coisas que não fazem o mínimo sentido, e esta é uma delas!

P.S: Citando a M. "se as pessoas tiverem que ficar na nossa vida, arranjam um lugar e uma maneira, mesmo que não seja aquela que tu querias, mesmo que não seja a que pensaste a inicio que seria".

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