quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Silêncios


Eu, apologista do discurso corrido, das palavras soltas e dos sentimentos debaixo da língua, encontro agora conforto no silêncio.
Menosprezado por mim, o silêncio é uma força totalmente nova e desconhecida, com um poder muito mais calmante do que qualquer palavra poderia ter, e nem por isso com menos impacto.
Depois de anos de palavras inúteis e frases soltas, remeto-me agora ao silencio total, ao sorriso calmo, às palavras que não tem de ser ditas, nem tão pouco repetidas. Descobri que o que ainda persiste é, neste momento, independente de palavras ou gestos e que se há coisa que faço mal, essa coisa é falar demais. Afinal, quem fala de menos nunca erra, nunca se engana, e aparentemente nunca se magoa.
Quando sinto que não aguento, porque afinal "a leopard does not change its spots", resumo numa frase tudo o que me atormenta e envio-a à única pessoa que não reprova, não esmiúça, e não pergunta porquê depois.
Podia escrever aqui, já o fiz. O que acontece é que o blog é publico, muito mais publico do que imagino, creio eu. Não há silêncio quando se grita em publico, e novas épocas requerem outros comportamentos.

1 comentário:

  1. As pessoas caladinhas também se magoam muito.
    Mas como não falam, ninguém sabe...

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