Toda a gente tem um ou dois esqueletos no armário, faz parte de ser humano. A grande diferença é que embora uns tenham mais esqueletos, outros os têm mais dentro do armário. E se todos já fizemos merda, coisas de que não nos orgulhamos, que preferíamos não ter feito, é a forma como lidamos com elas que nos distingue. Eu, desde que me lembro, sempre assumi os meus erros, e mesmo em pequena, quando confrontada com a asneira, sempre admiti imediatamente, independentemente do possível castigo: sim, fui eu. Não saber mentir convincentemente e pouca capacidade de viver em ansiedade ajudam. Manter um segredo dá trabalho, e, admitamos, sou preguiçosa. Depois, como o que custa mais é admitir borradas a pessoas de quem gostamos, sendo isso que realmente nos amedronta e nos leva a esconder, uma vez contando-lhes, vemo-nos livres do peso da culpa. É um alívio. E por isso, aquelas piscadelas de olho, entre o cúmplice e ameaçador, ao género sei o que fizeste no verão passado, como que a lembrar um rabo preso, raramente funcionam em mim, pois quem de interesse também sabe. Afinal, há que tempos que já pendurei os esqueletos todos à janela.
Neste blog não há valores morais flexíveis, não há paninhos quentes, não há mentiras piedosas.
Há escolhas sobre a quem dizer a verdade, há maneiras de dizer certas coisas, há cuidado com os sentimentos dos outros.
Se algumas pessoas soubessem o que me magoam as mentiras, mesmo aquelas pequeninas que dizem sem querer, não diziam...
Uma mentira descoberta, mesmo das consideradas pequenas, põem tudo em causa, repercute-se numa data de acontecimentos subsequentes à mentira manchando coisas bonitas de uma cor peçonhenta nojenta, tirando tudo o que foi bom e deixando apenas a grande e unica mentira, the big fat lie. A partir do momento em que se descobre uma vez nunca mais se confia plenamente, há sempre o grilo no ombro esquerdo a dizer "acreditaste uma, vais acreditar duas?".
A verdade pelo menos só doí uma vez...
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