Quanto mais acreditarmos que somos felizes venha o que vier, menos nos preocupamos com o que há-de vir.
Moments that could be mine
domingo, 31 de dezembro de 2023
sábado, 30 de dezembro de 2023
sexta-feira, 29 de dezembro de 2023
Desejos para 2024
Serenity to accept the things I cannot change,
Courage to change the things I can,
and wisdom to know the difference.
terça-feira, 19 de dezembro de 2023
domingo, 17 de dezembro de 2023
2023
O ano em que parece que nada mudou, mas que na realidade foi uma pré-revolução.
Que trema 2024, porque não vou voltar a trás, nem estagnar.
And I don't give a damn about my bad reputation...
Sem palavras
Sinceramente, ando sem palavras.
Mas não sem pensamentos. Esses, meus caros, correm soltos que nem crianças em verdes prados.
Preciso de tempo emocional para processar como de àgua para viver. Preciso dos meus livros para sair daqui e gerir a ansiedade que sobre por mim cai.
Mas no geral e apesar de tudo estou calma. Calma e sem medo. Em me dando o tempo que preciso para processar, nada de mal acontece. E há esta confiança em que o apocalipse não vai chegar.
Mas ao mesmo tempo uma certeza, quase absoluta, de que tudo vai mudar.
sexta-feira, 24 de novembro de 2023
quarta-feira, 22 de novembro de 2023
sexta-feira, 17 de novembro de 2023
quinta-feira, 16 de novembro de 2023
quarta-feira, 15 de novembro de 2023
A pequenina, vulnerável e insegura que eu aprendi a amar
quarta-feira, 1 de novembro de 2023
Das coisas que eu ouço
Forgiveness benefits the forgiver, and it's easy. Understanding is acceptance, and that is far harder.
Nektas - A light in the Flame
Wild life
O dia em que descobres que, antes de ti já a tua mãe fez.
E que afinal, não é assim um problema tão grande como se pensou a vida inteira.
Aceitar o pior dela (e da doença), não sentir pena por tudo o que ela me fez passar, compreender que a vida não tem de ser justa e assumir responsabilidade.
Assumir tudo, sem lutar contra. Assumir a parte de mim que é dela. Não igual, mas aquilo que eu faço dessa parte.
quarta-feira, 25 de outubro de 2023
Das coisas que ouço
How many scars did you justify because you loved the person who was holding the knife? - Steve Maraboli
Many. Too many.
sexta-feira, 20 de outubro de 2023
Pergunta
Certo e sabido que os homens escritos por mulheres são unicórnios. Seres intangíveis e mágicos que habitam no core dos nossos desejos mais íntimos. Dizem muito na realidade sobre o que as mulheres gostam e são acessíveis a todos.
Mas será que os homens em geral tiram dicas? Sabem que este mundo de conhecimento e sabedoria existe? Esforçam-se por agradar?
Eu sei que se eles fossem mulheres o fariam, mas como não são...
Aquelas perguntas que habitam rent-free na minha cabeça e que não se podem fazer a ninguém!
segunda-feira, 16 de outubro de 2023
sexta-feira, 13 de outubro de 2023
De saber e de não conseguir deixar de saber...
Sobre o ultimo livro que li:
Um romance fofinho, em que nada de mal realmente acontece. Parecia simples e exactamente o que eu precisava depois dos livros dark que tenho estado a ler, em que o constante estado de caos eleva a ansiedade a limites extremos...
No entanto, de simples o livro não tem nada! A personagem principal está tão bem desenvolvida que têm o dom de descrever na perfeição o que sente e como os outros a fazem sentir. E ali, durante os 2 dias em que li o livro, consegui perceber aquilo que quero e que não conseguia explicar.
E não é como senão soubesse já o que é que ela estava a dizer, mas experienciei isso através do livro e foi transformador. E agora que já sei, já não consigo não saber que sei e não consigo pensar noutra coisa...
Ler fantasia é maravilhoso, viver na magia e exercitar a imaginação. Mas ler sobre realidade que nos faz sentido, é quase perigoso. Não há como fugir. E mesmo que se diga que a realidade dos livros ainda assim é ficção, o que eu concordo. Neste caso eu sei.
É como se tivesse aberto a porta, tudo fez sentido e agora não conseguisse voltar a fechar. E é um sentir, continua a não dar para explicar, mas de alguma maneira empírica, sei. Sinto. Grrrrr...
quinta-feira, 12 de outubro de 2023
quarta-feira, 11 de outubro de 2023
terça-feira, 10 de outubro de 2023
Food for thought
If you accept the unacceptable, either from not wanting to cause a scene, being dramatic or simply because you cannot hold your ground and communicate straightforwardly what the problem is (or don't know how to), then you are also to blame. It is also your fault.
Relationships are built, day by day. You can always do better.
Of course knowing you could have made it differently changes nothing. As the knowledge that, even if you did it differently, nothing would have really been different.
That's what therapy is for. You improve yourself, you meditate and reflect about yourself, you know you, you explain you and you feel 0 guilt about any possible mistakes. The "we are all humans kind of thing".
But please, please, whatever you do: Never accept the unacceptable. Or as in my case, never again.
segunda-feira, 9 de outubro de 2023
Unruffled
Recuso-me a ter de esperar até aos 80 anos para perceber que a vida é curta e que chatearmos-nos por comentários parvos, dinheiro, diferentes opiniões, etc é pura perda de tempo.
Recuso-me!!
Portanto, volto à minha frase preferida aos 16 anos (e que irritava os interiores da minha mãe como nada mais): Tens dois trabalhos, é chateares-te e deixares de estar chateada.
Pequenas pérolas do meu eu adolescente. Tenho mais, senhores, tantas mais!
From my books
Everything I do in my life is my choice. I choose my morals.
Zade - Haunting Adeline
This! All bets are off now.
quinta-feira, 5 de outubro de 2023
Dark
I am embracing the dark part of me.
The witch that used to crawl under my skin when everybody called me "little witch". I lost her, she was dark, twist and mist. She didn't care, she used her pain as an excuse to do whatever she wanted.
And I am getting her back. But with no need for excuses now.
quarta-feira, 4 de outubro de 2023
quinta-feira, 21 de setembro de 2023
This and that
Not feeling is freedom.
But I never really wanted to be free, I always wanted to be consumed.
terça-feira, 19 de setembro de 2023
Dificil Setembro
Tenho que me focar, que fazer coisas responsáveis e não me apetece.
A única coisa que me apetece é ler e continuar de férias. Mas as férias já acabaram há 3 semanas, e este mood de "no stress" tem que pelo menos reduzir one notch.
Ando em mínimos olímpicos em tudo. Ás voltas com a minha parte cabeça e dentro das minhas emoções, muito no ar e pouco na terra. Ando focada só em mim e nas minhas vontades, o que não é mau em si próprio, mas exige balanceamento.
E por isso vamos à luta. Depois do café, e depois de escrever e depois de isto ou aquilo...mas chego lá.
segunda-feira, 18 de setembro de 2023
Do alto da minha adulthood
As doenças mentais tem um peso que ninguém vê. E por isso as pessoas expostas a elas directa ou indirectamente são medidas pela bitola de quem não tem ou vive com doença nenhuma, simplesmente porque uma doença mental não é visível.
Não é justo para ninguém. Mas como com qualquer outra doença, tem que simplesmente se existir com empatia.
Não se pode esperar que um adolescente tolere ou compreenda a dificuldade de um pai/mãe que vive com uma doença mental, é injusto.
Não se pode esperar que todos os dias o parceiro não sinta ou finja não sentir o peso de fazer mais de metade do serviço, é injusto.
Não se pode esperar que o próprio viva, trabalhe, obedeça a todas as regras sociais como senão tivesse nenhuma doença de todo, é injusto.
E portanto ninguém ganha, todos perdem. É só preciso aceitar e viver, viver com a certeza que podia ser sempre pior. Muito pior.
Conclusões tiradas depois das 1000 lágrimas choradas sobre o assunto. E depois de olhar com lupa para toda a minha infância, adolescência e primeiros anos de adulta.
Já não tem problema, há agora poucos culpados, ainda que ainda haja coisas que doem igual. Mas também já não há vitimas! Vivi o que vivi, passei o que passei, ultrapassei o que ultrapassei.
sexta-feira, 15 de setembro de 2023
sexta-feira, 4 de agosto de 2023
segunda-feira, 31 de julho de 2023
What keeps me awake at night?
Books.
Quando começas a ler 1 livro e afinal são 8, a vida torna-se dificil! Só durmo 8h quando estou in-between livros, senão não consigo parar.
A Maas é a melhor a escrever fantasia. A quantidade certa de tudo!
domingo, 30 de julho de 2023
Foram só 30 anos
Mas pronto, pintei o cabelo de vermelho.
Tomorrow me will deal with the consequences.
Por agora so me apetece rir.
sábado, 29 de julho de 2023
I am falling
Não achei que fosse possivel. Nem nunca tinha percebido quanto é que eu me odiava a mim própria por algumas coisa, mas aqui estamos.
Com historias passadas recontadas, com simpatia comigo mesma, sem medo de não ser boa pessoa, sem culpa por coisa nenhuma. Tem dias que acho mesmo que me tornei pior pessoa, mas ser pior pessoa não me faz sentir mal de maneira nenhuma. Pelo contrario, só me dá vontade de rir.
Nem tentar explicar-me já tento. Se querem pensar o pior, força nisso! É um genuino, "I don't give a damn".
Só me apetece arriscar, fazer coisas que nunca fiz, testar os limites do que só eu quero sem pensar em mais nada nem coisa nenhuma. Porque mesmo assim, mesmo pondo-me a mim a frente e sendo pior pessoa do que era, continuo a ser muito boa pessoa. Se é que isso vos faz sentido.
Portanto não peço desculpa. Não vou mais pedir desculpas por me por a frente. Eu sou mais importante, e não vai haver ninguém que me convença do contrario.
terça-feira, 11 de julho de 2023
Nothing felt like it
Canter for the first time!
Probably the closest I will ever be from riding a dragon and oh my God, what a marvelous experience!
Dying to go back, as soon as I can properly walk again, of course.
How come nobody told me this before? The feeling, the power, the freedom...
segunda-feira, 10 de julho de 2023
F from Forties?
Oh, fuck it.
Fuck you.
Don't give a fuck.
Fuck, yes.
"A well read woman is a dangerous creature".
sexta-feira, 7 de julho de 2023
Perguntas e respostas
Sinto-me emocionalmente estoirada.
O jogo do fazer frente ao medo é giro, mas cansa. Hoje parece que fui atropelada por um camião. E tenho a certeza, certezinha absoluta que vamos continuar pela noite dentro...
Não há hipotese de o meu subsconsciente deixar passar isto em branco. É que não há.
quarta-feira, 5 de julho de 2023
Who are you? Part 2, the essay
I am a fighter. I endure. There's nothing I cannot sustain for a period of time. Pain, injustice, suffering. I refuse to give up, I will never join the circus and I don't know how to stop my own pain, even when I should.
I believe in love and that only love is worth it, everything. Whatever type of love, only love can save us. I also thing that you love a person and that is independent of beauty, gender, sex orientation, skin colour, whatever...
I am also a big advocate of justice, scales and revenge. Perceived injustice bothers me a lot, I can wait years to take revenge or to just witness the scale balancing out on someone.
I am a very kind person and I make a big effort to continuous be gentle towards others. Sometimes it can be too much, not deserved, but I still think that actions of other should not influence how I behave.
I force myself into acknowledge my own pitfalls, fears and wrongdoings. I own some people apologies, and it took me years to confess that to myself. I fear a lot, much more that I like to let on, but I have the audacity to face it, pass beyond it and still try to do what I want to do. Audacity gives me freedom and I love it.
I hate tradition, conventional, church, hypocrisy, prejudice, patriarchy. I am almost sure I would burn as a witch by the inquisition if I had lived 500 years ago. I refuse to cooperate with any of it, play it cool, keep my mouth shut. For some time in my life I tried to do it, and I crashed and burned. Now I just accept me as I am; I do not force my view on anyone, I don't think I am superior or right, I live my life in peace, but if you send bullshit narrow thoughts on my direction, I will scream top of my lungs.
I am an optimist. In the end, everything will be solved, everything will be fine. If it's not fine it's because it isn't over.
I choose to believe in what makes my heart light, even if rationally I have doubts. Example: there's nothing after dead. But it's easy if I believe my father is somewhere, that I will see him again and that he hears me when I need him. Everything is possible inside your head, but the true continues to be the truth. By now I live very well with my own paradoxes.
Who are you?
Se não puderes usar as caixas normais: mulher, portuguesa, mãe, esposa, trabalha num banco, etc etc...quem és tu? Como é que te defines?
quinta-feira, 29 de junho de 2023
Mood of today
Algo entre o aborrecido e o irritado. Só me apetece lash-out com toda a gente.
Tenho dormido mal, demorado montes de tempo a adormecer e os sonhos são todos ansiosos. Hoje tinha uma equação matemática que não conseguia resolver nem por nada! Expliquem-me isto!
Detesto este mood. Devia ter ido correr de manha, ontem resolveu a situação maravilhosamente.
terça-feira, 27 de junho de 2023
segunda-feira, 26 de junho de 2023
Doing a break on the drugs
Estou fazer 2 livros de break no smut/fantasy worlds. Só para mostrar que posso!
Ou espero que sim pelo menos, porque se um dos meus "to read" tiver smut inesperado, vai ser um problema...
Smutty books vs. porn
sexta-feira, 23 de junho de 2023
quinta-feira, 22 de junho de 2023
quarta-feira, 21 de junho de 2023
A curiosidade...
terça-feira, 20 de junho de 2023
Coisas que se descobrem com a idade...
...talvez a minha necessidade de estar sozinha seja apenas reflexo de que, de facto and against all odds, I am more an introvert than what I thought.
Quase que tem graça dizer isso em alto, porque nunca achei que fosse! Mas a realidade, é que eu não gosto apenas de estar sozinha, eu preciso de estar sozinha. De silêncio, de calma, de livros, de pensamentos loucos, de reflexões momentâneas, de falar apenas comigo própria. E quando isso não acontece fico altamente desregulada emocionalmente.
Por isso sim, acho que sim. Talvez não 100%, mas há definitivamente qualquer coisa aqui de introversão.
Reasons to read
How many people do you love? How many friends? Family? Lovers?
There's a number on how much people you can love? There's a limit? A difference in love? Or love is just love, independent of the type?
What is the difference in loving a friend or a family member? The world for some, nothing at all for others. After all, our close friends are the family we choose, right?
And what about a friend and a lover? It's just the attraction that makes the difference? Or there's something more consuming in one than in the other? Some possession that allows us to be able to share friends and not even thinking about sharing lovers.
And if a lover is just a friend that we might be attracted to, it's only the lust that makes it different? So can you love more people if you don't feel attracted to then? But if you do, you can only love one?
Or can you be attracted and love more than one person? And is that livable or insecurity and jealousy completely shut down any viable option? Is this book just fiction or are there real people just loving each other without concerns on how it's supposed to be? Just loving and sharing because it feels good, without concerns that they don't fit in the typified boxes that society relentless try to put us in?
I wonder...
sexta-feira, 16 de junho de 2023
About my new book
It's not about the kink, or maybe it is a bit, which is also disconcerting, but fine I can take it!
But it's more about the freedom. Freedom to do what feels right to your soul, with no fucks to give. Be free to indulge, to do exactly what you want, when you want, with whoever your want.
I like freedom of spirit. Always did like it. And after this book I can not ignore it anymore...
segunda-feira, 12 de junho de 2023
quinta-feira, 8 de junho de 2023
And it's back...
E voltou a ansiedade e o nó no estômago.
Já há semanas que não sentia mas voltou em full force, juntamente com a certeira noção que estou farta, fartinha de ter medo das consequências das minhas acções.
O que achei um dia que era uma benção, o meu risk awareness, é na realidade uma maldição. Não quero viver em medo constante dos "e ses" da vida, quero simplesmente fazer o que quero hoje, e resolver o que tiver de ser resolvido quando a altura chegar. Parar de ter medo de arrependimentos, ou das tragédias que a minha cabeça faz e que na realidade nunca acontecem.
Viver dentro da minha cabeça não é fácil. Sempre achei que a única maneira de controlar a minha vida, e especialmente a minha bipolar mãe, era antecipar tudo o que poderia acontecer. Se tivesse todos os cenários possíveis e me preparasse sempre para o pior, aquela sensação de "ficar sem chão", nunca mais me aconteceria. Claro que, com a morte do meu pai, percebi a clara falácia desta teoria; é impossível controlar tudo, incluindo os piores cenários.
Mas como é que mudo uma coisa que está tão enraizada em mim que nem percebo que faço? Como é que vivo simplesmente com o que quero e com alguma (óbvia) responsabilidade, mas não deixo que isso me consuma? Doing it by doing it, I guess. Como em tantas outras coisas na minha vida, vou ter de me expor, vou ter de mostrar a jugular ao mundo, deixar acontecer e lidar com as consequências. Pior, vou ter de procurar por oportunidades para o fazer...
Good night and good luck!
segunda-feira, 5 de junho de 2023
And...
It's so good that I am not fit for work or motherhood anymore.
Want to sit and read for hours...
Dragons, fighting leathers, blades, shadows, political games. What can a girl ask more?
Começar a semana
Com uma nova professora, uma aula fenomenal e um cavalo melhor ainda.
Sinto-me revigorada e cheia de dores nos sítios certos.
quarta-feira, 31 de maio de 2023
Conceitos
Não trabalhar em frente a um computador 10h por dia. Não viver num ambiente corporate, com politicas de escritório, conversa de café, equipas para gerir, comunicação para fazer, alertas constantes a serem dados...nem consigo conceber bem o que é que isso significa.
Não ter de trabalhar sempre mais e mais, não ter de ganhar sempre mais e mais, não ter de andar sempre com o pé no acelerador a ver qual é o próximo passo.
Percebi o quão gosto de uma vida simples no dia em que invejei a senhora que nos levou até a nossa mesa num restaurante aqui em Amesterdão. Simples, vestida de preto, conversa de circunstancia com os clientes, conversa de colegas no bar nos entretantos, trabalho das 18h as 2h da manha. Todos os dias tranquilos, sem stress. Conseguia, sinto que conseguia, pelo menos durante um tempo...
E assim que imagino isso o medo entra em acção. E a segurança, de certeza que não há contratos sem termo? E o dinheiro? E se acontece qualquer coisa? O medo, sempre o irritante do medo que se mistura com algo como self-doubt.
Ainda tenho demasiadas dúvidas sobre as minhas próprias capacidade para alguém que gosta tanto de emoções fortes.
terça-feira, 30 de maio de 2023
Isso
Aceitares o teu corpo é também aceitares o corpo dos outros. Sejam eles estranhos, amigos ou família.
Aceitares e gostares de ti, não significa não querer melhorar umas coisas ou outras, ou apreciar mais umas partes do que outras. Significa apenas aceitar, ser, estar...um "it's all good" que não consegue ser imposto.
É também não te sentires superior só porque és magro, ou inferior porque és gordo. E não projectar nada disso nos outros.
Nunca achei que fosse aqui chegar. Anos e anos de luta com o meu corpo e estamos aqui agora. Neste sitio em que a comida deixou de ter efeito sobre mim, nem sei bem explicar isto, mas... a ansiedade acabou. A ansiedade de tudo o que se refere com comida já cá não está e por isso eu controlo o que me apetece ou não comer, baseado no que acho me faz ou não melhor, no que me apetece na altura, no meu estado emocional (sim, eu sei quando como por emocional e escolho fazê-lo!) ou nas escolhas que tenho disponíveis. A comida já não me controla.
Pela primeira vez na minha vida fui de férias e voltei mais magra. Sem pensar ou fazer esforço, simplesmente aconteceu; 3 dias mal disposta, doces que não valiam a pena experimentar, comida local baseada em fruta e grelhados e portanto a melhor escolha, álcool que não se mistura com responsabilidade dos filhos e puff!
E tal como os quilos que sei ainda tenho de perder, não há stress nem pressa. Eles serão perdidos eventualmente porque o meu corpo, se eu o ouvir bem, diz-me tudo o que eu tenho de saber. Até quando estou doente, como aconteceu no final do ano passado.
Só não me perguntei como é que isto aconteceu, porque não sei a formula. Pode ser da terapia, pode ser da idade, pode ser da quantidade de escolhas que fiz nos últimos 15 anos desde que fui morar sozinha. Escolhas como excluir alimentos/bebidas que me fazer mal um por um logo alimentar-me melhor, perceber mais as minhas emoções e a relação com a comida, inscrever-me na "dieta da clinica Mayo" (que na realidade não é dieta nenhuma, é simplesmente a realização de que muito pouco de perder peso é relacionado com não comer efectivamente), parar de apertar a barriga no espelho e deitar-me a baixo, ou all of the above. Não sei, mas não vou questionar, estou só a constatar um facto.
Estamos aqui e finalmente o aqui sabe bem, tal como o eu que me diz "olá" do outro lado do espelho.
quinta-feira, 25 de maio de 2023
Eu...
...3 livros na calha, mas a reler os últimos 2 livros porque não me consigo separar das personagens!
A sério. I have problems.
terça-feira, 23 de maio de 2023
Some days
...everything happens at once.
Nothing serious, nothing unsolvable, but just damn draining.
If I am afraid I do not live enough in reality, but a lot in my fantasy book, I have to say that no, no, that is not the case. I am in reality now and reality sucks! Fantasy is better.
For now have to solve stuff, decide, research for solutions, make calls! And I will, no doubt. But I would very much prefer to read... a glass of wine and book.
Because tea and a book is for the good days. Bad days should have wine.
sexta-feira, 19 de maio de 2023
O prometido é devido
Literalmente toda a gente me perguntou o que é que eu achei de Cuba! Provavelmente um destino muito mais "curioso" que outros que já fui...
Cuba é exactamente o género de destino que dá para o que quisermos, pode ser só mais um país tropical com praia e hotel tudo incluído, ou pode ser uma abertura para discussões muito mais sérias sobre politica, capitalismo/comunismo e consumismo...ou pode ser os dois em simultâneo.
A beleza natural é inegável, o mar na temperatura certa, as praias de areia branca, coqueiros, humidade e selva na medida certa e como esperado.
Mas Cuba são também as pessoas, simpáticas mas reservadas. Claramente pobres, mas com uma relação amor-ódio no que se refere a dinheiro e em aceita-lo como forma de comprar simpatia ou um melhor serviço (um dos hábitos americanos que honestamente abomino). Uns "Pátria ou morte" ainda hoje pintados de fresco, um orgulho pessoal e colectivo no país, e um balanço precário entre falta de liberdade e a noção de que todos os mínimos para se viver, são ainda assim suportados pela maquina governativa.
Achei ainda assim o país mais aberto comparativamente há 25 anos atrás quando lá fui pela primeira vez. Há um falar mais fácil sobre o estado politico, onde estão e onde querem chegar. Qual o tipo de socialismo que ambicionam e quais são os seus óbvios parceiros e entraves. Num país em que os mínimos (casa, saúde, comida, profissão e transportes) são assegurados, qualquer retirar de benefícios, mesmo que seja a favor de uma abertura da economia e crescimento não é de todos bem visto. É um problema de ovo e galinha...
O país não é aberto, e por isso o consumismo bate, certamente, recordes mínimos. Não há revistas/social media/advertisment à bruta a tentar incentivar ao consumo, e por isso não há necessidade real de muito dinheiro acima do que se ganha e do que já é dado pelo governo. Sem serem guiados por consumismo, os Cubanos dão-se ao luxo de recusar gorjetas (vi isso com os meus próprios olhos!), de ver o dinheiro como uma coisa até meio suja, pareceu-me a mim. E portanto, eu diria que há pouco incentivo da população em geral em produzir mais, trabalhar mais horas, deixar as maquinas corporate entrar e tudo aquilo que por estas bandas aceitamos como normal.
Claro que tudo isso podia mudar com um país mais aberto ao ocidente, em que as "zaras e as cosmopolitas" desta vida entrassem há bruta a mostrar tudo o que o consumismo pode trazer. Mas isso exigira mostrar à população as diferenças entre a experiencial comunista dos últimos 60 anos vs. experiência capitalista. Deixar o povo aferir por eles mesmos, com a informação disponível e acessível, o que é que a revolução trouxe...para o bem e para o mal! E ai eu acho que o país ia dividir-se ao meio...a pátria como um todo ficaria mais fraca. Não sei se Cuba como é agora sobreviveria a essa fracção. Em países gigantes como a China ou a Rússia, dá para ter um pouco de tudo, uns tantos um passaporte e que estudam fora e outros que nunca sairão do pais. Mas em Cuba? pequena ilha a 60 milhas de Miami, não me parece possível.
E portanto as mudanças são graduais.
Para mim, o peso do não consumismo visível e invisível foi uma lufada de ar fresco. Tão bom como o detox digital que fiz pela internet ser tão fraca na maioria dos sítios. Viver simplesmente de uma maneira diferente da usual no dia-a-dia.
E essa foi outra questão. Foram umas ferias diferentes, quando comparadas com outros destinos próximos de lá como o México e Aruba. Sítios em que não há diferença nenhuma daquilo que estamos habituados, apenas mais calor e comida/bebida variada à descrição. Aqui houve um sair da zona de conforto, uma tentativa real de não reclamar das diferenças mas aprecia-las, perceber que é exactamente por isso que viajamos, para ver as diferenças. E claro fazer isto contra toda uma população há minha volta (éramos 8 nesta viagem) a queixar-se muito por tudo e por nada...
Eu por mim fiz praticamente tudo o que queria fazer nesta viagem:
- Andei de carro antigo em Havana (e agradeço muito à invenção dos carros electricos!)
- Fumei charutos, bons charutos
- Passei horas no mar sozinha e acompanhada a dar mergulhos e a estar, somente
- Li dois livros inteiros (disclaimer: para ler não é preciso internet!)
- Passei tempo de qualidade com os miúdos e tive muita ajuda
- Fui a um club em Havana. Eu preferia uma coisa mais underground, mas o que fomos foi suficiente para sentir o gostinho
E deixei por fazer o mergulho. Só porque não me apeteceu a viagem de carro, e o cansaço para la chegar.
E descansei. E pensei. E voltei serenamente para a minha agitação diária.
quinta-feira, 11 de maio de 2023
Sometimes is just too close to home
"Death is like an old friend who pays a visit, sometimes when it's least expected and other times when you're waiting for her. It's neither the first nor the last time she'll pay a visit, but that doesn't make any death less harsh or unforgiving"
From blood and ash - Jennifer L. Armentrout
quarta-feira, 10 de maio de 2023
terça-feira, 9 de maio de 2023
Cuba
Vai exigir um full essay the todas as perguntas e desafios que me surgiram durante esta viagem.
Não ter acesso a internet faz maravilhas ao nosso cerebro, aquilo que pensamos e como vemos os problemas.
Foi um political mentally challenge toda a viagem. E por isso valeu a pena. Não só por isso, mas também por isso.
Voltarei.
sexta-feira, 21 de abril de 2023
quinta-feira, 20 de abril de 2023
Música...
...para afastar os demónios e a tristeza.
O dia acordou já por si triste. Inexplicavelmente triste. Como que esperando pelas noticias que eventualmente acabaram por chegar.
Tentei shake it off no ginásio logo de manha, mas ainda assim não consegui. E agora, depois deste telefonema, sei que não vale mesmo a pena lutar.
Por isso, por hoje, vivo triste. Aceito a morte iminente como parte da vida, aceito a falta de controle, o facto de lutar por si só não dizer nada, aceito a injustiça de saber que alguém que não merece vai morrer. Aceito porque senão aceitar o medo volta, se lutar contra entro em espiral, se tentar controlar tudo aperto-me e perco os meus sonhos.
Deixo a música entrar, respiro, foco no trabalho. Não há nada mais que se possa fazer.
quarta-feira, 19 de abril de 2023
terça-feira, 18 de abril de 2023
Making peace
É preciso fazer as pazes com o que somos e com o que gostamos! Provavelmente a maturidade até exige que sejamos verdadeiros com o nosso eu...
So, me first:
Gosto de preto e verde, tatuagens, cabelo comprido, motas, fadas e vampiros, lace on everything, madeixas de cores estranhas, calças rasgadas e costas de fora, braços fortes, asas, Harry Potter, má música, livros (incl. smutty ones), sassy women, fighting and swords...
Podia continuar, mas é useless, não dá para me definir em meia duzia de coisas que gosto. O meu ponto aqui é: Eu nunca vou ser uma senhora! Never, ever, ever. E tudo bem, tudo OK. Depois de anos a ter de engolir o "tens de ser uma senhora", finalmente posso dize-lo com certeza; não tenho, não sou, não vou ser.
Freedom people. Let others live in peace...
segunda-feira, 17 de abril de 2023
If you tend to forget...don't!
And maybe it's naive, maybe it's childish and immature. But I don't want to forget it again, I prefer to believe in it, I am more me if I believe in it. It's a choice... somehow like believing in God Himself or the after death.
We don't know, so why not believe?
terça-feira, 11 de abril de 2023
Talvez
Talvez seja eu.
Talvez seja eu que finalmente voltei à tona. Voltei a sentir-me eu. Talvez seja esta vontade de só fazer o que quero e perceber que, na realidade, posso exactamente fazer só isso, e damn para quem não gostar.
Ou talvez seja o medo que diminuiu, juntamente com o buraco que tinha no meio do peito desde que o meu pai morreu. Houve uma certa altura que percebi isso, que o meu pai não estar aqui era um momento de viragem...demorou só mais de 3 anos até as peças caírem no chão.
Medo de estar sozinha, medo de não ter o meu pilar, medo de perder as pessoas que amo...o medo reduziu tanto que praticamente não o vejo. E sem medo, o mundo é todo uma grande festa! Sem medo não há uma pinga de dependência, há só esta certeza absoluta que venha o que vier eu resolverei na hora, o melhor possível. Porque sempre assim foi e sempre assim será.
E agora há esta vontade...uma vontade irremediável de ser eu. Uma vontade de rir por detrás do meu batom vermelho, um brilhozinho nos olhos, um querer tudo o que mereço e mais, e só e apenas mais...
Ponho a linha no chão; Limites! Limites a tudo o que não quero, não reconheço e não aceito. Limites. Que palavras tão maravilhosa que existe quando não há medo. E não vou fazer esforço. Cansei-me de acomodar os outros, de me calar para não me chatear, de usar as crianças como escudo para a minha própria cobardia... No more.
E ainda estou a descobrir tudo o que está para vir. Juro que a ansiedade só pode ser bom sinal...pois ela continua fresca e fofa. Parece que nada muda, e de repente. Mudou tudo.
terça-feira, 4 de abril de 2023
Anxious much...
domingo, 2 de abril de 2023
E falando nisso...
...as linhas e os limites tem chegado para todos. Até para os meus filhos!
Acho que os deixei fazerem um bocado tudo o que queriam comigo. E de repente não me apetece deixar mais isso acontecer. Especialmente com o M. que tem quase 6 anos e começa a tentar manipular as coisas...
Amo-os de paixão, com tudo! Mas acho que começo a amar-me mais a mim.
Coisas de mãe
Não tinha uma conversa assim com a minha mãe há mais de 10 anos. A verdade é mesmo essa, anos de resolver problemas, de irritação, de ódio (sim, ódio), de preocupação e de achar que já não tinha mais direito a trata-la como minha mãe, se na verdade para todos os propósitos, eu é que sou a mãe.
Tantos anos que me esqueci de quão fácil é. Deixei as palavras saírem de mim em catadupa, soltei-as porque já não aguentava mais. Estas ultimas semanas tem sido free-fall, dark and twist all over again, e precisava simplesmente de me ouvir, precisava de ser sincera comigo mesma e parar de me dizer para não sentir, que ia passar, ou para aguentar mais. E achei que ela, acima de qualquer outra pessoa me ia perceber...
E ela ouviu-me. Com surpresa, com choque da rawness que saiu de cá de dentro como antigamente. Tanto como antigamente! Quando marchava pelas escadas acima direita ao meu quarto pronta a levar tudo à minha frente.
E depois desse dia, todos os dias ela liga a perguntar como estou. E eles dizem que ela se esquece de tudo e que esta cada vez menos cá. Não comigo! Ontem ligou-me e voltou a falar do choque, das força as minhas palavras. Fez-me rir quando me disse "já deitaste a casa abaixo não?! Bruta, como só tu sabes ser!". E era. E fui durante anos tão bruta e com o coração tão na boca...mas há anos que não. Há anos que não vejo essa parte de mim, que não sei para onde é que ela foi. E então expliquei-lhe isso também; Que engoli a bruta que há em mim há anos atrás com medo de morrer sozinha numa ilha deserta (como ela me disse tantas e tantas vezes). Expliquei-lhe do quadrado, da forma apertada em que me meti, e do que achei que tinha de fazer, que tinha de ser feito...omiti apenas que o fiz para me afastar dela. Para ser o mais diferente dela que pudesse ser. Não a queria magoar. Nunca mais a quero magoar.
E no final ela disse-me que me amava, mesmo que eu fosse bruta ou fizesse as coisas mais impensáveis. Para lhe ligar a contar, que ela me iria amar na mesma! Sem uma pinga de julgamento, sem medo na voz, só mesmo a minha mãe.
Das vezes que me perguntei como é que ela ainda está viva ou porquê? Qual o objectivo quando daqui para a frente só piora...foi para isto. Nem que seja para isto. Para voltar a ser minha mãe nem que seja só por esta ultima vez. Já valeu a pena. Já valeu tudo a pena.
sábado, 1 de abril de 2023
Darkness
"There are different kinds of darkness, there is the darkness that frightens, the darkness that soothes, the darkness that is restful. There is the darkness of lovers, and the darkness of assassins. It becomes what the bearer wishes it to be, needs it to be. It is not wholly bad or good."
"But I wasn't entirely sure that even with the harships he'd encounter (...), Tarquin could understand the darkness that might always be in me. (...) That I might always be a little bit vicious or restless. That I might crave peace, but never a cage of confort."
A court of Mist and Fury
sexta-feira, 31 de março de 2023
quarta-feira, 29 de março de 2023
Por hoje
Purga sempre ajuda. Não sei porquê, mas há algo de libertador em deixar as palavras soltas, livres.
Então deixei-as. Disse-as em alto, as duvidas e as certezas. O que sei e não sei. E chorei, não lágrimas de descontrolo, mas lágrimas nonethless.
Perdi 3kg em 2 semanas, sinto-me cansada beyond words. Continuo sem saber o que se passa, mas por hoje estou calma. Talvez deva começar a meditar outra vez...não talvez, mas com certeza, devia começar a meditar outra vez.
segunda-feira, 27 de março de 2023
Continuo às voltas...
Será que foi isso que se partiu naquela tarde de 16 Janeiro de 2010? A minha crença infinita no amor, estilhaçada e espalhada pelo chão. Morta, acabada.
Pelo menos isso explicará a razão para 1 ano de lágrimas infinitas; todos os dias durante esse ano. Não por ele, como eu já suspeitava, mas pela a parte que se partiu com ele. Pela parte que deixei de acreditar! E pela a parte de mim que morreu nesse dia, eu chorei mais de 1000 lágrimas.
E depois disso decidi caber na forma. Finalmente rendi-me; "um dias vais ter de crescer, um dia vais ter de obedecer às regras", disse-me o meu pai durante anos e anos a fio... e o que ele me disse seria feito. Por ele e por mim. Para me afastar o mais possível da minha mãe, para ser o mais distante dela que pudesse ser, eu entrei na forma e apertei-me a mim mesma. Acolhi cada olhar de aprovação do meu pai, engoli a parte de mim que gritava a cada volta que apertava, e segui em frente. Pelo o unico caminho que achei possível.
E agora este nó no estômago que não me larga. As hipóteses todas em cima da mesa e a incerteza do que é que se passa comigo. A tristeza pelo que me deixei ser, pelo cinismo que me assolou, pelo pragmatismo de quem não acredita mais em magia. O medo que me larga e que a cada passo que me deixa me torna mais forte, mais eu mesma, mais de volta aquela que eu deixei lá atrás, mas melhor. Mais forte. Mais adulta. Mais eu.
E de repente só penso em mim, só me amo a mim, só me quero a mim. Uma certeza crescente dentro dos meus ossos que, em me tendo a mim, tenho tudo, consigo tudo, faço tudo funcionar. Uma confiança que só lia nos livros e nos filmes, que almejava e achei nunca ia alcançar e agora? Agora que o meu pai me deixou de vez e que cada vez o sinto mais longe, sinto que não quero controlar o futuro. Não posso. Não quero mais ter medo, mesmo. E de alguma maneira consegui deixar de olhar para pés da cama e de o ver ali, ao medo. Sentado a minha espera. Já lá não está e com ele gone, só vejo tudo o que pode ser, tudo o que quero, tudo o que mereço...
Continuo às voltas. Mas pelo menos sei o que quero. E isso só por si é uma bênção.
sexta-feira, 24 de março de 2023
Tantas perguntas...
When was the life turn that made me a cynical afraid person? When did I stopped dreaming and replace those dreams with less bad realities? Better than nothing things?
Are you really going to shattered everything to pieces for a dream your don't know it will exist? And then, if it does not happen? What will happen then?
When did I stopped believe in magic, wonder, love?
quinta-feira, 23 de março de 2023
segunda-feira, 20 de março de 2023
No squares
Pedalei com vento e chuva na cara a mascarar-me as lagrimas.
Não sei mesmo quando é que entrei no quadrado. Quando é que adquiri o medo e entrei para dentro do comboio...aquele que eu jurei não iria entrar há tantos anos atrás.
Algures ao longo do tempo o quadrado pareceu-me mais seguro, mais longe da minha mãe que tanto o odiava. Ao quadrado, a forma, aquilo que querem que sejamos mas que não somos. E ao fugir dela, fugi de mim. Com medo de me parecer com ela fugi e escondi-me atrás da forma. Calei-me e deixei que ela me moldasse até não consegui mais respirar. Até o meu pai morrer e o mundo desabar.
Muito antes disso o molde já me estava a magoar, muito antes disso já gritava em silêncio. No mesmo silencio em que repetia para mim mesma os sonhos que queria e que jurava, jurava só assim conseguiria. Como senão houvesse outra maneira!?
Assim que perdoei a minha mãe, a paz instalou-se. Sem brigas, ofensas, cobranças nem porquês aceitei-a finalmente. A ela e àquela parte de mim que sempre foi igual a ela. À rebelde, à que vestiu apenas preto e branco durante mais de um ano, à que usava roupa larga, correntes, penteados estranhos e ao mesmo tempo argolas e pulseiras do bonfim. À que tinha sempre música, cadernos e livros à sua volta. Que dizia o que queria a quem queria ou não ouvir. Quando perdoei a minha mãe percebi que ela sempre foi muito mais corajosa do que eu. Que ela nunca se escondeu ou fingiu ser quem não era mesmo que sem perceber, que ela se recusou a entrar no quadrado e a subjugar a sua essencia por segurança ou qualquer outra coisa. Os sonhos dela eram volateis, sim isso é certo, mas ela sempre fez tudo e somente o que quis. Para o bem e para o mal e por isso, só e apenas merece brindes infinitos.
E eu? Eu que tenho dito há meses que apesar de nada parecer, uma revolução está a acontecer... Eu que me sinto a vir ao de cima a cada dia que passa. Que me vejo, analiso e escuto. Paro, sinto e tento perceber. Ainda estou aqui. Cada vez mais estou aqui. No regrets. Muitos jamais. E muito mais para vir...