As doenças mentais tem um peso que ninguém vê. E por isso as pessoas expostas a elas directa ou indirectamente são medidas pela bitola de quem não tem ou vive com doença nenhuma, simplesmente porque uma doença mental não é visível.
Não é justo para ninguém. Mas como com qualquer outra doença, tem que simplesmente se existir com empatia.
Não se pode esperar que um adolescente tolere ou compreenda a dificuldade de um pai/mãe que vive com uma doença mental, é injusto.
Não se pode esperar que todos os dias o parceiro não sinta ou finja não sentir o peso de fazer mais de metade do serviço, é injusto.
Não se pode esperar que o próprio viva, trabalhe, obedeça a todas as regras sociais como senão tivesse nenhuma doença de todo, é injusto.
E portanto ninguém ganha, todos perdem. É só preciso aceitar e viver, viver com a certeza que podia ser sempre pior. Muito pior.
Conclusões tiradas depois das 1000 lágrimas choradas sobre o assunto. E depois de olhar com lupa para toda a minha infância, adolescência e primeiros anos de adulta.
Já não tem problema, há agora poucos culpados, ainda que ainda haja coisas que doem igual. Mas também já não há vitimas! Vivi o que vivi, passei o que passei, ultrapassei o que ultrapassei.
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