segunda-feira, 20 de junho de 2011

Viagens noutros blogs #57

[A nossa ligação, acho eu, está. Não é que se queira, está. Ponto. Acho que percebes isso.
Não consigo entender essa tua necessidade de teres extremado posições em relação à nossa ligação. Acho que nem tu consegues.
Porque a diferença ou está lá ou não está. Não é por a chamares que ela vem ter contigo. Não é por a desprezares que ela desaparece.
Há uma diferença de modo muito grande em nós dois. E eu, sinceramente, prefiro nem lhe mexer. É mais ou menos isto: eu acredito na inevitabilidade das coisas. E tu pensas que elas têm que ser todas bem explicadas. Eu já me deixei disso. E tu insistes nisso. Um dia entenderás. Espero.
Tudo é quase sempre ao acaso.
"Há lágrimas na natureza das coisas e a certeza do efémero toca-nos o coração" - há algo mais incerto que isto?
Dizias sempre que não gostavas de poesia. A vida é quase só poesia.
Já não sinto falta da tua reciprocidade mostrada ao Mundo. Chega a um ponto que não precisa de ser constantemente verbalizada, explicada, doutrinada. Chega a um ponto que não precisas de nada, senão das emoções em ti.
Não me peças que perceba. Eu não sou de perceber: eu sou de odiar ou de amar.
Não gosto muito das tuas teorias heliocentricas e geocentricas. Ainda não percebeste que nada do que possas fazer me fará sentir mais longe de ti? E é esse o meu - único- poder sobre ti.
Passei a acreditar na efemeridade das coisas. E na absoluta indeterminabilidade de tudo. É essa a minha fé: a fé na indeterminabilidade.
Aprendi uma coisa muito parva: o querer ajuda, mas ajuda ainda mais quando as coisas acontecem, de facto. O querer ajuda, sim, mas ajuda ainda mais quando as coisas, por si próprias, acontecem. e disso só os Deuses sabem... E sim, há Deuses. Estão é escondidos, mas há.
Eu continuo a gostar muito de ti. Se te causa desconforto, desenrasca-te. Mas gosto.
Que se foda o resto. ]

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