quinta-feira, 9 de junho de 2011

Impactos


Com um gesto irreflectido teu o meu coração pára. Estanca e fica no suspenso, no ar levitante.
Se eu me tentar lembrar o que penso naquela fracção de segundo, não consigo. Não sei porque tenho esta ideia de que a reacção deriva de uma qualquer expectativa que me aparece naquele semi-segundo e que se me lembrar do que penso, consigo mata-lo para que não volte a acontecer.
Nem sei como é que depois deste tempo todo, o meu coração ainda arranja maneira de te reagir assim.
Inexplicavelmente, quando eu já não conto com isso, por um gesto tão simples, os meus batimentos desaparecem durante o que me parece uma eternidade, para depois voltarem descompassados, a alucinar, como que a recuperar o tempo perdido. Eu respiro fundo, obrigo o meu cérebro a por-lhe um açaime à força e a estrangular qualquer pensamento subsequente que queira sair; tiro da visão aquilo que, claramente ainda me permanece no coração, perdido num recanto desconhecido que não consigo fazer desaparecer, explodir, evaporar, e abano a cabeça a pedir para, o que ainda me resta de lucidez, voltar.

Neste entremeio passaram 2 minutos.

Continuo a trabalhar, ignoro os dois minutos, que já antes foram horas, dias, semanas...anos. São apenas 2 minutos (de cada vez), eu sobrevivo com eles, expectante do dia em que eles se transformem em segundo e depois...pó, terra, nada.
É como viver com uma doença (incrivel naquilo que transformamos o amor!), quando percebemos que não podemos fazer nada, aprendemos a viver com ela e rezamos para que passe rapido.

2 comentários:

  1. E tens sorte por só serem dois minutos (de cada vez), sempre dá para viver... Um beijinho.

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  2. Já dá para viver, já...e ainda bem =)

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