quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Desculpa...esqueci-me!

Desculpa!

Este fim de semana pela primeira vez, esqueci-me!
Esqueci-me das dores quase físicas, das noites a chorar até adormecer, da letargia total e do sentimento de impotência que nenhuma palavra ou frase conseguiam apagar. Esqueci-me e fiz o mesmo que me fizeram tantas vezes, usei os mesmo clichés ("eu não acredito que tiveste com ele!") sem me lembrar que eles não servem de rigorosamente nada, sem me (re)lembrar que por mais que me dissessem que eu não devia eu nunca consegui evitar.

Esqueci-me e peço desculpa!

A verdade é que havia muito pouco ou quase nada que eu ouvisse naquela altura, nada adiantava senão viesse da boca dele! Foi um desespero crescente, um "mas porque?" que nunca ninguém me conseguiu explicar...nem ele! E eu perguntei-lhe tantas vezes, e rastejei, e humilhei-me, e implorei, e pedi e ele não me soube explicar...só fiquei bem quando tive de ficar, não foi, de certeza pelas explicações tortas e sem sentido que ouvia! A dor começou a diluir-se no tempo, quando ele deixou de ter 3m de altura e passou a ficar cada vez mais e mais pequeno e eu comecei a ficar cada vez maior.
Muito pior que acabar foi o pensamento de que nada voltaria a ser igual, que ele era o mais diferente, o mais inteligente, "o" mais tudo...inagualavel...e que no final, eu ia ficar sozinha com esta ferida que não ia sarar!!

Não há realmente nada que se possa dizer! O amor curasse sozinho, ao seu ritmo, sem se apressar. Não liga aos nossos gestos desesperados, as nossas frases de auto-convencimento, aos conselhos dos nossos amigos... Só se vai embora quando quer, e é por isso que recaímos vezes sem conta...

Não me lembro, naqueles meses todos, de quantas vezes voltei a deixar que ele entrasse, pior que isso, quis mesmo que ele entrasse, nem que fosse por algumas horas apenas, para anestesiar a minha dor ("I'm not drunk, I'm sedated from my pain" by Carrie)... A minha única sorte, e só anos mais tarde é que percebi isso, é que ele se sentia mal com isso (culpado até, eu diria) de me ver assim e tentava evitar ao máximo que eu cedesse, era forte o suficiente por nós os dois. E isso não era uma prova de indiferença (como eu tantas e tantas vezes achei. "Porque é que tens um buraco no lugar do coração?") mas sim uma prova de imenso carinho e respeito por mim. E deve-lhe ter custado, não lhe facilitei a vida nem um bocadinho, confesso!

E as coisas acabaram, quando e como tinham de acabar, há muitos anos já, e continua a não ser totalmente linear...3 tequillas provam essa teoria muito bem!

Prometo que vou tentar não me voltar a esquecer, não voltar a julgar e não tentar apressar o processo! O bicho vai acabar por morrer depois de travadas todas as batalhas.

Para matar o meu, ajudou um desporto novo (e é por isso que nunca mais o deixei), que fez por mim mais do que qualquer palavra. Não só me libertava da energia negativa acumulada, como me deixava tão exausta que não conseguia pensar sequer e ainda me mostrou que o mundo não acabava naquela pessoa, que havia outras (lindas e igualmente fantásticas)...Um desporto que enchia os meus dias de um verde quase perfeito!!

Não matou o bicho todo (infelizmente durou muitos anos mais depois disso), mas foi das partes mais importantes para manter a minha sanidade mental!

What about that for a story?! Humm?!

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