quarta-feira, 26 de março de 2014

Veteranos

Hoje no sinal perto de casa veteranos de guerra colectavam fundos dando em troca senhas.
Pus-me a pensar no porquê de homens que viveram uma guerra, a nossa guerra supostamente, terem de ir para o sinal angariar dinheiro para construir um centro de dia e de cuidados continuados? Se foram lutar pelo país, chamados pelo patriotismo, obrigados pelo estado-novo, porque é que o país não cuida deles?

E a minha resposta foi simples...já passou muito tempo, demasiado tempo para quem não sentiu na pele, e o país esquece. Os últimos 40/50 anos mudaram tudo de uma forma radical, e quem manda agora não sabe, nem viu. A guerra está distante, na minha geração ninguém sabe o que isso é, nem na antes da minha. E até o meu pai, que não foi à guerra por sorte, penso que não sabe o que é uma guerra.

E fui pesquisar e ler umas coisa.

Guerra do Ultramar - período de confrontos entre as Forças Armadas Portuguesas e as forças organizadas pelos movimentos de libertação das antigas províncias ultramarinas de Angola, Guiné-Bissau e Moçambique, entre 1961 e 1974.

Queria dar uma opinião sobre o assunto, mas o tema guerra para mim nunca faz sentido. Nem por todo o petróleo e diamantes do mundo se tem o direito de fazer um povo passar por isso. E portanto acho que a minha opinião já está dada. O dinheiro não paga a vida de um pai e que se lixe quem manda.

Não deve ser segredo as minhas orientações politicas para quem me lê. Mas neste tema, neste tema em particular não consigo. Não há direita nem esquerda para mim, há mandar pessoas para a morte por uma justiça que não se chama justiça (mas sim vingança em muitos casos, por causa de riquezas que se acha que se tem direito. É por o "bem estar do país" acima do bem estar do povo desse país. Mas o povo é que faz um país e portanto nada disso faz sentido nenhum.
E posso ouvir os lados todos, e ver 1001 documentários e filmes, com razões e motivos e justificação, mas para mim, na minha opinião, a guerra é, e será sempre, uma aberração, um não recurso, jamais em tempo algum. Da mesma maneira que quem decide se um país entra ou não em guerra, não devia sequer poder decidir
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