sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Hábitos



Habituei-me à tua presença. Simples como isso. E agora que não estas aqui, esse hábito permanece.

Dou comigo na cozinha, às 2h da manha a estender a roupa e a pensar em coisas que queria partilhar contigo. Comentários, frases, coisas parvas. Imagino o que me ias responder, o sorriso, aquela frase ou expressão que só tu é que dizes...até que percebo o que estou a fazer (uns minutos depois) e paro. Chamo-me estúpida e continuo nas minhas actividades. Antigamente irritava-me comigo, obrigava-me a não pensar, tentava silenciar todos os meus pensamentos ou inunda-los com outra coisa...mas é extenuante!!

Agora simplesmente habituei-me que estes pensamentos acontecem às vezes, não me irrito com eles, apenas me sorriu porque não posso fazer mais nada. Não verbalizo, tento não partilhar estes momentos com os outros e espero. Espero, espero, espero que com o tempo isto passe. Que o tempo leve calmamente os sonhos que durante imenso tempo construi, as coisas que ainda te queria dizer, o momentos que ainda esperava ter. É um hábito, um síndrome de Pavlov que me mostra que de alguma maneira ainda gosto, ainda quero. Não vale de nada, aceito perfeitamente que não pode ser, que não vai ser, que não é, mas já não luto contra isto, não há mais nada que eu possa fazer...

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