quinta-feira, 28 de junho de 2012

Linhas pouco ténues

A linha que separa o estarmos chateados do estarmos tristes, não é tenue.
É um mundo que cabe ali dentro, e confunde-se tantas e tantas vezes.

Quando estou chateada, riposto, falo, explico. Não desisto até me mostrarem que posso estar enganada, até me provarem que não estou a fazer sentido. Chateio-me porque posso mudar qualquer coisa. E quando é para lutar pelo que quero e acho certo, ninguém me pára. Não deixo andar, não acho que as coisas se resolvem por si mesmas, não evito chatear-me.
Quando estou triste calo-me. A tristeza vem do não haver nada para dizer, e de nada se poder fazer para atenuar a tristeza. Não gosto do "desculpa", um penso-rápido que não muda nada. Mas deixei de me calar quando estou triste. Falo baixo, explico o que me deixo triste sem cobrar nada e espero que passe.
Prometeste uma coisa, que eu nem queria que prometesses. Não fizeste o que disseste que farias. Isso deixa-me triste, e não há nada que se possa fazer. Depois do acto feito, acabou. Com ou sem explicações, já magoou, mas passará.

Descobri (não tarde demais desta vez), que se formos pouco tolerantes quando nos magoam, as pessoas tem mais cuidado. Quantas e quantas vezes ouço a frase "mas ele trata-a tão bem e a mim é como se não quisesse saber". É isso, é exactamente isso. Se aguentas cada vez que te deixam triste ("porque ele não fez por mal, não vale a pena dizer nada, já passou"), os outros continuarão e farão sempre mais e pior. Não digo por mal, mas por tu toleraste vezes demasiadas. Erro. Erro enorme. Se toleras que te magoem, mesmo que em situações pequenas e quase irrelevantes, quanto mais tolerarás? 

Been there, seen that. E hoje posso dizer, quando me magoam eu falo, quando me confrontam sem razão, eu riposto. O mundo é tão melhor quando mostramos o que sentimos...

2 comentários:

  1. Estou totalmente de acordo com o que escreveste. Eu tb ja fui mais pelo silencio, mas cheguei á conclusao que o meu silencio me deixava mais triste e magoada. Agora falo, digo o que sinto na hora. Não posso ser o eterno tapete que todos pisam e ninguem quer saber. Aprendi a gostar mais de mim ( aos pouquitos, mas vou lá) beijinho

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  2. Concordo, mas eu estou sem coragem para falar, não sei se estou a fazer uma tempestade num copo de água ou se tenho razão!

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