Os meus colegas aqui do trabalho, que já estão imigrados há muito mais tempo, acham graça que eu ainda vá a casa para as datas importantes. Dizem que vai passar.
Eu tentei explicar-lhes o que eram os Santos Populares para alguém que nasceu e viveu em Lisboa a vida inteira. Claro que não perceberam.
As ruas cheias de gente, o cheiro a sardinhas em todo o lado, as banquinhas com churros acabados de fazer, o bailarico generalizado, encontrar caras conhecidas a cada 5 minutos, os sorriso de toda a gente, o andar quilómetros a pé, o desejar a cama desesperadamente quando a noite acaba.
É uma vez por ano. Não quero abdicar disso. Não este ano, pelo menos.
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