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Há sempre aquele tempo, que não foi tempo suficiente, tempo que já não volta, tempo que nunca mais chega, tempo podia ter sido e não foi, tempo que não se sabe se virá...
Não posso fazer nada contra o tempo. Ele é esta força invisível que nos move e molda toda a percepção do mundo, a minha e a dos outros. E não vale a pena lutar contra o tempo, lutar pelo tempo, lutar para o tempo não passar, para ele ficar, eternizar. O tempo anda sempre ao seu ritmo, não se apressa, não se atrasa.
O tempo tem de ser sempre de alegria, mesmo quando ele nos entristece. Porque os encontros são feitos em dois tempos e quando os tempos se desencontram o próprio tempo não deixa, marca, continua para a frente ignorante do que podia deixar acontecer e não deixa.
E o tempo é assim. Dá por um lado e tira sem sequer saber que tira por outro.
E o tempo pergunta ao tempo, quanto tempo o tempo tem? E o tempo responde ao tempo, que tem tanto tempo quanto o tempo tem.
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