segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Estivadores e portos

Empresas passaram a pagar sobretaxa de 10% devido à greve dos portos
Armadores começaram a cobrar na semana passada mais 10% a importadores e exportadores para levar mercadorias para portos alternativos a Lisboa e Setúbal. Os armadores nacionais e internacionais começaram a semana passada a cobrar uma "sobretaxa de emergência" (‘emergency surcharges') de 10% aos exportadores e importadores que têm de desviar as suas cargas de Lisboa e de Setúbal para os portos de Leixões, Sines ou mesmo para portos espanhóis.
O Diário Económico apurou junto de diversos operadores e agentes empresariais ligados ao sector portuário que o accionar desta cláusula de emergência vai tornar as exportações portuguesas menos competitivas, o que poderá ter reflexos negativos na balança de pagamentos do País, além de estar garantido que, acabará por se reflectir no preço final dos produtos cobrados ao consumidor final. Este é mais um impacto negativo das diversas semanas de greve que tem paralisado em diversos períodos do dia a actividade dos portos de Lisboa, Setúbal e Figueira da Foz, uma vez que os portos de Leixões e de Sines não têm sido afectados por estas paralisações. Segundo Bruno Bobone, presidente da Associação Comercial de Lisboa, as greves que se arrastam desde 17 de Setembro já custaram ao tecido empresarial mais de mil milhões de euros. As empresas que operam nas áreas de influência (‘hinterland') dos portos de Lisboa e de Setúbal estão a sentir grandes dificuldades no escoamento dos seus produtos e na obtenção de matéria-prima para os fabricar. A solução tem sido encontrar alternativas através dos portos de Leixões ou de Sines, ou recorrer aos portos espanhóis, em particular o de Vigo. Só que ao fim de várias semanas de paralisações, os custos acrescidos de transportar as cargas de e para um porto mais longínquo através de camiões começou a ser reflectido na factura das empresas importadoras e exportadoras que utilizam os portos.

Estivadores (senhores que operam as gruas) em greve conseguem fazer parar o país, as exportações e tornar-nos a todos menos competitivos, numa altura destas...
Basicamente os produtos não saem dos portos, eles trabalham os níveis mínimos, e ninguém mais pode fazer o trabalho. Os sindicatos são fortíssimos, e poucas pessoas tem poder para parar um país sem que ninguém faça nada para impedir esta palhaçada.
Qualquer pessoa com 3 dedos de testa percebe as implicações de portos a trabalhar a meio gás: perda de contratos importantes, desvios para outros portos (muitos deles em Espanha) sem garantia de retorno depois, perda de confiança em Portugal, aumento dos custos para as empresas, desinvestimento estrangeiro. É absolutamente ridículo.
E perguntam-se (tal como eu perguntei), mas não se pode fazer nada? Colocar outras pessoas a fazer o trabalho? Despedi-los? Qualquer coisa? É que não estamos a falar de 3 dias de greve, estamos a falar de semanas, meses já!! E a resposta é não. Com sindicatos destes é impossível, ninguém se atreve a tentar sequer...
Não se justifica de maneira nenhuma a esta escala, muito menos para pessoas que ganham o que eles ganham. Mas só fazem porque podem. E estou-me nas tintas para ao direito à greve, é revoltante ver pessoas a afundar o meu país (ainda mais) só porque podem. Mas quem lhes deu o poder, é que devia tirar...eu por mim era tira-los dos portos e por lá outros, muito rápido e estava-me nas tintas para a lei. Olha, processem-me, mas há muita gente a querer trabalhar e a querer fazer isto andar para a frente.

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