quinta-feira, 15 de março de 2012

Mais um ano


As pessoas que não dizem o que sentem, surpreendem-me frequentemente. Inesperadamente percebemos que elas também sentem...claro que sabíamos, mas não temos percepção frequente disso.
Hoje todos sentimos, vê-se na cara, na posição das mãos, na expressão do corpo...sem disfarces nem sorrisos. Hoje todos, especialmente durante os 50minutos da missa em que estamos em introspecção, pensamos em como seria diferente se "fosse o dia de anos" e não o "faria anos hoje". Como nos juntaríamos e comeríamos bolo, como tudo ia estar sereno e em paz (e não a revolução que está), como não haveriam discussões, não se falaria de dinheiro ou negócios à mesa, como teríamos escolhido o presente para darmos todos, como me iria sentar no chão encostada as suas pernas a espingardar com os detalhes do casamento que se aproxima.

Dedico-me a pensar nisso e a ficar triste só por um bocadinho, cheia de saudades de uma coisa que nunca mais vai ser e a recordar momentos já esbatidos, de tanto que mexo neles. Penso se estaria orgulhoso de mim?, se gostaria da mulher em que me estou a tornar?, se aprovaria as minhas escolhas? Na verdade nunca vou saber...mas gosto de pensar que sim.

Porque hoje o meu avô faria 85 anos, e mesmo sem ele, como acontece todos os anos sem excepção, vamos-nos juntar todos a almoçar. Tentamos fazer com que nada mude, mas a realidade é que está tudo tão diferente...

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