sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

People don't change


Há uns dias li num blog uma coisa que me deixou algo perturbada. Não pelo que dizia em si, mas por eu ter pela primeira vez dado alguma razão ao que a pessoa escreveu (entretanto queria voltar ao sitio onde li e já não sei onde foi!).

Esse post em especifico falava sobre a relação Carrie vs. Mr.Big, que para quem não sabe é um casal que demorou exactamente 6 seasons até ficar junto. O que o post dizia é que se calhar a Carrie nunca devia ter voltado para ele. Talvez devesse na primeira ou na segunda vez…mas voltar pelo menos 6 vezes?! Depois de ele a ter magoado vezes sem conta, de não ter assumido que gostava dela, de se ter ido embora para outro pais, de ter casado com outra pessoa, de ter traído a mulher com ela fazendo dela “dirty mistress”, de ter tentado acabar cada relação dela cada vez que ela estava a ficar bem mostrando uma dose de egoísmo gigante…depois disto tudo, devia a Carrie ficar mesmo com ele? Faz sentido?

Foi a primeira vez que eu olhei para isto e pensei: Bem, se calhar é estúpido!
As pessoas magoam-nos vezes sem conta e nos voltamos e perdoamos?! Mas porquê?

A falar com o G. há 3 dias chegamos ambos à mesma conclusão. Não é suposto ser tão difícil, não é suposto doer tanto, não é suposto termos de nos esforçar tanto e o outro lado não se esforçar nada, estar apenas complacente a desfrutar da quantidade de sentimentos e atenção que lhe damos…não pode ser normal assim.

Claro que na série (e filme), ao contrario de na vida real o Mr. Big muda. Acorda um dia de manha a pensar que a Carrie é a tal. É ela, claro que é ela, que estúpido que eu fui em não ver isto antes. E tal cavaleiro andante vai até Paris para a ir buscar…bonito. Se é bonito. Mas não acontece. Portanto o Mr. Big nunca na vida dele mexeu uma palha para estar com a Carrie, esteve com ela sim, em casa dele, no seu ambiente e quando lhe dava jeito...e de uma hora para a outra percebe que ela é a mulher da vida dele?!
Foi perturbador duvidar disto. Para série de TV é óptimo, para a vida real, nem tanto.

As pessoas não mudam. O que acontece à primeira, vai efectivamente acontecer à segunda…então porque é que insistimos?
Eu já sabia esta, mas mais uma vez não fui eu que escrevi:

quem ama, perdoa. sendo assim, quem nos ama pode fazer o que quiser. se não perdoares não amas, se ele te magoar pode amar-te mas não é perfeito. uma porra. tudo depende do tamanho do passado juntos.

A minha questão nem é perdoar, perdoar é uma palavra que eu não gosto. Quem perdoa é Deus. Nos humanos passamos por cima das coisas, esquecemos e seguimos em frente sendo momentaneamente atormentados pelas lembranças do passado (quem diz que perdoa e nunca mais se lembra é mentiroso). A questão é voltar a achar que vale a pena.
Mas há um dia de manha em que acordamos e pensamos, senão mudou nada, se a pessoa não muda, porque é que eu me vou fazer passar por isto outra vez?

A historia da Carrie e do Mr.Big, como tantos depois e antes deles nos ecrãs, é só isso. Uma historia.
Aqui vivemos a vida real. Gostar só não chega, ou melhor, gostar só já não chega.

1 comentário:

  1. Fiz um post sobre isso há uns tempos. Concordo plenamente, alimentam-nos com estas histórias na ficção mas não podemos seguir à risca na vida real *

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