É sempre sobre as partes que mais ressoam.
Não é ao acaso que sublinho livros. São as partes que mais mexem comigo, que mais me tocam, que mais fazem sentido, que fazem um livro ser bom, para mim.
Gostos não se discutem.
Gosto de personagens complexas, que me mostram que podemos ser tudo, ter tudo e nunca pedir desculpa. Nunca sentir culpa. Podemos ser múltiplas. Lado A e lado B. Demorei tanto tempo a fazer sentido disto.
Claro que com isso vem a crise da meia idade. A porta que se abre, ou melhor, a comporta que se desfaz e que não deixa mais conter a água. Nunca mais.
Olho para trás e vejo o caminho. Leio e quanto mais leio mais percebo o comum e o incomum das minhas perguntas. Quantas mais duvido das fórmulas que me foram ensinadas, quanto mais as contesto, quanto mais sei onde estou e no que acredito, mais calma me sinto. Não tenho que ensinar ninguém, não tenho de convencer ninguém, não tenho sequer que partilhar com ninguém as minhas verdades. Quem quiser saber porque acho o que acho, que pergunte. Eu direi sem imposições e não admito julgamentos.
Já não tenho idade para ser julgada por ninguém, e a única pessoa que eu nunca queria desapontar já cá não está. E com tudo de mau e péssimo que isso trouxe à minha vida, também trouxe liberdade. E os meus filhos? Eu espero que eles me amem na minha verdade, na minha imperfeição. Porque esse é o exemplo que lhes quero dar. No settling, no compromising.
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