quinta-feira, 16 de julho de 2015

"Once again the world has proven, anything you can do, I can do better."

Ou como a frase "não há outra maneira" pode ecoar nos ouvidos de todos os senhores da extrema esquerda, que tem a mania de dizer que o que devemos fazer é ir no sentido oposto da Europa, sem fazer a mínima ideia do que dizem.

A Europa somos nós, mas ainda não totalmente. Ficar pode ser mau, mas sair seria muito pior, sempre. Estamos a caminhar, quero acreditar, apesar do mau feitio da Alemanha e de todas as outras diferenças entre nós, para os Estados Unidos da Europa. Cada um é como cada qual, mas fazemos parte de um todo. No entanto, ainda não estamos lá, e não é difícil um comum mortal perceber isso.

O Tsipras achou que sim, entrou a matar, com uma premissa de todo errada...a de que tinha escolha! Percebeu da pior maneira que, não só não tinha escolha, como tinha muito pouco poder negocial. Poder esse que perdeu assim que deixou passar 4 meses sem medidas reais, apenas utópicas.
Não foi o referendo que chateou a Alemanha, foi a petulância de ele achar que tinha como negociar numa Europa que ainda não é totalmente unida. Foi o "vocês têm de me dar dinheiro, mas não me podem exigir nada"...creio já ter referido aqui mais do que uma vez: dependência financeira gera todo o tipo de dependências.
Se não fosse tão novo com a mania que tem pelo na venta, se tivesse estudado bem a lição, tido umas aulas de estratégia e teoria dos jogos, ou simplesmente lido o The art of War, teria conseguido sem luta, um muito melhor acordo. Com boa vontade tudo se faz, apelar à união da Europa era vital, mostrar medidas concretas para acabar com o status quo ainda tão presente na Grécia era essencial, e claro dizer que ia percorrer pelo caminho das pedras, mas mostrando que se conseguia fazer melhor por outro lado. Custou anos à Grécia o inútil braço de ferro da esquerda, onde antes havia uma nódoa agora à um buraco...

Eu não sou contra o Tsipras, ele está para ficar, mudou de discurso e aparentemente vai arregaçar as mangas, e se os Gregos tiverem sorte, fazer o que tem de ser feito. O que é muito mais difícil do que o que todos os outros fizeram, incluindo o ex-ministro das finanças, que simplesmente se veio embora quando percebeu que o cocó ia chegar à ventoinha, com ou sem a vitoria do "não", e que a escolha era aceitar que o modelo utópico não funciona ou continuar com as balelas que não levam a lado nenhum, e ele escolheu a segunda. Agora senta-se na bancada a criticar, quando na pratica não fez nada. Os teóricos devem ficar onde pertencem, a dar aulas. Na vida real as escolhas são duras.

A Grécia vai sobreviver. Portugal também sobreviveu. Não sem dor, mas com lições aprendidas:
- Não se pode viver acima do que se produz,
- Deve-se questionar sempre o status quo, sejam lobbies ou politicos,
- Não há soluções milagrosas, if it seems too good to be true, it probably is.

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