Sou eu que faço as contas, que trato das despesas, dos seguros, da água, da electricidade, da televisão...sou eu que sei, que o futuro é incerto, e as dívidas que ela acumulou (de uma vida de excessos a viver acima das possibilidades), ainda se podem tornar mais dolorosas.
Custa-me que ela não possa ter acesso a dinheiro nenhum, detesto ouvi-la chorar e imagino que doía.
Mas a mim dói-me mais! Dói porque nunca gastei um euro a mais do que devia e tenho que estar sempre a fazer contas e a pedir coisas que nem são para mim. Dói, porque ela meteu-me no meio das dívidas dela e nem perguntou. Dói porque estou presa a bancos, e a ficheiros de excel, condenada a ter de gerir uma vida que não é a minha, para sempre.
E por isso, depois de tantos anos a doer sem me queixar, passei um bocado a bola. Pelo menos faço as coisas da maneira certa. Da mais trabalho agora, mas evito surpresas no futuro.
Ser eu não é fácil, mas faço-o com toda a graciosidade possível.
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