Já não me atiram ao chão com duas cantigas, já não me põem a chorar do nada, já não sinto que se calhar não tinha razão, ou se calhar não devia ter feito...
Sou estoirada. Se calhar até sou precipitada, e não dou tempo às coisas. Se calhar sim, devia ter esperado, devia ter ido com mais calma por causa dos assuntos ainda em curso. Não me apeteceu e assumo a responsabilidade disso. Depois de tanto tempo presa encontrei na ausencia de complexidade uma optima maneira de não me sentir a perder tempo.
Não sou dona da verdade, nem sei tudo. Tenho algumas coisas coladas em mim, à minha pele e aos meus ossos que não deveria ter. Há frases que me marcam, coisas que me dizem, pensamentos que me escapam por vicios de mim, vicios de anos. Tento elimina-los e consigo, percebo e sinto dessa maneira, mas ainda me confundo, ainda tenho dias de incerteza, de confusão, de instabilidade. Poucos. Cada vez menos.
Os sentimentos são muito mais voláteis do que achei a principio. E sei, porque não andei aqui a brincar nos ultimos 25 anos, que isso se deve a uma de duas coisas: ou estas a forçar, ou não gostas tanto como achavas que gostavas. Sei tambem (e porque me disseram) que o natural é uma não-acção, que é como quem diz, não fazer nada. Assim que fazes alguma coisa, há sempre um motivo, e há sempre uma consequência. Convem só pensar, mas se pensas demasiado podes correr o risco de ficar só a pensar. O bom é inimigo do optimo e como se vê não há pinga de linearidade em alguns assuntos.
Em resumo, tenho que exercitar o calar, para conter e só assim saber o que sinto. Sentir é importante, não me posso esquecer disso. Tenho que ir de férias e estar tempo comigo. Conhecer-me é um exercicio demorado, dificil, complexo. Quando comecei esta aventura nunca pensei i) que fosse possivel sentir-me tão bem na minha pele e ii) que fosse tão dificil e cansativo mexer em partes que nem sabia que existiam.
Há dias que são para caçar certezas, há dias que são para deixar ser caçado.
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