terça-feira, 26 de abril de 2011

Era demais.


Surpreendemo-nos sempre quando pensamos que não conseguimos viver sem A ou sem B.
Mentira. A única pessoa que precisamos para viver somos nós próprios, e de preferência, nós próprios bem dispostos e de sorriso na cara!

Das vezes que achei que não ia respirar mais sem o ter à minha volta, já passaram alguns meses. Foi a técnica dos pequenos passos: 3 dias, 12 dias, 3 semanas, 1 mês e meio. Todos estes períodos achei que não ia aguentar...todos eles aguentei e só no ultimo é que finalmente o meu coração cedeu. Nos últimos três dias daquele mês e meio alguma coisa quebrou, consegui acordar de manha sem o peso gigante da ausência. Exactamente nessa altura voltei a falar-lhe.

Não sei bem porque o fiz, talvez estupidez? Não sei mesmo. E, como eu já disse antes aqui, apesar de parecer que nada mudou, tudo está diferente. Vivo, respiro, e estou bem. Já não preencho o meu vazio com ele, e nem ele comigo. No fundo era isto que fazíamos, preencher o que faltava na vida um do outro...não arranjo outra explicação para a quantidade anormal partilha durante meses a fio.
Estranho é, que supostamente éramos e sempre fomos só amigos, mas mudamos os dois de comportamento. Não só eu, porque tinha de parar com esta não-relação, mas os dois...houve uma altura que eu desviei e ele seguiu. Indiferente as minhas mais repetidas ausências, ao afastamento diário que eu nem vi bem acontecer.
Tenho para mim que não vamos ser dois velhos amigos casmurros a jogar às cartas depois da reforma, como eu achava que seriamos. Tenho para mim que não me consigo dar com pessoas indiferentes a tudo, que só pensam em si e só olham para o seu umbigo. Tenho para mim...

O concretizar daquilo que eu já sabia que ia acontecer, não é tão terrível como eu achei. A desilusão não é tão grande, porque a expectativa era nula. No entanto, não consigo (ainda), não referenciar este facto. Como me disse a J. "eu sei que tu gostas cada vez menos, noto isso. O problema é que gostavas muito, gostavas demais, e por isso ainda não é suficiente. Mas é só continuar agora". Era demais, foi o que eu retive. E era.

Bom seria eu dar-me ao trabalho de lhe dizer o que sinto, como sempre o fiz. Infelizmente, não creio que valha a pena...useless and disappointing.

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