A semana começou com o Robbie. Senhores, como eu já me tinha esquecido o quando gostava dele! Impressionante como num apice voltei a ter 20 anos. Gritei, pulei, cantei...voltei a ficar viciada nele e não ouço outra coisa desde Domingo passado. Sad? No, lovely. I do what I want, and make sure I give no explanations about it.
Depois de um Domingo assim a Segunda passou de relaxada a stressada em 2 segundos. Os planos do jardim atrasaram-se, um vento que achei que ia cair da bicicleta quando fui buscar o M. a escola, avaliação do ano e claro, aquela carga de trabalho que só o fecho do ano sabe trazer!
Avaliação: bem, boa. Objectivos deste ano estavam cumpridos desde Novembro. Todos os passos para ser promovida igual, e agora é só esperar até Abril. Como disse na semana passada devia parar e aproveitar a tranquilidade que dá ensinar e saber quase tudo o que há para saber sobre uma posição. E por isso decidi que é isso mesmo que vou fazer... isso e network. Até descobrir o que quero mesmo não vou pensar em mudar!
Esta semana voltei aos cavalos. Mais uma coisa que me tinha esquecido de como gostava. Adoro! 30 minutos de aula, 30 minutos de selar, des-selar, escovar e dar festinhas. 2 dias de dores no rabo e nas pernas. Ma-ra-vi-lho-so. Fazer exercício é outra coisa que me dá um imenso prazer e sinto-me cada vez melhor. Cada vez com mais força. Cada vez com mais vontade de puxar por mim. Por isso, até onde o meu corpo deixar, eu vou leva-lo. Com esta nota passei a fisioterapia para de duas em duas semanas, e na próxima sessão vamos aprender a correr "para proteger os joelhos". Não é velhice filhos, não é, não.
Falando em velhice arranquei 1 cabelo branco. Tenho 5 todos numa mesma zona, escondida, mas este estava num sitio se notava imenso e então decidi arranca-lo. E não me venham com coisas que agora nascem 7, mitos urbanos. Tão mito como o "se fizeres depilação com Gilette nascem pelos da barba nas pernas". Mentira senhores, só as hormonas tem esse poder. 20 anos para aprender isto!
Sexta feira foi óptimo, descobri que o ortopedista que operou a minha mãe me mentiu. Sim, ouviram bem, mentiu na minha cara que lhe tinha posto uma prótese, quando não pôs. Deixou-lhe uma perna 10 cm mais curta que outra, e eu só descobri 9 meses depois. Claro que, depois de me ter passado todo o desapontamento na raça humana; em que um médico decide sozinho fazer isto a doente que está sozinho e mentir, o meu lado racional percebe. Colocar uma prótese numa doente em estado terminal é uma péssima alocação de recursos escassos e que poderiam beneficiar outra pessoa com muitos mais anos de vida. Percebo isso, mas dá-me raiva que ele não tenham tido a coragem de me dizer isso na cara e de me deixarem explodir toda a frustração com a situação, na hora. Raiva e culpa. Culpa por não estar lá, porque se lá estivesse talvez tivesse sido diferente. Os últimos 3 dias tem sido cheios disso, raiva e culpa. E a minha mãe, desde sexta liga-me todos os dias a perguntar o que é que se vai fazer agora. Como se eu pudesse fazer qualquer coisa? Como se houvesse esperança?
E este fim de semana o síndrome Fevereiro voltou na sua força. Depois de um Janeiro tranquilo, pelo menos no que diz respeito ao luto, Fevereiro começou já com raiva (mais ainda, sim!). Saberá Deus porque é que eu fico zangada pelo meu pai ter morrido depois de 3 anos. Já devia ter esgotado este sentimento. Mas fico zangada, irritada e com raiva ao mesmo tempo. E depois, claro, começo a descarregar no miúdos em forma de falta de paciência, até perceber o que está a acontecer e tirar 10 minutos de silencio para respirar. Fiquei zangada com a ideia de celebrar os 70 anos deles e ele não estar lá, a minha veia cínica acha isso uma ideia absurda. Mas a minha parte adulta racional percebe que cada um sente à sua maneira, e foi uma ideia como outra qualquer. Eu queria abrir um bolo, abrir uma garrafa de vinho e chorar até adormecer. E acordar dia 23 pronta para começar finalmente o ano. Desde que o meu pai morreu que os anos não começam a 1 de Janeiro, porque a dor não deixa. Confesso também um bocadinho de culpa. De alguma maneira o facto de Janeiro ter sido tranquilo significa que a pior fase do luto está a passar. E, mais uma vez, racionalmente eu sei que não o amo menos, mas estou melhor, doí menos, é indiscutível.
O fim se semana foi duro. Continuamos com a saga da babysitter, e sem resultados. O N. ficou meio adoentado e por isso tive de levar o barco sozinha ontem e quase todo o dia hoje. Adoro-os de morte, adoro passar tempo com eles, mas não ter tempo para mim é dureza.
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