segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Medo, isso.

Acho que ontem descobri porque é que me consumo tanto com a palermices da minha mãe, porque é que me irrito quando já devia ter deixado de ligar à muito tempo ao que ela diz...é medo!
Puro medo que ela estrague o meu irmão, que por causa dela ele fique com danos irreparáveis, que as coisas corram mal, que ele não ultrapasse certos problemas, que se meta em porcarias estranhas, que se passe um dia e ache que é melhor acabar com tudo, se sinta sozinho, impotente, abandonado...e que eu não possa fazer nada para evitar isso.
Eu também já achei que ia ficar estragada para sempre, um brinquedo com defeito deixado sozinho numa ilha deserta. Consegui reparação muito tarde, nem sei como, e hoje sou uma pessoa equilibrada, muito longe daquilo que já fui. Mas agora tenho este medo.
Um medo irracional que cresce onde antes era só aventura e ousadia. E não quero ter medo. O medo corta mais fundo do que a espada (como diz a Arya Stark), o medo congela-nos e torna-nos irracionais, obriga-nos a viver nos sítios que conhecemos, sem riscos, sem sair da zona de conforto e eu não quero viver assim. Não quero ter medo do que pode acontecer quando na realidade até pode não acontecer nada, quero ter fé, simplesmente.
Só espero que seja este o motivo porque me stresso tanto com isto, quando racionalmente não faz sentido uma pessoa chatear-se com outra que está doente. Se tiver descoberto o motivo, é um primeiro passo para acabar com a irritação, de preferência antes que ela acabe comigo.

   

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