Estou no rol das despedidas, meia dúzia de lágrimas, a promessa de ligar e de manter o contacto.
É difícil.
Vamos ver, vou e não sei quando volto! Vou porque quero, porque para a frente é que é caminho, porque "se não os tens a tremer, não está a acontecer", porque quero mais e melhor para mim, porque me quero reformar aos 55 anos e curtir o resto da minha idade em paz e sossego numa casa à beira-mar, ler os meus livros, brincar com os netos, viajar, fazer voluntariado, dedicar-me a outros projectos.
Mas ir é difícil, deixar tudo é difícil, o desconhecido é ligeiramente assustador.
E por isso, tal como disse no inicio desta jornada em Junho, quando decidimos que íamos os dois, eu vou mas vou a chorar. Chorar é a minha maneira de purgar, de mostrar que sinto, ganhar força e coragem porque não há lágrimas que me parem, nunca.
Mas vou deixar amigos e família, seria ingénua de pensar que vai ficar tudo na mesma. Nem agora está tudo na mesma, quanto mais. Tenho pouco tempo, muita coisa para fazer, e a cabeça cheia...
Amanhã despeço-me do meu local de trabalho. Na 6a despedi-me do judo e do meu ginásio do coração onde fui tão feliz (e tão miserável também!), já me comecei a despedir dos amigos, a família vai ficar para ultimo. O meu irmão. A pessoa que mais me vai custar deixar, porque é a pessoa que mais precisa de mim.
Mas ele vai perceber, educamos por exemplo e eu quero ser um exemplo de coragem, força e trabalho. O que é que ele ia pensar daqui a uns anos se tivesse ficado infeliz e triste no mesmo sitio? E quando eu lhe dissesse para ele ir, para sair da zona de conforto, para lutar com garra o que é que ele me ia responder?
Ele vai estar sempre no meu coração e tudo o que puder continuar a fazer, vou fazer, até os limites do impossível, porque sou eu. Não o vou deixar, não vou desistir dele, mas tudo vai mudar, eu sei que sim...
Lá está. A chorar mas a ir. Vamos embora!
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