quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Endings

Há sempre uma certa tristeza nos finais.
Eu especialmente sempre achei que os finais deviam ser sentidos e vividos como os inícios. São rituais de encerramento, de mudança...convêm aproveita-los até ao fim, sem presas, nem ânsias.
Daí ter aceite ficar cá os 60 dias que estão no meu contrato de trabalho, sem nem uma palavra extra ou pedido especial.
Sei que quando me pediram para ficar até ao fim, foi com o único intuito de fazer persistir um mal estar, aquela coisa do "queres ir, mas ainda não vais", as pessoas fazem muitas coisas sem pensar, cegas por um sentimento de aparente poder e mesquinhez latente.
Mas eu adapto-me, e vejo a parte positiva em tudo o que acontece. Mantive o profissionalismo, fui aplaudida na minha decisão no novo emprego, faço horários leves que me permitem tratar de todos os meus assuntos, aproveito diariamente os colegas mais chegados em cafés e conversas, vou ao ginásio a horas que futuramente serão impraticáveis, passo a pasta a um ritmo de planície alentejana e vou receber todos os meus dias, até ao ultimo tostão, cumprido o que me foi exigido. Sempre o fiz, não iria agora desviar esse comportamento só porque assinei uma carta de demissão. No entanto, 60 dias é muito tempo... para quem cumpre e também para quem manda cumprir.
Hoje quando sai dos RH percebi que fui ingenua durante muito tempo. Achei que faria a diferença, se não com o meu trabalho (opção vetada à partir de certa altura), pelo menos na saída haveria de ser diferente.
Enganei-me, claro está.
É triste. Depois de tanto ter agitado as águas, de ter falado e virado, passado por cima e pelo lado, tal qual bola desgovernada, que no final não tenha feito qualquer diferença. Serve de lição para o futuro. Não se muda o que está pré-estabelecido, não se salva quem não quer ser salvo...

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