Estar na companhia de alguém que passou por uma doença tão dificil como um cancro no pancreas faz-nos perceber como alguma coisas mudam para sempre. E então se for o aniversário dessa pessoa ainda mais.
A felicidade de ter todos a mesa, o despudor em dizer "fiz mais um ano, só quero ver o próximo", o ajudar os outros. E acima de tudo um carinho que eu nunca esperei que houvesse de parte a parte. Agora sei que, no dia em que ela não estiver cá vai ser tudo pior, mais dificil.
Agora sei que, apesar do que nos dizem na infancia, há relações pouco pretas e a brancas, a mioria é cinzenta. Ouvir apenas um dos lados da história dá sempre asneira, e sei que a minha avó (se fosse viva), não conseguiria nunca compreender o que quero dizer. Foi demasiado ferida para deixar sequer que a razão mostrasse que apesar de fazermos coisas más, isso não quer dizer que sejamos maus.
Quando se segue o coração sem limites, há destas coisas.
Quando somos muito novos, se calhar até demasiado novos, a razão passa para segundo plano.
Eu por mim, acho que se largarmos a dor do passado, o mal que nos fizeram, as ideias que sempre nos meteram na cabeça e virmos por nós, com os nossos próprios olhos e nos desafiarmos a aceitar, a gostar, e a estar, coisas maravilhosas vão acontecer.
É verdade. É verdade porque ontem aconteceu.
Sem comentários:
Enviar um comentário