A minha noção de amor era errada. E durante anos e anos, nunca percebi que aquilo que eu sentia, por mais que eu achasse que era amor e paixão, não era.
Os sentimentos estavam lá, nem os vou negar (alias nem podia, eles acabaram comigo durante tanto tempo), mas não eram amor, não como eu vejo o amor agora, pelo menos.
Era o frisson do impossivel, o thrill da esperança, os daydream constante, o aperto na barriga, o querer algo que não ia chegar, a dor profunda, o agarrarem-me as entranhas e fazerem chorar sem parar durante dias e dias. Isso agora não me faz sentido como sendo amor, mas de alguma maneira foi o que eu sempre relacionei com o sentimento.
Daqui sei distinguir claramente a paixão, o que ela nos faz ao julgamento, até onde ela nos leva, como nos faz levitar e sermos imprudentes, irresponsáveis, egoístas. Daqui, de agora, vejo os momentos de paixão, recordo-os com carinho e sorriso nos lábios, foi bom, paixão é sempre bom. Só não é bom quando o a seguir se transforma em qualquer coisa, que já não sei identificar e que antigamente chamava amor. Sinceramente não faço ideia de que é que são feitos alguns sentimentos!!
O amor como eu o reconheço agora, é tranquilo e sereno, é saber que a outra pessoa está lá, sem inseguranças ou medos. Está lá ponto. O amor não dura para sempre, toda gente já sabe isso, mas é sempre bom, calmo, pingado de felicidade e pequenos problemas do dia-a-dia. E doí apenas durante pequenos desconfortáveis instantes. Se doí demais, não é amor.
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