domingo, 9 de outubro de 2011

O acabar do mundo como nós o conhecemos

E de repente tudo muda. O mundo como nós o conhecemos acaba, para quando acordarmos estarmos num mundo completamente diferente. Ninguém pode fazer nem dizer nada, não é sequer uma questão de se ultrapassar. Não se ultrapassa, não acaba...apenas atenua, apenas nos tentamos adaptar a um nova realidade que nunca esperamos viesse tão rápido. Adaptamo-nos a um buraco gigante para não sermos engolidas por ele. Reagimos porque não há mais nada que se possa fazer, porque temos outras pessoas e também elas precisam de nós.
Acredito que numa situação destas senão fossem os outros nem sequer nos mexeríamos do mesmo sitio. Ficaríamos dormentes a olhar para o sitio onde estava ali uma vida, que fazia tão parte da nossa que quase nem sabíamos onde acabava uma e começava a outra, sem qualquer tipo de reacção. Horas, dias e anos, só a olhar para ali, a contemplar o momento em que desapareceu sem percebermos, sem nos termos preparado, sem ninguém ter avisado que isto sim, doí mais que tudo. Isto e só isto doí como mais nenhuma dor.
E as amigas (nós) pouco ou nada podemos fazer. Um abraço forte, um sorriso, uma presença calada e pouco mais, muito pouco mais.
Como somos humanos e gostamos da pessoa que sofre, choramos, choramos pela dor que sabemos que lhe estar a tocar em todas as células do corpo, pela ausência a partir de agora constante, pela saudade de todos os momentos futuros, e pelas dolorosas lembranças felizes. Como somos humanos, pensamos o que vai ser de nós quando um dia nos acontecer o mesmo. É a lei da vida, inevitável. Como somos humanos, agradecemos ainda estar tudo bem connosco, ligamos e dizemos "eu amo-te. nunca me deixes", sabendo que vai haver um dia em que vamos ser nós.
Acordei de manha, cedo para a hora que me deitei, e só pensei naquilo que ela iria sentir quando acordasse, naqueles 2 segundos em que ainda pensas que estas a sonhar e que esta tudo bem...para depois tropeçares na realidade, dura e horrorosa como só ela sabe ser.
E ninguém pode fazer nada. Ninguém.

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