sexta-feira, 9 de outubro de 2020

Cidades

Cada pessoa tem a sua cidade de eleição. Para uns é NY, outros Londres, há quem prefira Roma ou LA, mas para mim é e sempre foi Paris.

Este fim de semana, depois de ter literalmente devorado a série da Netflix "Emily in Paris", tentei lembrar-me quando ou como é que começou esta minha adoração, eu diria mais-que-cliché, de Paris.

Não foi em 2015 quando lá fui já casada e a acompanhar o N. a trabalho. Paris com poder de compra é outra coisa, apesar de na sua essência ser tudo muito acessível.

Não foi em 2012 quando passei uns dia lá com a minha irmã. Re-conhecendo Paris pela sua lente sempre atenta. Olhando para os prédios como se fosse a primeira vez. Quem viaja com a minha irmã é sempre transportado pela historia dos edifícios e dos seus arquitectos.

Não foi em 2007 quando voei para lá em vésperas de Natal para um fim de semana improvável com uma pessoa ainda mais improvável. O que deixou o meu pai com os cabelos em pé e à beira de um ataque de nervos quando quase não consegui embarcar no meu voo a dia 24 de manha.

Não foi em 2006 quando palmilhei Paris de lés a lés com a minha mãe, numa das nossas ultimas viagens como mãe e filha. Arrastando-a de um lado para o outro com ela a queixar-se de dores nos pés.

Pergunto-me se terá sido em Erasmus, quando me apaixonei irremediavelmente pela língua francesa? E se essa paixão Paris deste desejo de simplesmente lá estar. Andar pelas ruas, sentar-me nos cafés, viver apenas.   

Ou se terá sido em 2001 quando a visitei pela primeira vez em família? Lembro-me de não ter ficado particularmente rendida ao topo da torre Eiffel, mas que quando subi as escadas do Sacre Couer e me virei, algo mexeu dentro de mim. Naquela altura pensei que, de facto nunca iria existir uma vista mais bonita do que aquela. Encontrei-a uns dias mais a frente no cimo do Arc de Triomphe, onde noutras visitas passei horas infinitas.

Isto para dizer que, independentemente de onde tenha começado, eu sei onde vai acabar. Quando for altura de fazer os meus meses "eat, pray and love", vou passar pelo menos 3 meses em Paris. A fazer mais nada do que falar francês, comer, beber e passear. 

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