A falta que me fizeste esta semana não dá para por em palavras.
Na primeira vez estavas lá comigo, sentado na sala de espera de São José. E eu explicava-te, como esta semana expliquei ao N., o que é que estava em jogo: não só a minha mãe, mas a mãe do meu irmão menor, os próximos passos caso algo acontecesse a cadeia de eventos em espiral negativa. Quando somos crescidos perder alguém faz parte do caminho, mas a estrada não se altera de sobremaneira. No entanto, quando somos menores a vida simplesmente muda de um dia para o outro, sem sabermos como nem porquê.
Passei a semana com esta falta imensa, com a tua ausência a fazer-me companhia. Esgotei todos os limites de ansiedade até desistir e simplesmente acreditar que ia correr tudo bem e pronto. Não havia opção. Uma parte de mim dizia que 2020 não me ia fazer isto (quanto mais é que uma pessoa aguenta?) e a outra parte lembrava-me que a vida não se dobra perante probabilidades condicionadas, que aconteceu no passado em nada é relevante para o que pode ainda acontecer.
No final (e até porque hoje é Domingo), só posso agradecer. Tenho mais 3/4 anos com a minha mãe, se tudo correr como o esperado e vou aproveita-los e deixar a culpa de lado. Agora que não te tenho cá ouço-te sempre na minha cabeça a dizer "acima de tudo ela é tua mãe".
E é, a única que tenho.
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