O fim de semana começou chuvoso e com mau tempo.
Típicos pais portugueses, sair de casa é impensável. Digo isto porque, ir para o parque de areia e escorregas a chover, é normal aqui. Mas ainda não consigo. Lá chegarei um dia, a adaptação há cultura acontece gradualmente, mas não é esse o ponto deste post.
Ficamos em casa. Sábado de manha com o M. a ver bonecos na televisão e eu a ler um livro. O problema foi que Sábado a tarde continuamos nesse registo.
A nós não nos apetecia fazer nada de nada, e para o M. a televisão é do melhor que há. Perto das 15h entrou a culpa em acção. Aquela que nos diz na cara "deixas-te o teu filho ver televisão o dia inteiro". Odeio a culpa, mas ela lá estava.
Com o Sábado mais ou menos perdido em termos de parentalidade positiva, decidi que não ia deixar um Sábado inteiro perdido para mim também. Vesti-me e sai porta fora direita ao shopping (ou o que quiserem chamar a 6 lojas mais um supermercado juntos). 3 lojas depois, roupa de verão comprada e jantar no cesto voltei a casa muito mais feliz. É tão raro fazer compras, que às vezes até me esqueço do prazer que dá.
Domingo acordei pronta para não deixar o meu filho em frente à TV o dia inteiro. Arranjei um parque daqueles internos com bolas e escorregas de espuma e lá fomos nós. Teria corrido melhor se estivesse aberto. Em tempos de Corona nunca se sabe o que já abriu, o que não abriu e o que não voltara a abrir. Então fomos passear, entre uma chuvada e outra, ver os barcos, atirar pedras ao lago, andar na rua simplesmente. Durante tarde o M. foi com o pai ver os aviões, eu tive tempo de fazer desporto e meditar. Ele foi para a frente da telinha só 1h antes do jantar.
A questão da TV vs. parentalidade positiva é que é uma maneira simples de me manter em sentido. Antes dos 2 anos ele não via nada num ecrã. Depois dos 2 anos abrimos um bocado a porta, com regras: só ao fim de semana e em férias.
Claro que o Corona estragou por completo as regras (tentem trabalhar 40h por semana com uma criança de 2 anos em casa e depois falamos), que tentamos agora voltar a por em ordem.
E não é que ache que a TV lhe faz mal, ou que lhe vai atrasar o desenvolvimento. Nada disso. Mas acho que, deve ser utilizada como recurso em poucas quantidades de cada vez e acho que ele próprio gosta mais quando é só um bocadinho. Ele prefere que me sente no chão a brincar com ele, ou ir passear. A questão é que depois de 2 meses em casa já esgotei os brinquedos dele. Até a mim já me chateiam. E acho que comprar mais é um absurdo. E por isso tenho que ser criativa, o que para mim é um esforço.
Então ontem estive a ver actividades para preparar para ele. Coisas simples, mas em que estando organizadas, se passa uma parte da tarde ou da manha tranquilamente.
Tentar alinhar as brincadeiras dele com as minhas: ler um livro, pintar, cozinhar, passear.
Acima de tudo levar as coisas sem extremismos e tentar calar a maldita da culpa.
O truque é manter o equilíbrio entre um dia que não estamos com cabeça e não dá mesmo para ser os super-pais, e os dias em que passamos todo o tempo com ele a fazer coisas diferentes.
Fins de semana de chuva são extra difíceis.
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