segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Quero

A minha casa.
Ainda acho que é a antiga, mas já não é. A casa do meu pai, também não é porque falta lá uma pessoa fundamental. E a casa nova, não é onde vivo todos os dias. E desespera-me não saber quando lá vou viver definitivamente.
Quero estar com ele, quero estar em nossa casa, arranja-la a meu gosto, por-lhe coisas bonitas, tratar dela para ficar com a nossa cara. Faltam 3 dias para ir, mas depois tenho que voltar...
Gosto de estar cá, claro que sim, mas o meu coração já não está aqui, não todo pelo menos.
Já me apetece chuva e andar de bicicleta, usar botas, aconchegar no sofá e acordar com o sol na cara porque não há estores.
Não posso acelerar o processo, não posso obrigar ninguém a dar-me um emprego, não tenho como largar tudo e ir. E no entretanto só queria que este ciclo se virasse e acabasse de uma vez.
Estou cansada do "cheiro" a morte e luto que para aqui anda, de pessoas que acabaram de partir, e de não conseguir acelerar também este processo.
Ontem foi o baptizado dos gémeos. Chorei por tanta coisa, pelo meu irmão que deixei em casa depois de uma semana a estar com ele todos os dias, chorei pela minha avó que não estava e devia estar, chorei porque aparentemente só eu é que choro e só eu é que sinto e isso deixa-me triste.
Estou cansada de chorar, coisa que não me acontecia desde 2010. Creio que preciso de estabilidade e paz, mas para isso preciso de ir para casa. Estar em casa dá-me força, tranquilidade e calma. Mas não sei quando posso ir de vez para lá.
É uma pescada de rabo na boca portanto.
É para ir levando. Uns dias melhores que outros.
Esta semana a sister C. vai-se também embora, 1 ano inteiro. Mais despedidas, caraças pah!!!
Eu bem sei que é andar para a frente, que é melhor, que vai ser óptimo e maravilhoso. Mas odeio despedidas, odeio saber que nada vai ser como já foi, mesmo que depois fique melhor. Sou apegada ao que me fez feliz, às pessoas com quem fui feliz, aos momentos. Vai haver outros, eu sei, mas nunca mais aqueles.
É o nunca mais que sempre me lixa.

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