Está feita. E está linda.
Quanto mais acreditarmos que somos felizes venha o que vier, menos nos preocupamos com o que há-de vir.
Natal sem pai nem mãe, não é a mesma coisa. Não sei se algum dia irá ser.
Se tiver todo o tempo do mundo livre, gosto de me sentar no chão de brincar com os miúdos. Gosto de lhes dar horas de mim e perceber tudo sobre Pokemons e outros. Mas preciso, e sim é uma necessidade, de tempo para mim. Poder ser pouco, mas tem de haver algum. Ontem em desespero passei 20 min a 5 graus. Dentro de casa não havia sossego.
Tenho notado que fazer menos, traduz-se em menos stress, e por si só em mais calma e felicidade. Este Natal não consegui estar com nenhuma amiga! Custa-me. Mas depois de perceber que não havia volta a dar, fiz o embrace do conceito e não me matei para tentar fazer fit de tudo nas horas reduzidas que tenho. Está tudo bem, no Verão será melhor.
É sempre demasiada comida e demasiados presentes. Ninguém quer saber o que eu acho e por isso calo-me. Não vale a pena racionalizar coisas que, claramente, não são racionais.
Não vou conseguir ler o meu livro. Mais umas férias em que o trouxe comigo e não o vou conseguir ler outra vez. Filhos pequeno. Pouco sossego.
Voltei a um ritmo mais ou menos pré-filhos.
Não voltei a um ritmo diário! Mas voltei a um ritmo meu.
Juro que há dias que quero escrever, abro o blog e sinto-me vazia. Nada para dizer, só uma total abnegação de tudo, um alheamento do mundo e nada para dizer.
Eu! Sem nada para dizer, ah ah ah.
Luta para andar bem, luta para me sentir com energia, positiva, o meu "eu"normal. E quanto mais luto, mais me afundo!
Hoje acordei a ouvir a Nini, umas saudades insuportáveis do meu pai. A consciência que os meus anos foram dor e que o Natal, mais uma vez, não vai ser diferente. Deus, como eu odeio o Natal!!
E o fingir (sim fingir, porque os miúdos não tem culpa), parece-me daqui uma exaustão em cima do meu eu já exausto. Uma montanha muito maior do que aquela que me parece possível escalar.
Mas vou seguindo! Porque parar não é possível. Continuo sem saber o que me perturba tanto, sinto que há uma qualquer mudança que tem de ser feita, mas não sei qual. Não sei o caminho, mudança aonde, nem percebo o porquê de me parecer que o meu corpo grita por mudança...
E quando estou assim, neste não-sei-o-que-se-passa,-tenho-que-andar-bem-mas-só-me-sinto-deprimida, só me afundo mais. Como em excesso, estou doente, não treino e tudo parece 1000x pior.
E depois escrevo, e o simples acto de escrever tira de mim o veneno. Deixa-me um leve sorriso nos lábios e a certeza, absoluta, que ando a patinar em círculos, mas que vou encontrar a saída. Encontro sempre, afinal.
Every moment, every day, every month.
Vida de emigra sem ajuda significa que eu nunca vou poder achar que podia ter passado mais tempo com eles. Nunca me vou arrepender de não ter vivido todos os momentos.
Estou a viver todos! Todos os banhos, jantares, pequenos-almoços, brincadeiras, fases, horas de dormir. É intenso, mas eles não se vão esquecer! E eu também não.
...a rota para o auto-conhecimento.
I am saying more things out loud.
E portanto a minha necessidade de escrever diminui. Faz sentido. Pelo menos para mim.