Nos meus 34 (quasev35) anos de idade, só duas vezes me deparei com casas de banho mistas.
A primeira vez, há 7 anos atrás numa discoteca em Shanghai, exótica o suficiente, para me fazer pausar a entrada, acompanhada apenas por amigos homens, e dar uma gargalhada gigante. Como é que ninguém nunca tinha pensado nisso? Genial! Adeus filas do WC feminino.
Nada me pareceu mais normal, pouco estranho ou fora do comum, mas creio que posso culpar a vodka mais uma vez por isso (ela que tem as costas largas aguenta).
A segunda vez, está semana, não me pareceu um conceito assim tao avant-garde. Estávamos num evento da empresa e ouve um certo desconforto palpável no ar quando percebemos que nos dirigíamos todos para a mesma casa de banho.
Pus-me a pensar sobre isso, porque? Não é como senão tivéssemos o nosso metro quadrado de privacidade. Nem me lembro de alguma vez não ter achado divertido ir a cada de banho dos homens quando a fila na das mulheres dava a volta ao quarteirão (culpa da vodka, mais uma vez?) e por isso fui apanhada de surpresa com este sem jeito notorio. Afinal a única coisa que dividimos foi o lavatório, mas de alguma maneira pareceu uma intrusão de parte a parte.
Está reflexão, levou-me claro a pensar na nova lei em que, na escola, se permite que cada aluno vá a casa de banho com que mais se identificar. Uma lei que parece feita por alguém que nunca andou numa escola preparatória ou secundária, uma lei que na prática não vai mudar nada. Quem não cumprir o sinal vai-se sempre sentir desconfortável e os outros vão sempre fazer questão de mostrar que também estão desconfortáveis (porque vão estar).
Então para mim a solução seria só e apenas uma, juntar as casas de banho.
Claro que para isso, primeiro os rapazes teriam de ser educados para respeitarem inequivocamente as raparigas, afinal o nosso espaço seguro, a casa de banho, já não iria mais existir. Do que eu me lembro da escola, e dos 10 anos a sair à noite, também não me parece que já estejamos aí.
E por isso ficamos sem solução outra vez.
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