quarta-feira, 24 de outubro de 2018

Das coisas da vida

Tenho estado tão preocupada com tudo o que a morte do meu avô significa em termos de responsabilidade, que ainda nem consegui fazer o luto.

Noites sem dormir, problema atrás de problema, uma responsabilidade que, com esta idade ainda não devia ter, números e contas, voltas e voltas a pensar como vou conseguir pagar tudo, mas e chorar? Lembrar-me da nossa história juntos, dos bilhetes, dos passeios, dos almoços, das tardes passadas debaixo do sol alentejano, das mãos grandes sempre calejadas, das buzinadelas a anunciar a sua chegada, das esperas á porta de casa quando era adolescente...isso ainda não fiz.

Ao ultimo dos meus avós, como eu queria apenas chorar a tua morte sem mais nada. Desculpa por ainda não o ter feito.

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