Não costuma ser um dia difícil, mas esta sexta foi insuportável. A realidade a fazer das suas, com todas as preocupações e desespero habituais.
Nada que já não se tenha falado, nada que seja estranho ou que não estivesse há espera, mas quando ligam a dizer que a nossa mãe está no hospital e vocês estão a 2300 km de distancia, as coisas tem outra perspectiva. Na verdade não foi nada de especial (para o que podia ter sido!). Apenas mais uma queda, desta vez ligeiramente mais grave que o normal. Depois do relatório médico a dizer que eram apenas nódoas negras vêm as decisões...em casa sozinha, ela não pode ficar.
Um corrupio de telefonemas, pedidos de ajuda, e depois de algumas horas lá se arranjou um lar para ela ficar uns dias. A primeira vez que ela deu entrada num lar, e eu sei não será a ultima!
Doí-me o coração pensar nisso. Na altura (e como sempre), fiz o que tinha de fazer. Entro em modo "problem solve" e até ela estar a entrar a porta acompanhada pelo enfermeiros, não parei, não me desmanchei, não verti uma lágrima. Só depois, sempre depois.
Na verdade, custa-me mais o que isto significa, do que a queda em si mesma. Qualquer pessoa pode cair em qualquer lugar, mas no caso da minha mãe, esta queda |(a juntar as anteriores), é só o agravamento da gravidade, e faz-me crer que estamos a chegar ao limite. Estamos a chegar a passos largos aquela zona sem retorno, em que ela terá de estar com cuidados de saúde permanentes e dai já não há volta a dar.
E se por um lado terei um incremento substancial na minha paz de espírito, por outro o meu coração aperta-se de pensar na solidão a que a minha mãe estará sujeita. Parece que, de alguma maneira, a solidão quando estamos na nossa própria casa não é tão grande, e que se estivermos presentes (e a dar chatice) as pessoas se esquecem menos de nós. Assim que a paz de espírito de instalar e se souber que ela está bem, temo que ela fique cada vez mais sozinha.
Deus sabe que o feitio que Ele lhe deu a impede de criar laços com os outros. As pessoas ajudam porque são caridosas e tem bom coração, mas são humanas, e a minha mãe faz perder a cabeça a um santo.
Até eu, tenho dias que me esqueço que ela simplesmente é doente, sempre foi doente de espírito e de cabeça. E volto a tentar falar com ela, fazê-la perceber que a realidade dentro da cabeça dela, não é real...e após três insistências desisto. Ela vai viver para sempre no mundo dela, um mundo em que todos lhe devem tudo, em que ela só tem servos e criados. Um mundo em que ela é a Viúva Porcina da sua própria historia, aquela que faz sempre tudo certo, e todos nós somos apenas um mero acessório, um acrescento.
Mas não estou de pazes feitas com esta realidade, muito pelo contrario. Custa-me por mim e por tudo o que já passei, custa-me por ela, mas custa-me principalmente pelo meu irmão. Que no meio desta historia vai ficar com uma mãe pouco presente, já tendo um pai completamente ausente.
Ele adapta-se bem, no meio da loucura que foi uma pessoa como a minha mãe ter filhos, pelo menos adaptabilidade foi uma das qualidade que tivemos de aprender (à força) e em que somos muito bons.
O mundo pode desabar, que enquanto houver uma noite para dormir, de manha já tudo se acomodou.
O que não quer dizer que não se sinta, e que a mossa, essa, não fique lá.
Não sei como resolvo este dilema dentro de mim, ela colhe o que semeia, mas eu fico triste. Acho que vou ter de ir caminhando apenas, um passo de cada vez nessa direcção e a responsabilidade de decidir o futuro dos outros. Mais uma vez não sei o que é melhor, esperar, deixar andar e um dia deste alguma coisa realmente má acontecer, ou ser assertiva, tomar a decisão quando tiver de a tomar e talvez cedo demais. Gostava que alguém me dissesse como é que se toma esta decisão, honestamente eu não sei.
Vou confiar em mim, explicar o porquê, ouvir o conselho dos outros e pedir desculpa se errar. É isso que vou fazer.
Quanto mais acreditarmos que somos felizes venha o que vier, menos nos preocupamos com o que há-de vir.
Moments that could be mine
segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017
quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017
terça-feira, 7 de fevereiro de 2017
Food for thought
Depende do que é, infelizmente há coisas na nossa vida, que fazem tanto parte do que queremos para nós, que por mais que queiramos viver sem eles (ou aprender a viver), não conseguimos. Esses são os que tem de ser resolvidos.
Depois há os outros, os que "encucamos". Não são essenciais à vida, mas por alguma razão tingem tudo à nossa volta. Normalmente não dependem de nós, mas conseguem transformar bom em mau, branco em preto. Esses são os que tem de ser esquecidos.
E a diferença é essa, o que depende de nós lutar para conseguir, mesmo que seja insubordinação da mais pura, e o que, façamos o que fizermos, não é connosco.
domingo, 5 de fevereiro de 2017
Nem sei!
Nem sei descrever qual é o sentimento que se abate sobre mim quando leio algumas coisas, e em especial quando essas coisas vem do mural do facebook do meu pai.
Como eu já disse ele faz parte daqueles, os outros silenciosos que votaram no Trump. E tem dias que decide colocar frases que mostram que ele concorda com o Donald. E o meu coração enraivecesse, entristecesse, e apetece-me gritar-lhe aos ouvidos. Fazê-lo entender, pelo menos a ele, que é meu pai o quão errado ele está. Ou então bloqueá-lo, ou tecer algum comentário publico que mostre o meu desagrado.
Mas não vale a pena. Já nos envolvemos em discussões feias por causa de tópicos como racismo, homossexualidade ou machismo em geral, e a conclusão é sempre a mesma. Concordamos em discordar, porque ele não me vai mudar a mim e eu não o vou mudar a ele.
Ao mesmo tempo sinto que se não disser nada estou a ser conivente, estou a aceitar que o meu próprio pai pense assim sem dizer nada, sem lhe mostrar que ele está errado, sem lhe tentar explicar (mais uma vez) que como ele pensa não faz sentido.
Juro que estas coisas me agoniam. E que não tenho uma solução para isto, sem ser tentar não me chatear. Respirar fundo e escolher bem as minhas batalhas, há coisas contra as quais não vale a pena lutar.
Como eu já disse ele faz parte daqueles, os outros silenciosos que votaram no Trump. E tem dias que decide colocar frases que mostram que ele concorda com o Donald. E o meu coração enraivecesse, entristecesse, e apetece-me gritar-lhe aos ouvidos. Fazê-lo entender, pelo menos a ele, que é meu pai o quão errado ele está. Ou então bloqueá-lo, ou tecer algum comentário publico que mostre o meu desagrado.
Mas não vale a pena. Já nos envolvemos em discussões feias por causa de tópicos como racismo, homossexualidade ou machismo em geral, e a conclusão é sempre a mesma. Concordamos em discordar, porque ele não me vai mudar a mim e eu não o vou mudar a ele.
Ao mesmo tempo sinto que se não disser nada estou a ser conivente, estou a aceitar que o meu próprio pai pense assim sem dizer nada, sem lhe mostrar que ele está errado, sem lhe tentar explicar (mais uma vez) que como ele pensa não faz sentido.
Juro que estas coisas me agoniam. E que não tenho uma solução para isto, sem ser tentar não me chatear. Respirar fundo e escolher bem as minhas batalhas, há coisas contra as quais não vale a pena lutar.
Pequeno Almoço
O ritual da primeira refeição do dia foi uma das variadíssimas coisas que herdei da minha avó.
Preparar as torradas, o café (preto sem açúcar), uma fruta, água. Sentar a mesa com um livro, uma janela cheia de sol, e no caso da minha avó, o toque final seria um cigarro. Infelizmente para mim a ultima parte acabou já há uns anos, mas todo o ritual cuidado do pequeno-almoço mantêm-se intacto, pelo menos aos fins de semana.
Na verdade é a minha refeição preferida do dia, o momento em que posso estar sozinha com os meus pensamentos, alinhar o que pretendo fazer com o dia de hoje, relaxar e comer ao mesmo tempo.
Quem me tira o pequeno almoço ao fim-de-semana, tira-me muita coisa. E para mim não importa se acordo as 9h da manha ou as 13h...prefiro 1000x o pequeno-almoço ao almoço (se tiver de escolher) e começar o dia com almoço é coisa que me recuso terminantemente.
Quando estou de férias ou em Lisboa, o pequeno almoço é também a altura do dia de estar com os que mais amo. E mais uma vez me lembro da minha avó, sentada a mesa, por vezes apenas para nos fazer companhia. Quando estávamos todos na Quinta, numa correria de entra e sai, ou em casa dela, quando estávamos apenas nós as duas. Tanto pequenos-almoços que partilhamos durante os nossos 30 anos de convívio.
Não posso dizer que é só dos pequenos-almoços almoços que tenho saudades, mas também deles. Pedacinhos de vida em comum, conversa banais e ás vezes nem por isso, começos de dias que duravam eternidades. Tanto, tantos dias que nunca mais se vão repetir. Acho que são sempre poucos os dias com as pessoas que nos amam, essa é a verdade. Tão verdade como o dar quase tudo para poder repetir aquele sentimento quente no peito, só mais uma vez.
Como não posso partilhar mais pequenos-almoços com a minha avó, faço questão de os ter só para mim, e de um dia os partilhar e os mostrar também ás pessoas que mais amo. A mesa cuidada, as torradas feitas com amor a pingar manteiga, o café (com leite "porque ainda não tens idade para beber só café"). Detalhes. Só detalhes, que fazem tanta falta.
Preparar as torradas, o café (preto sem açúcar), uma fruta, água. Sentar a mesa com um livro, uma janela cheia de sol, e no caso da minha avó, o toque final seria um cigarro. Infelizmente para mim a ultima parte acabou já há uns anos, mas todo o ritual cuidado do pequeno-almoço mantêm-se intacto, pelo menos aos fins de semana.
Na verdade é a minha refeição preferida do dia, o momento em que posso estar sozinha com os meus pensamentos, alinhar o que pretendo fazer com o dia de hoje, relaxar e comer ao mesmo tempo.
Quem me tira o pequeno almoço ao fim-de-semana, tira-me muita coisa. E para mim não importa se acordo as 9h da manha ou as 13h...prefiro 1000x o pequeno-almoço ao almoço (se tiver de escolher) e começar o dia com almoço é coisa que me recuso terminantemente.
Quando estou de férias ou em Lisboa, o pequeno almoço é também a altura do dia de estar com os que mais amo. E mais uma vez me lembro da minha avó, sentada a mesa, por vezes apenas para nos fazer companhia. Quando estávamos todos na Quinta, numa correria de entra e sai, ou em casa dela, quando estávamos apenas nós as duas. Tanto pequenos-almoços que partilhamos durante os nossos 30 anos de convívio.
Não posso dizer que é só dos pequenos-almoços almoços que tenho saudades, mas também deles. Pedacinhos de vida em comum, conversa banais e ás vezes nem por isso, começos de dias que duravam eternidades. Tanto, tantos dias que nunca mais se vão repetir. Acho que são sempre poucos os dias com as pessoas que nos amam, essa é a verdade. Tão verdade como o dar quase tudo para poder repetir aquele sentimento quente no peito, só mais uma vez.
Como não posso partilhar mais pequenos-almoços com a minha avó, faço questão de os ter só para mim, e de um dia os partilhar e os mostrar também ás pessoas que mais amo. A mesa cuidada, as torradas feitas com amor a pingar manteiga, o café (com leite "porque ainda não tens idade para beber só café"). Detalhes. Só detalhes, que fazem tanta falta.
sábado, 4 de fevereiro de 2017
Barriguda
Os que me lêem há já algum tempo, devem imaginar pela quantidade de vezes que falo sobre este assunto, que eu luto constantemente com o meu peso.
Já foi uma luta mais renhida, já foi um peso pesado na minha auto-estima, já me preocupei muito mais em tentar estar sempre de saltos altos, maquilhagem, produção à la Hollywood do que agora. Não obstante o caminho que já percorri, o peso é, e creio que será sempre, pouco meu amigo.
E os que me conhecem sabem que eu gosto de fazer exercício físico, mas não nasci a gostar, que eu me alimento bem agora (70% das vezes), mas que adoro uma maionese com batatas fritas e que apesar de estar sempre a falar de dietas, boa alimentação e desporto, eu tenho, desde que me lembro de ser pessoa, pelo menos 8kg a mais.
E há quem me diga que não se nota, ache que sou exagerada e não veja esses 8kg em lado nenhum, mas a verdade é que, quer eu queira ou quer não, de acordo com todas as tabelas médicas, eles sempre estiveram lá. E com a idade, eu aprendi a viver até bem com eles. Aprendi a vestir-me para os disfarçar, a balançar o que gosto de comer com o que posso comer, as férias com o ir todos os dias ao ginásio, o saudável com o sabor...e apesar de tudo, o meu corpo vai-se mantendo mais ou menos no sitio com a idade.
O problema é que agora estou grávida, e sendo já esta uma fase hormonalmente descontrolada, ainda fui ficar grávida numa altura em que estava 4kg acima do meu peso habitual (que relembro para os mais distraídos já é 8kg acima do que deveria). E estar grávida é uma estrada só de ida no que a peso diz respeito, onde o ficar algumas semanas estável é o máximo que se consegue fazer.
Claro que depois há sempre as comparações, as fotografias das outras grávidas para nos chatear, aquelas pessoas que engordaram 9kg e nem mais um, as pessoas que emagreceram, as pessoas que não engordaram e saíram do hospital com a sua roupa...
Eu confesso que sempre tive medo desta altura da minha vida. Medo, sim, porque há quase 20 anos que luto para controlar o peso, e não quero sair desta experiência sem caber no meu armário.
Os primeiros 3 meses foram fáceis, enjoada de manha há noite, a balança nem acusou. E depois veio o natal, desgraçada. E depois voltei a portar-me bem, e este fim-de-semana estiveram cá amigos, e foi outra vez uma desgraça. E há quem me diga para esquecer e relaxar, estou grávida, não vale a pena chatear-me muito. Uma piada bem boa, porque eu sei, que se relaxar acabo esta brincadeira com 30kg a mais, mas na boa! Na boa mesmo! E por isso não posso relaxar, o que é chato, especialmente quando me dá vontade de comer. É que a questão não é nem o ter mais fome que o habitual, a questão é que, se há alguma comida que simplesmente me está a saber bem, o meu estômago não tem limites. Eu não fico cheia! Ponto.
Isto tudo para dizer o seguinte: a) não vou relaxar até ao final, o que só por si não significa nada, b) pelo caminho existem férias e Pascoa, o que torna tudo mais preocupante, e c) quero vestir a minha roupa quando voltar para casa, ou pelo menos alguma dela, vá!
Isto das hormonas já é difícil o suficiente sem eu me sentir uma baleia. Vontade de chorar (ou matar pessoas) do nada, pés inchados e um final do dia difícil (todos os dias), olheiras até meio da cara porque há noites que já não tenho posição. Digamos que o sentir-me bem comigo mesma não acontece todos os dias, especialmente agora que começo a aumentar a olhos vistos.
E depois do parto as hormonas não vão melhorar, é o que toda a gente diz, pelo menos. Não preciso de todo de chegar a casa, e no meio da azafama que é manter uma criança viva, ainda ter de estar constantemente a pensar que vou demorar pelo menos 6 meses a perder tudo o que ganhei. Não preciso, a sério!
Posto isto, só me resta alimentar-me o melhor possível, continuar a ir ao ginásio, e rezar. Uma reza daquelas bem forte, porque só Deus sabe o que eu já penei por causa do meu peso.
sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017
De cabeça nas férias
quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017
Leveza
Fascina-me o quanto algumas pessoas levam bem algumas coisas, e outras pessoas apenas andam sempre com o mundo ás costas.
Nestes últimos dias descobri mais sobre o mundo chato da hemodiálise, e descobri ainda mais sobre a maneira como encarar problemas de saúde graves.
Ter de ficar preso a uma maquina três vezes por semana durante 6h, com os braços em estado lastimável, um controlo absoluto e obrigatório de tudo o que entra pela boca e uma gestão constante deste equilíbrio entre o que entra e que sai, faria crer que o balanço com que levamos os dias iria pender, sem sombra de duvidas, mas o fundo do poço em matéria de humor e boa disposição. Mas, como pude verificar, não para algumas pessoas!
Algumas pessoas simplesmente aceitam as coisas más, gerem o dia-a-dia sem se revoltarem constantemente com os porquês, levam a vida como se coisas que os limitam não fossem nada, fossem apenas um contratempo, uma fila de transito, um pneu furado. De tal maneira que aos outros, aos que vêem de longe, até parece simples, nada de especial, um problema corriqueiro.
Enquanto isso, alguns outros de nós, com coisas facilmente resolvíveis, nos limitados a abanar os braços em desespero, a manter permanentemente a cara de frete, de "esta vida não é fácil", "não gosto do meu emprego", "tu não tens noção o trabalho que isto dá"... costas curvadas, ombros descaídos, olhar soturno e semblante carregado.
Até me dá vontade de rir quando penso no quanto somos nós, e apenas nós que transformamos as coisas naquilo que queremos. Enquanto, por este mundo a fora, uns transformam problemas sérios em trivialidades, outros passam a vida nesta competição de misérias, que nada mais são que banalidades.
Estes últimos dias foram inspiradores por isso mesmo. Por ter visto com os meus próprios olhos que uma coisa tão má, numa idade tão jovem (a minha, afinal de contas) não é final do mundo, nem pode manchar tudo o resto à volta.
Nestes últimos dias descobri mais sobre o mundo chato da hemodiálise, e descobri ainda mais sobre a maneira como encarar problemas de saúde graves.
Ter de ficar preso a uma maquina três vezes por semana durante 6h, com os braços em estado lastimável, um controlo absoluto e obrigatório de tudo o que entra pela boca e uma gestão constante deste equilíbrio entre o que entra e que sai, faria crer que o balanço com que levamos os dias iria pender, sem sombra de duvidas, mas o fundo do poço em matéria de humor e boa disposição. Mas, como pude verificar, não para algumas pessoas!
Algumas pessoas simplesmente aceitam as coisas más, gerem o dia-a-dia sem se revoltarem constantemente com os porquês, levam a vida como se coisas que os limitam não fossem nada, fossem apenas um contratempo, uma fila de transito, um pneu furado. De tal maneira que aos outros, aos que vêem de longe, até parece simples, nada de especial, um problema corriqueiro.
Enquanto isso, alguns outros de nós, com coisas facilmente resolvíveis, nos limitados a abanar os braços em desespero, a manter permanentemente a cara de frete, de "esta vida não é fácil", "não gosto do meu emprego", "tu não tens noção o trabalho que isto dá"... costas curvadas, ombros descaídos, olhar soturno e semblante carregado.
Até me dá vontade de rir quando penso no quanto somos nós, e apenas nós que transformamos as coisas naquilo que queremos. Enquanto, por este mundo a fora, uns transformam problemas sérios em trivialidades, outros passam a vida nesta competição de misérias, que nada mais são que banalidades.
Estes últimos dias foram inspiradores por isso mesmo. Por ter visto com os meus próprios olhos que uma coisa tão má, numa idade tão jovem (a minha, afinal de contas) não é final do mundo, nem pode manchar tudo o resto à volta.
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