Quanto mais acreditarmos que somos felizes venha o que vier, menos nos preocupamos com o que há-de vir.
Moments that could be mine
terça-feira, 20 de janeiro de 2015
Coisas de emigra
Seguro de saude, seguro da casa e conta no banco.
Na semana passada cheguei ao banco, armada em carapau de corrida "ah e tal era para abrir uma conta". O balcão, se é que se pode chamar assim ao espaço onde eu entrei, não tinha viva alma a não ser a senhora atras de uma mesa alta, pronta a receber. Sorriu-se para mim e perguntou "tem marcação?". Não, pois claro que não tenho, só queria abrir uma conta. Mais sorrisos, um papel assinado e marcou-me para hoje na hora de almoço.
Não há filas de espera na Holanda.
Fui ao municipio na segunda, que é como quem diz, à junta de freguesia. E mesmo sem marcação, havia meia dúzia de gatos pingados.
Um país extremamente organizado.
domingo, 18 de janeiro de 2015
O novo ano
Pois é meninos, o ano começou novo de tal maneira que não tive sequer tempo para cá vir partilhar com vocês as minhas coisas habituais: resumo de 2014 e projectos para 2015.
De entre as despedidas, a viagem para cá, a casa nova, trabalho novo, rotinas novas, ando numa roda viva.
Mudar tudo é uma decisão que se toma sem saber na realidade o que vai acontecer. É deixar a terra firme e solida que sempre conhecemos e virarmos-nos para o desconhecido.
Aprendi desde cedo a mudar, a mudança transformou-me na mulher segura que sou hoje. Tenho medo, mas vou. Tremo das pernas, mas não me deixo ir abaixo. Tenho saudades, mas não me consumo.
Como já tinha partilhado antes com vocês, estou mais dura. Vejo as coisas numa perspectiva de vida inteira e não no momento agora e isso faz com que não me desespere tanto com os problemas que tenho recorrentemente. Não vir, não era opção. Não vir era ficar no mesmo sitio e quem não se mexe acaba por virar uma estatua de sal. E por mais importante que seja a vida das pessoas que eu amo, a minha é mais. Tal como deve ser.
Por outro lado, tenho mais fé. Quando a minha avó morreu tive uma crise com a minha fé, como já não tinha desde os 15 anos, para depois ela entrar avassaladora pela minha vida. Ela tira-me o medo, diz-me que vai tudo correr bem, mesmo quando corre momentaneamente mal, descansa-me e dá-me paz.
Por hoje deixo-vos esta nota, da altura em que achei que nunca nada ia mudar, que iria estar presa á mesma pessoa para sempre, numa semi-relação que destrutiva, a pôr copos para dentro para anestesiar a dor, para aquela que sou hoje, cada dia melhor a custa de trabalho próprio, hábitos saudáveis, relações ainda mais saudáveis... não desistam de vocês. Por nada nem ninguém.
Se esta mal, muda. Se dói, vira ao contrario. Se magoa, esperneia até parar. Se entristece, espera e procura o porquê. Se é alguém que vos faz isto tudo, fujam.
Estou ansiosa pelo que há-de vir, porque as mudanças ainda vão no princípio. Tenho o mundo inteiro por minha conta e um lar para onde voltar.
Não percam os próximos episódios, e se começar a enjoar esta conversa, tenham calma porque o próximo problema vai estar já ao virar da esquina. Mas até ter de o resolver vou ser só brutalmente feliz.