Coisas sem sentido

Um:
Vê-lo sentado ao lado dela e não sentir absolutamente nada. Após o segundo inicial, em que percebo que a cara de enjoada dela é usual (credo!), percebo que é indiferente, pura maldade feminina sem um pequeno toque de ciume. No entanto, o meu coração ainda falha uma batida quando o vejo passar por mim, mesmo quando ele não me toca.

Dois:

Quero claramente alguma coisa. Sei que quero apesar de não verbalizar nem pensar sobre o assunto. Porque quero mais ainda não complicado o que é simples...e infelizmente há coisas que não se podem fazer sem complicar.

Três:
Não falo sobre o passado com pessoas novas. Nem por um segundo, nem quando vem à conversa, nem mesmo quando tudo grita para o fazer. Faço o meu melhor sorriso e evito. Não quero po-lo no presente, e não sei se isso e bom ou mau sinal. Quando o presente me fala do seu passado, interpreto sempre como se o passado ainda não estivesse completamente morto. Sei que não está, e ele (o presente) diz. Para mim também ainda não está, mas eu não digo. Não sei o que é que é melhor...

Quatro:

Não sou transparente. Há realmente coisas que eu penso e que se não disser ninguém vai saber...

Como é que só descobri isto aos 27 anos?!

Cinco:
Passei tanto tempo escondida do mundo que me esqueci de como é bom socializar e falar com pessoas novas. Ouvir os pontos de vista, saber o que pensam, rir de coisas em comum. Não devia ter estado tanto tempo sozinha. Não sei porque é que achei que não precisava ninguém, é absurdo. Senão conhecermos pessoas novas é como senão viajássemos, deixamos o nosso mundinho tomar conta de nós e não vimos mais além...é como ter palas como os burros.

Seis:
Anda meio mundo a fugir das relações/complicações/coisas que dêem trabalho. Temos medo de falhar, de nos magoarmos outra vez, de tentar, de ir ver como é. Medo da mudança, do final, de deixar alguém entrar e perturbar a nossa paz, o nosso canto do sofá, as nossas series preferidas e o nosso bem conhecido mundo. Achei que não era assim, achei que era mais corajosa que os outros. Não sou.