Depois de ter começado o ano forte nas minhas resoluções, percebi que assim que as coisas viram um hábito entram naquele dia e podem ser acomodadas com outras.
Apesar de tentar tirar coisas do meu prato, acho sempre que ele tem um bocadinho mais de espaço, pelo menos para escrever, dado que foi uma coisa que com os anos deixei e me faz tanta falta. Quase tanta como o judo. E exactamente pelo menos motivo, expiar aquilo que sinto.
A quem acha que ser tranquila quando foi educada numa montanha russa é fácil, desengane-se. Os demónios não nos deixam, só se tornam velhos conhecidos e com os amigos conseguimos ter mais à vontade, apenas isso.
Ontem foi apenas mais um dia de trabalho. Bolas, gosto de trabalhar. Estranho, eu sei! Mas gosto. Gosto de aprender, saber o que faço. Gosto da cara das pessoas quando nunca pensaram naquilo que acabei de dizer e de repente começam a perceber a genialidade da ideia. E além de gostar sou muito boa no que faço.
E esqueçam as modéstias, estou farta delas. Pensamento de quem tem sempre de pedir desculpa por ser boa. Não tenho. Lutei muito para estar aqui e mantenho-me alerta, todos os dias, sem vacilar. E tem dias que não sou assim tão boa e prometo que também admitirei.
No final do dia fui-me despedir do meu antigo chefe, num salão de jogos (bem no meio da Red Light). Daqueles que havia nas Amoreiras e que não entrava desde 2003. Flash-back inevitável até um mundo cheio de Janelas solarengas. Durou 5 minutos. Já não tenho muita paciência para o passado se o puder evitar. O E. adorou, e nós por ele, um sentimento genuíno de tristeza por alguém tão bom (e boa pessoa) se ir embora.
Nota para mim mesma, tenho de fazer mais estes eventos sociais. Bolas, sinto falta de risadas e conversa neste Inverno longo e que há aqui.
Antes de ir para a cama discuti próximas viagens. Tema antes tão fácil e que agora, a dois, gera tanta conversa. E óbvio meditei. Afinal este é o ano da meditação e do holandês. Se não tinha dito ainda, ficam agora a saber.