quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Viagens noutros blogs #29

E depois há sempre alguém que diz aquilo que eu não consigo.

Porque há uma semana e picos que andava a tentar explicar o que quis dizer com a frase "tens um desvio no padrão moral". Eu disse esta frase...sem saber bem o que significava na altura (eram 7h da manha e eu tinha bebido 1 copo de vodka a mais, vá). Na realidade, o que eu queria dizer (e também disse) foi "és muito diferente de mim". Nem bom, nem mau, só isso. Sinceramente indiferente, senão me tivesse magoado.

Essa diferença é visível. Eu também tenho os meus defeitos, também já fiz coisas levianas, já me deixei levar pelo álcool, ou cedi a uns beijinhos com um desconhecido só porque somos jovens e inconsequentes. Mas não o fiz, nem faço de forma regular, evito se conheço o historial da pessoa e todas as vezes que por acaso me cruzo com alguém que já tinha cruzado a vida de outra pessoa (com mais ou menos importância), evito. É uma questão de respeito, de não ser necessário, de amor próprio. Se pessoa A, B ou C já se enrolou com uma amiga minha, se a mim a pessoa até não me diz nada de especial, e não vai certamente passar disto, se não há razão...não se faz. É simples. Só dizer que não.

Chamem-me então racional se eu prefiro dar-me quando gosto, quando acho que vale a pena, quando estou ali e não queria estar no mundo em mais lado nenhum. Racional, pudica, com a mania que é diferente dos outros, que não dá hipóteses, parva (esta adoram chamar-me), etc etc...pode ser. Eu não me importo. Nem acho que seja diferente de ninguém, são opiniões.
Já fiz e sei a diferença entre "estou aqui como podia estar a dormir ou a tomar banho" ou "estou aqui e quero ficar aqui durante muito tempo".
Sinceramente, ser porque sim acho que não vale a pena. Especialmente quando se pode estar a magoar alguém.
(...) no "ao menos que valha a pena", e quando me perguntam que regras eu seria capaz de quebrar, respondo sempre "as que valem a pena quebrar", ou então a frase que me ficou famosa em casos defuntos "não havia como não".
A verdade é que, se um dia me apanharem numa transgressão, prefiro justificar-me com um "não consegui evitar" do que um leviano e inconsequente "apeteceu-me", prefiro um "apaixonei-me" do que um "estava entediada" ou mesmo um "estava com pressa" em vez de um "queria ver até onde o motor do carro aguentava". É uma questão de dignidade, de não se dar por tuta e meia, porque sim, porque o vento estava para norte e estavam quatro graus em Bragança. No post abaixo, perguntava que sentimentos estavam em extinção, sinceramente, acho que o amor próprio anda em baixo, damos-nos porque sim, fodemos porque sim, fodemos os outros "porque não?" trocamos de línguas porque sim, confessamos os segredos mais deprimentes porque sim e estamos porque sim. Não há tusa, não há desejo nem confiança, é tudo automático, tudo leviano e um encolher de ombros no fim do dia quando os cheiros no corpo se confundem e nem sabemos já quem é quem.

Sem comentários:

Enviar um comentário