quarta-feira, 31 de maio de 2023

Conceitos


Não trabalhar em frente a um computador 10h por dia. Não viver num ambiente corporate, com politicas de escritório, conversa de café, equipas para gerir, comunicação para fazer, alertas constantes a serem dados...nem consigo conceber bem o que é que isso significa.

Não ter de trabalhar sempre mais e mais, não ter de ganhar sempre mais e mais, não ter de andar sempre com o pé no acelerador a ver qual é o próximo passo.

Percebi o quão gosto de uma vida simples no dia em que invejei a senhora que nos levou até a nossa mesa num restaurante aqui em Amesterdão. Simples, vestida de preto, conversa de circunstancia com os clientes, conversa de colegas no bar nos entretantos, trabalho das 18h as 2h da manha. Todos os dias tranquilos, sem stress. Conseguia, sinto que conseguia, pelo menos durante um tempo...

E assim que imagino isso o medo entra em acção. E a segurança, de certeza que não há contratos sem termo? E o dinheiro? E se acontece qualquer coisa? O medo, sempre o irritante do medo que se mistura com algo como self-doubt. 

Ainda tenho demasiadas dúvidas sobre as minhas próprias capacidade para alguém que gosta tanto de emoções fortes.  



terça-feira, 30 de maio de 2023

It gets

 


Isso

Aceitares o teu corpo é também aceitares o corpo dos outros. Sejam eles estranhos, amigos ou família.

Aceitares e gostares de ti, não significa não querer melhorar umas coisas ou outras, ou apreciar mais umas partes do que outras. Significa apenas aceitar, ser, estar...um "it's all good" que não consegue ser imposto.

É também não te sentires superior só porque és magro, ou inferior porque és gordo. E não projectar nada disso nos outros.

Nunca achei que fosse aqui chegar. Anos e anos de luta com o meu corpo e estamos aqui agora. Neste sitio em que a comida deixou de ter efeito sobre mim, nem sei bem explicar isto, mas... a ansiedade acabou. A ansiedade de tudo o que se refere com comida já cá não está e por isso eu controlo o que me apetece ou não comer, baseado no que acho me faz ou não melhor, no que me apetece na altura, no meu estado emocional (sim, eu sei quando como por emocional e escolho fazê-lo!) ou nas escolhas que tenho disponíveis. A comida já não me controla. 

Pela primeira vez na minha vida fui de férias e voltei mais magra. Sem pensar ou fazer esforço, simplesmente aconteceu; 3 dias mal disposta, doces que não valiam a pena experimentar, comida local baseada em fruta e grelhados e portanto a melhor escolha, álcool que não se mistura com responsabilidade dos filhos e puff! 

E tal como os quilos que sei ainda tenho de perder, não há stress nem pressa. Eles serão perdidos eventualmente porque o meu corpo, se eu o ouvir bem, diz-me tudo o que eu tenho de saber. Até quando estou doente, como aconteceu no final do ano passado.

Só não me perguntei como é que isto aconteceu, porque não sei a formula. Pode ser da terapia, pode ser da idade, pode ser da quantidade de escolhas que fiz nos últimos 15 anos desde que fui morar sozinha. Escolhas como excluir alimentos/bebidas que me fazer mal um por um logo alimentar-me melhor, perceber mais as minhas emoções e a relação com a comida, inscrever-me na "dieta da clinica Mayo" (que na realidade não é dieta nenhuma, é simplesmente a realização de que muito pouco de perder peso é relacionado com não comer efectivamente), parar de apertar a barriga no espelho e deitar-me a baixo, ou all of the above. Não sei, mas não vou questionar, estou só a constatar um facto. 

Estamos aqui e finalmente o aqui sabe bem, tal como o eu que me diz "olá" do outro lado do espelho.

quinta-feira, 25 de maio de 2023

My feelings exactly

 


Eu...

 ...3 livros na calha, mas a reler os últimos 2 livros porque não me consigo separar das personagens!

A sério. I have problems. 

terça-feira, 23 de maio de 2023

Some days

 


...everything happens at once.

Nothing serious, nothing unsolvable, but just damn draining.

If I am afraid I do not live enough in reality, but a lot in my fantasy book, I have to say that no, no, that is not the case. I am in reality now and reality sucks! Fantasy is better.

For now have to solve stuff, decide, research for solutions, make calls! And I will, no doubt. But I would very much prefer to read... a glass of wine and book. 

Because tea and a book is for the good days. Bad days should have wine. 

sexta-feira, 19 de maio de 2023

I am waiting

 


O prometido é devido

Literalmente toda a gente me perguntou o que é que eu achei de Cuba! Provavelmente um destino muito mais "curioso" que outros que já fui...

Cuba é exactamente o género de destino que dá para o que quisermos, pode ser só mais um país tropical com praia e hotel tudo incluído, ou pode ser uma abertura para discussões muito mais sérias sobre politica, capitalismo/comunismo e consumismo...ou pode ser os dois em simultâneo.

A beleza natural é inegável, o mar na temperatura certa, as praias de areia branca, coqueiros, humidade e selva na medida certa e como esperado.

Mas Cuba são também as pessoas, simpáticas mas reservadas. Claramente pobres, mas com uma relação amor-ódio no que se refere a dinheiro e em aceita-lo como forma de comprar simpatia ou um melhor serviço (um dos hábitos americanos que honestamente abomino).  Uns "Pátria ou morte" ainda hoje pintados de fresco, um orgulho pessoal e colectivo no país, e um balanço precário entre falta de liberdade e a noção de que todos os mínimos para se viver, são ainda assim suportados pela maquina governativa.

Achei ainda assim o país mais aberto comparativamente há 25 anos atrás quando lá fui pela primeira vez. Há um falar mais fácil sobre o estado politico, onde estão e onde querem chegar. Qual o tipo de socialismo que ambicionam e quais são os seus óbvios parceiros e entraves. Num país em que os mínimos (casa, saúde, comida, profissão e transportes) são assegurados, qualquer retirar de benefícios, mesmo que seja a favor de uma abertura da economia e crescimento não é de todos bem visto. É um problema de ovo e galinha... 

O país não é aberto, e por isso o consumismo bate, certamente, recordes mínimos. Não há revistas/social media/advertisment à bruta a tentar incentivar ao consumo, e por isso não há necessidade real de muito dinheiro acima do que se ganha e do que já é dado pelo governo. Sem serem guiados por consumismo, os Cubanos dão-se ao luxo de recusar gorjetas (vi isso com os meus próprios olhos!), de ver o dinheiro como uma coisa até meio suja, pareceu-me a mim. E portanto, eu diria que há pouco incentivo da população em geral em produzir mais, trabalhar mais horas, deixar as maquinas corporate entrar e tudo aquilo que por estas bandas aceitamos como normal.

Claro que tudo isso podia mudar com um país mais aberto ao ocidente, em que as "zaras e as cosmopolitas" desta vida entrassem há bruta a mostrar tudo o que o consumismo pode trazer. Mas isso exigira mostrar à população as diferenças entre a experiencial comunista dos últimos 60 anos vs. experiência capitalista. Deixar o povo aferir por eles mesmos, com a informação disponível e acessível, o que é que a revolução trouxe...para o bem e para o mal! E ai eu acho que o país ia dividir-se ao meio...a pátria como um todo ficaria mais fraca. Não sei se Cuba como é agora sobreviveria a essa fracção. Em países gigantes como a China ou a Rússia, dá para ter um pouco de tudo, uns tantos um passaporte e que estudam fora e outros que nunca sairão do pais. Mas em Cuba? pequena ilha a 60 milhas de Miami, não me parece possível.

E portanto as mudanças são graduais. 

Para mim, o peso do não consumismo visível e invisível foi uma lufada de ar fresco. Tão bom como o detox digital que fiz pela internet ser tão fraca na maioria dos sítios. Viver simplesmente de uma maneira diferente da usual no dia-a-dia.

E essa foi outra questão. Foram umas ferias diferentes, quando comparadas com outros destinos próximos de lá como o México e Aruba. Sítios em que não há diferença nenhuma daquilo que estamos habituados, apenas mais calor e comida/bebida variada à descrição. Aqui houve um sair da zona de conforto, uma tentativa real de não reclamar das diferenças mas aprecia-las, perceber que é exactamente por isso que viajamos, para ver as diferenças. E claro fazer isto contra toda uma população há minha volta (éramos 8 nesta viagem) a queixar-se muito por tudo e por nada...

Eu por mim fiz praticamente tudo o que queria fazer nesta viagem:

- Andei de carro antigo em Havana (e agradeço muito à invenção dos carros electricos!)

- Fumei charutos, bons charutos

- Passei horas no mar sozinha e acompanhada a dar mergulhos e a estar, somente

- Li dois livros inteiros (disclaimer: para ler não é preciso internet!)

- Passei tempo de qualidade com os miúdos e tive muita ajuda

- Fui a um club em Havana. Eu preferia uma coisa mais underground, mas o que fomos foi suficiente para sentir o gostinho

E deixei por fazer o mergulho. Só porque não me apeteceu a viagem de carro, e o cansaço para la chegar.

E descansei. E pensei. E voltei serenamente para a minha agitação diária.

quinta-feira, 11 de maio de 2023

Sometimes is just too close to home

 "Death is like an old friend who pays a visit, sometimes when it's least expected and other times when you're waiting for her. It's neither the first nor the last time she'll pay a visit, but that doesn't make any death less harsh or unforgiving"

From blood and ash - Jennifer L. Armentrout

quarta-feira, 10 de maio de 2023

Isso

 


terça-feira, 9 de maio de 2023

Cuba

Vai exigir um full essay the todas as perguntas e desafios que me surgiram durante esta viagem.

Não ter acesso a internet faz maravilhas ao nosso cerebro, aquilo que pensamos e como vemos os problemas.

Foi um political mentally challenge toda a viagem. E por isso valeu a pena. Não só por isso, mas também por isso.

Voltarei.